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05/06/2020 às 09h00min - Atualizada em 05/06/2020 às 09h00min

Frejat lança disco após 12 anos sem novos hits

"Ao Redor do Precipício" está disponível nas plataformas digitais

FOLHAPRESS
Ex-integrante do Barão Vermelho falou sobre seu novo álbum | Foto: Reprodução Instagram

O ano em que Frejat lançou seu último disco de inéditas, 2008, foi o mesmo em que o Spotify foi ao ar pela primeira vez na Suécia, e o YouTube tinha três anos de vida. Entre "Intimidade entre Estranhos" e "Ao Redor do Precipício", álbum que o músico lança agora, a indústria passou por transformações que acabaram freando a produção do ex-Barão Vermelho. "Vários amigos me falaram para lançar um disco, mas eu resisti a essa ideia", diz Frejat.

"Achava que lançar músicas pela internet, essa liberdade de soltar quantas você quisesse, você poderia ir fazendo sem pressa e simplesmente seguir a necessidade. Só que percebi que quem estava trabalhando com singles eram artistas com um perfil diferente do meu."

Segundo Frejat, um álbum é um retrato mais amplo da cabeça do artista no momento em que é feito. No caso de "Ao Redor do Precipício", é um retrato não só de 2018 e 2019, quando o disco foi idealizado e gravado, mas de composições feitas desde o começo do século com parceiros que vão de Leoni - coautor de quatro faixas -, Zeca Baleiro, Jards Macalé, o finado Luiz Melodia ao frequente parceiro Mauro Santa Cecília, entre outros.

Com mais de três décadas de carreira, o ex-guitarrista e vocalista do Barão Vermelho trabalhou a vida inteira fazendo álbuns. Mas o processo, diz Frejat, depois de tanto tempo afastado do formato, foi renovador. "Tive que voltar a pensar em estar em estúdio buscando soluções para várias músicas diferentes. Senti que eu estava discutindo ideias e ligado a pessoas que poderiam filtrar determinadas acomodações minhas."

"Ao Redor do Precipício" surgiu de um núcleo formado por Frejat, o tecladista de sua banda, Humberto Barros, o produtor e guitarrista Kassin e o guitarrista e baixista Maurício Negão. Mas o time de músicos envolvido no projeto é amplo e inclui três bateristas – entre eles Pupillo, da Nação Zumbi, que também é produtor –, o maestro Arthur Verocai, a cantora Alice Caymmi e o flautista Carlos Malta.

A primeira faixa em que Frejat trabalhou para "Ao Redor do Precipício" foi "Planetas Distantes", que tem a cantora Dulce Quental como coautora e narra um reencontro com uma antiga namorada, por cima de batidas eletrônicas suaves e vozes simultâneas.
"Era um rock, mas senti uma coisa tão redundante, tão datada, achei que não ia acrescentar nada para mim. Pensei em usar coisas eletrônicas, que daria uma nova cara."

A ideia de Frejat para o novo disco é tentar fazer sentido em 2020, mas sem perder a autenticidade de uma longa carreira no meio do caminho. "Durante todo esse tempo, fiquei pensando nisso. Um artista que tem a minha trajetória enfrenta o desafio de se encaixar em um momento contemporâneo. E, ao mesmo tempo, não soar ultrapassado em relação àquilo que ele já representa. Queria um disco que pudesse demonstrar que estou no mundo atual, mas sem querer parecer aquele cara mais velho querendo brincar com os brinquedinhos dos garotos."

Até por isso, o interlúdio "Batidão", inspirado pelo tamborzão do funk - que Frejat define como "música negra do jeito que eu gosto" - acaba não soando propriamente como um funk. "Minha ideia foi trabalhar uma guitarra pesada com o tamborzão", diz. "Me disseram que o negócio agora era o 150. Mas aí o Pupillo fez uma levada na bateria que virou uma outra coisa. O tamborzão não ficou tão escancarado, virou outro negócio. Achei essa mistura legal para caramba."

















 


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