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21/02/2020 às 13h54min - Atualizada em 21/02/2020 às 18h49min

Juliano Modesto é preso suspeito de agredir a esposa em Uberlândia

Vítima denunciou o vereador junto ao Ministério Público nesta manhã; suspeito alega autolesão e apresenta vídeo à polícia

BRUNA MERLIN E CAROLINE ALEIXO
Juliano foi encontrado por meio de monitoramento da tornozeleira eletrônica que está usando desde que saiu do presídio no último mês | Foto: Divulgação
O vereador Juliano Modesto (suspenso do SD) foi preso, nesta sexta-feira (21), por suspeita de agredir a esposa em Uberlândia. A vítima procurou o Ministério Público Estadual (MPE) e a Polícia Militar (PM) para denunciar as supostas agressões.

Segundo as primeiras informações, a mulher procurou a coordenação no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) durante a manhã para relatar a situação e informou que vinha discutindo com o marido, inclusive sob ameaças, desde os desdobramentos das operações em que Modesto foi alvo. Nos últimos dias, os conflitos entre o casal se 
intensificaram e, hoje, teriam chegado a vias de fato. 

Durante entrevista à imprensa, a mulher relatou que a briga começou pela manhã depois que Juliano deixou as filhas na escola e na casa de uma amiga. Segundo ela, o suspeito a agrediu verbalmente e depois começou a dar tapas nela.

“Eu me tranquei no quarto e ele conseguiu arrombar a porta. Ele armou um esquema para filmar a situação e dizia a todo momento que eu iria ser presa. Depois ele pegou uma faca e começou a me agredir novamente. Eu gritei por socorro, mas ele continuou. Depois disso ele foi embora dizendo que ia no advogado para fazer uma prova contra mim dizendo que eu mesma estava me machucando”, relatou ela.


A vítima chegou à sede do Ministério Público com lesões nos braços alegando que teriam sido ocasionadas com uso de uma faca. O MPE então orientou a mulher a procurar a PM para registrar boletim de ocorrência.

Juliano foi encontrado por meio de monitoramento da tornozeleira eletrônica que está usando desde que saiu do presídio no último mês. Ele foi localizado na avenida Oscarina Cunha Chaves, no bairro Morada da Colina, e recebeu voz de prisão em flagrante pelo crime de violência doméstica contra a mulher, conforme previsto na Lei Maria da Penha. 


Denunciante relatou que lesões nos braços foram feitas pelo marido | Foto: Diário de Uberlândia

Ainda de acordo com as informações apuradas pelo Diário, o suspeito nega a acusação e alega que ocorreu autoagressão por parte da esposa. A mulher foi conduzida até uma unidade de saúde para fazer exame de corpo de delito e, em seguida, encaminhada para a delegacia para também ser ouvida pelo delegado de plantão.

A reportagem entrou em contato com o advogado de Juliano e por meio de nota informou: "a defesa do vereador Juliano lamenta que sua esposa, que em um momento de crise, tenha se autoagredido para poder incriminá-lo. Juliano Modesto, ainda pela manhã, procurou a polícia e entregou um vídeo que comprova que não a agrediu".

A defesa informou ainda que Modesto queria se separar e chegou a alugar um apartamento e estava saindo de casa hoje, o que teria motivado a discussão. No vídeo enviado à polícia, Juliano grava com o celular a mulher se agredindo com tapas em um dos cômodos da casa. Em seguida, ela entra para o banheiro e ele pede para que ela pare de se agredir.


O Diário de Uberlândia procurou a Polícia Civil para saber se a prisão em flagrante do vereador foi ratificada, mas até o início desta noite não obtivemos a confirmação. 

VEREADOR INVESTIGADO
Juliano Modesto, que está afastado do cargo na Câmara Municipal, tinha quatro mandados de prisão preventiva nas operações Torre de Babel, O Poderoso Chefão, Má Impressão e Guardião do Gaeco. O acusado responde pelos crimes de obstrução de Justiça, organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, peculato e falsidade ideológica.

Modesto se entregou ao MPE no dia 15 de outubro de 2019 durante investigações da operação Torre de Babel. O vereador foi acusado de intermediar a contratação de milicianos da cidade a fim de intimidar um motorista de van, que denunciou as fraudes no transporte escolar municipal. Ele ficou detido no presídio Professor Jacy de Assis por cerca de 100 dias, quando saiu em liberdade provisória.

Além de tentar atrapalhar as investigações, o Gaeco acusou Modesto de ter participação na organização criminosa que apresentou planilhas com valores adulterados da quilometragem rodada pelos veículos para receber valores superiores da Prefeitura de Uberlândia pelo serviço prestado. Por isso, ele também foi denunciado na operação O Poderoso Chefão
 
Nos crimes apurados na operação Má Impressão, o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o vereador por desvios de R$ 206 mil da verba indenizatória a partir do uso de notas fiscais ideologicamente falsas. Já na operação Guardião, deflagrada simultaneamente em dezembro, ele foi acusado de corrupção por participar de esquema de propina envolvendo membros da mesa diretora da Câmara Municipal. 






 

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