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13/03/2020 às 18h27min - Atualizada em 13/03/2020 às 18h27min

Ônibus utilizado para viagens do aplicativo Buser é apreendido em Uberlândia

Veículo seguia para SP e não tinha autorização para realização de transporte de fretamento, segundo ANTT

BRUNA MERLIN E CAROLINE ALEIXO
Veículo saiu da cidade de Apodi (RN) com destino a São Paulo | Foto: Reprodução/WhatsApp
Um ônibus utilizado para viagens da empresa Buser foi apreendido, nesta sexta-feira (13), em Uberlândia. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o veículo não tinha autorização para realização de transporte de fretamento.
 
O veículo saiu da cidade de Apodi (RN) e parou em Uberlândia para depois seguir para São Paulo. O ônibus foi abordado por volta das 9h na saída de Uberlândia, na altura do km 73, da BR-050.
 
Ainda de acordo com as informações da ANTT, o ônibus apreendido pertence à empresa Pedra Azul Turismo que foi terceirizada pela Buser. No momento da abordagem, o motorista do veículo não apresentou nenhum documento que ligasse o veículo em serviço à Buser, conforme regra prevista na Resolução 4.777/2015.
 
A norma prevê que esse tipo de serviço oferecido pelo aplicativo Buser pode ser realizado somente por empresas de linha regular. Assim, da forma que o serviço é realizado atualmente, utilizando empresas de fretamento, será considerado nas fiscalizações do órgão sempre como não autorizado.


O veículo ficará apreendido pelo prazo de 72 horas, tendo a liberação condicionada à apresentação das passagens emitidas para o prosseguimento da viagem dos passageiros e do documento emitido pelas instituições credenciadas responsáveis pelos serviços de remoção, guarda e estadia do mesmo.

TRANSTORNOS
O uberlandense Túlio Calegari aderiu ao serviço da Buser pela primeira vez e reclamou do transtorno sofrido. Ele relatou que o ônibus já estava na rodovia quando foi abordado e todos tiveram que seguir até o terminal rodoviário de Uberlândia, atrasando a viagem e contrariando os passageiros que escolheram o serviço pela comodidade que o ônibus oferecia. 

"Eram cerca de dez passageiros e ficamos um pouco sem entender o que aconteceu. Nos informaram que a Buser era regularizada, mas eles não podiam fazer aquela viagem. Mas como eles vendem uma viagem sem autorização? É muito ruim pelo transtorno porque compramos para ir de leito e a previsão era chegar até 18h em São Paulo", relatou.  

 
Os clientes foram embarcados, ainda pela manhã, no Terminal Rodoviário de Uberlândia em um ônibus executivo interestadual de outra empresa de transporte para continuarem a viagem. As passagens foram custeadas pela Buser. 
 

O OUTRO LADO
O Diário questionou a Buser sobre a situação que, por meio de nota, esclareceu que não realiza transporte de passageiros e sim a conexão entre eles e empresas transportadoas, promovendo um rateio entre os interessados na realização de uma viagem fretada. Disse também que esse modelo de negócios, além de legal, supre importante demanda social por contribuir com a mobilidade urbana, garantindo viagens mais baratas que as praticadas nas rodoviárias do país.

A empresa afirmou também que, assim como a Pedra Azul Turismo, todas as companhias parceiras cumprem as normas de segurança estabelecidas pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), além de contarem com dois motoristas para trechos com mais de 7h de duração, velocidade controlada por satélite e dupla cobertura de seguros, o que é muito mais do que o oferecido pelo setor tradicional.

Por fim, explicou que a Buser não tem veículos. O ônibus apreendido é de propriedade da empresa parceira e a sua plotagem com a marca da startup é uma ação de marketing adotada livremente e sem custos adicionais pelos parceiros.


A empresa Pedra Azul Turismo também foi procurada e a reportagem aguarda resposta.







 

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