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21/05/2020 às 14h21min - Atualizada em 21/05/2020 às 14h21min

Manifestação cobra reabertura de academias em Uberlândia

Grupo argumenta decreto federal que trata atividade como essencial e problemas financeiros; Comitê municipal ainda não fez nova deliberação sobre o assunto

CAROLINE ALEIXO
Manifestantes se reuniram na Praça Cívica próximo ao gabinete do prefeito de Uberlândia | Foto: Divulgação
Um grupo de representantes do setor de academias da cidade realizou uma manifestação, na manhã desta quinta-feira (21), para que o Município de Uberlândia autorize a retomada das atividades do segmento. O ato de protesto ocorreu por volta das 10h na Praça Cívica, no bairro Santa Mônica.

Segundo o empresário e um dos coordenadores do movimento, Elder Nunes, foi apresentada uma proposta ao Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 para que os estabelecimentos pudessem abrir seguindo criteriosa lista de medidas de biossegurança. Porém, desde o início do mês não houve resposta ao pedido. 

O fechamento das academias, de acordo com o coordenador, tem gerado problemas financeiros em razão da falta de arrecadação e dos custos fixos que as empresas continuam tendo. Além disso, cerca de 6 mil famílias dependem diariamente das atividades do setor e estão desassistidas. 

“Estamos inteirando hoje 62 dias fechados, sem faturamento e tendo que arcar com todas as despesas operacionais e custos fixos que nós temos. Grande parte do mercado foi aberto, adotando as medidas de profilaxia, e as academias foram renegadas. Por isso essa nossa indignação”, disse. 

As medidas apresentadas ao comitê englobavam higienização e assepsia constante de todos os equipamentos, controle da entrada de pessoas e higienização de mãos e pés, além de distanciamento entre os alunos e profissionais. 

Elder alega que não houve nenhum respaldo por parte do Município e que a manifestação tem como objetivo reforçar o pedido da categoria, já que muitas academias estão quebrando e o segmento não recebe subsídio do poder público. 


“O prefeito não veio falar conosco em nenhum momento. Única coisa que recebemos foi a ordem de continuar fechado e ameaça. Se abrirmos, nosso estabelecimento será lacrado e sujeito à multa. Nós estamos reivindicando isonomia de tratamento para que possamos sobreviver. Sessenta dias sem faturamento não aguentamos mais”, desabafou. 


DECRETOS
Em nota enviada à imprensa, a categoria ainda ressaltou que os decretos assinados por Odelmo Leão, mediante deliberação do núcleo estratégico do comitê municipal, fazem distinção de tratamento ao liberar a abertura comercial de grande parte dos setores, excluindo academias e clubes. 

“Razão não há para a distinção de tratamento, nem ao menos foi permitido que as academias testassem por um período o plano de retorno gradativo, o nobre prefeito sequer ouviu os gritos de ajuda dos proprietários de academias. A conduta do prefeito soa como discriminatória e abusiva, eivada de politicagem”, diz no documento. 

Os empresários do segmento ainda argumentam que não há estudos que comprovem que o ambiente de academia é mais propício para o contágio do novo coronavírus no comparativo com alguns bares da cidade que continuam lotados, festas particulares, filas de bancos etc. 

Grupo diz que Prefeitura faz distinção de tratamento ao liberar atividades comerciais e excluir o setor | Foto: Divulgação

Por fim, pontuam sobre o decreto do presidente Jair Bolsonaro tratando a atividade comercial como essencial e citam exemplos de cidades que já estão com as academias em funcionamento, seja por autorização do Executivo ou por ordem judicial. O grupo já moveu mais de 20 ações nas varas de Fazenda Pública e Autarquias da cidade, com pedido de liminar, requerendo a reabertura das academias.

Na última semana, o Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 ficou de analisar novamente a situação, considerando os dados da evolução do vírus na cidade, porém não houve nova deliberação. O decreto que prorrogou a situação de emergência no município, na segunda-feira (18), também manteve as academias entre os segmentos proibidos de funcionar. 

O Diário de Uberlândia entrou em contato com a Prefeitura de Uberlândia e aguarda posicionamento sobre as reivindicações do setor. 




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