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08/12/2019 às 12h09min - Atualizada em 08/12/2019 às 12h09min

Ex-deputado federal de Uberlândia, Chico Humberto critica cenário político e luta por estado do Triângulo

Diário de Uberlândia entrevistou político que também já foi vice-prefeito da cidade

VINÍCIUS LEMOS
Chico Humbero largou a política partidária e, desde 2005, se dedica a clínica no DF | Foto: Arquivo Pessoal
O médico Francisco Humberto de Freitas Azevedo é mais conhecido pela população de Uberlândia como político e pelo seu nome adotado naquela carreira, Chico Humberto. Entre o fim da década de 1980 e início da década de 1990, ele foi deputado federal (1987 a 1991), chegando a participar da Assembleia Nacional Constituinte, e também vice-prefeito de Uberlândia, no mandato de Virgílio Galassi (1989 a 1992).

Chegou a ser candidato a prefeito em duas oportunidades, 1992 e em 1996, perdendo à época para Paulo Ferolla e Zaire Rezende, respectivamente. Desde então não disputou mais nenhuma eleição. Deixou a carreira política e voltou a ser o Dr. Francisco. Há quase 15 anos também deixou a cidade de Uberlândia e fixou sua clínica na capital federal. Lá, no entanto, não deixou o envolvimento com política.

Em entrevista ao Diário de Uberlândia, Chico Humberto afirmou que fez campanha para Jair Bolsonaro e falou ainda sobre sua grande vontade: criar o Estado do Triângulo. Disse estar disposto a ajudar a criação do novo partido do presidente, o Aliança pelo Brasil, ainda que, se voltasse a disputar um cargo político, não gostaria de estar filiado a nenhuma legenda.
 
Diário de Uberlândia - O senhor está em Brasília desde 2005?
Chico Humberto - Estou em Brasília com minha clínica desde 2005. Antes, tinha clínica em Uberlândia e em Maringá, no Paraná. Eu hoje me dedico a tratamento de câncer e doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
 
Mas o senhor deixou de vez a vida política?
Ninguém deixa de vez a vida política, mas o que eu fiz foi me afastar da vida partidária. Ajudei muito [o presidente Jair] Bolsonaro na campanha, porque não queria mais essa petralhada que aí está. Não me dedicava exclusivamente, pois me dedico à minha profissão. Não abandonei a política, eu deixei de disputar cargos públicos. Não tenho filiação partidária, mas vou ajudar Bolsonaro no novo partido dele [Aliança pelo Brasil]. Fui convidado para fazer parte do diretório nacional em Brasília (DF). Na [Assembleia] Constituinte, fiz grandes amizades e isso você não perde. Na campanha que fizemos da emancipação do Triângulo Mineiro, houve estreitamento com outros parlamentares que queriam emancipação de seus Estados e sou procurado até hoje por eles. Sou um apaixonado pela criação do Estado do Triângulo.
 
Por que deixou a militância partidária?
Os partidos deixaram de ser partidos para ser agremiações para a defender o roubo e a bandalheira, para defender interesses particulares, para defender a propina. Eu fazia campanha com meu dinheiro. Eu trabalhei de graça como vice-prefeito e não recebi um centavo da Prefeitura, a ponto de dificultar a minha aposentadoria [como médico]. Quando me ofereci a ser candidato em 1992 e 1996 e não fui escolhido, eu entendi o recado das urnas. Então peguei meu diploma e voltei a ser médico. Hoje, defendo uma política sem partido. Qual é a necessidade de um partido? Ideologia nenhum deles tem. Fazem [política] em busca de algum tipo de interesse próprio.
 
O que fez o senhor voltar a essa questão partidária vinda com a criação desse novo partido, o Aliança pelo Brasil?
A possibilidade emancipar o Triângulo. Essa é região tão rica, mas está sob a chibata da incompetência das administrações de Minas Gerais.
 
Você imagina voltar a se candidatar?
O mundo gira, quem sabe o dia de amanhã. Não tenho filiação partidária, mas se me permitirem uma candidatura avulsa, você pode estar certo que vou me lançar.
 
Você não se lançaria nem dentro do Aliança?
É capaz do Aliança nem poder sair. A gente sabe que está aí na tentativa de primeiro ser possível fazer [o partido]. Olha como são feitas as leis para poder defender pessoas ou agremiações oportunistas. A lei não permite que seja feita qualquer criação de partido sem que haja a filiação física, escrita, papel. Não tem aí a proposta para que o Aliança possa fazer isso [colher assinaturas] por reconhecimento digital?
 
O senhor está contribuindo com o novo partido...
Eu tento viabiliza-lo no País, mas isso não quer dizer que me furte à oportunidade de poder ajudar aquilo que é correto. Porque os [partidos] que estão aí estão carcomidos. Olhe os escândalos em Uberlândia.
 
O que o senhor tem feito na política?
Me afastei totalmente, voltei há pouco mais de um ano para ajudar na campanha de Bolsonaro, a quem eu conheço e sei que é uma pessoa honesta. Era a única chance de não virarmos uma Venezuela.
 
Acompanha a política de Uberlândia?
Através da divulgação da imprensa. Tenho bons amigos e converso muito com nossos representantes. E converso com a região inteira, com todos aqueles que são engajados com o Estado do Triângulo.
 
E como o senhor vê a representatividade de Uberlândia no atual cenário político?
A representatividade caiu tanto, a posição de Uberlândia está tão desvalorizada, que quando fui deputado na Constituinte, Uberlândia tinha um senador, Ronan Tito, quatro deputados federais, Luiz Alberto, Homero Santos, Virgílio Galassi e eu, além de três deputados estaduais. Uberlândia tinha oito representantes fora da cidade trazendo recurso para a cidade. Hoje tem um federal [Weliton Prado]. Quando fui deputado, Uberlândia tinha pouco mais de 350 mil habitantes, hoje tem quase 800 mil. Aumentou o quórum eleitoral e perdeu representação. Onde está o erro nessa conta? Falta posição da autoridade e liderança local, que tinha a obrigação de manter o maior volume de representações. Mas o cidadão olha para o umbigo e não vê nem o dedão do pé. Quem paga a conta é a cidade.








 

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