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08/11/2019 às 17h03min - Atualizada em 08/11/2019 às 17h03min

Número de pessoas com “nome sujo” em Uberlândia aumentou 2,1% em 2019

Quase 70% dos empréstimos no país não foram quitados, aponta pesquisa nacional

SÍLVIO AZEVEDO
Principal problema do endividamento é a situação econômica e social do país, segundo especialista | Foto: Reprodução/Pixabay
Contrair empréstimos em bancos e financeiras é o maior vilão da inadimplência do brasileiro. Esse dado foi apresentado em pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Segundo a publicação, 69% das pessoas que contraíram algum tipo de empréstimo está com o nome negativado. Em seguida vem o crediário (68%) e o cartão de crédito (67%). Os dados da CDL Uberlândia, por sua vez, mostram que o número de endividados na cidade aumentou 2,1% de janeiro a outubro de 2019 em relação ao mesmo período de 2018.

A pesquisa nacional ouviu 600 consumidores de 27 capitais do país entre os dias 1º e 13 de junho e que possuam contas em atraso há mais de 90 dias. A margem de erro é de 3,97 pontos percentuais a uma margem de confiança de 95%.

Os números refletem o momento econômico do país, com milhares de pessoas endividadas enquanto as instituições financeiras batem recordes de lucros. De acordo com a empresa de informações financeiras Economatica, o lucro acumulado de 2019 dos quatro maiores bancos do Brasil (Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e Banco do Brasil) é de R$ 59,7 bilhões, o maior desde 2006.

Segundo o presidente da CDL Uberlândia, Cicero Heraldo Novaes, o aumento na cidade não foi diferente do que aconteceu em todo Brasil. E, segundo aponta, tudo passa pela morosidade dos agentes públicos na hora de aprovar reformas que beneficiariam a economia nacional.

“Com a lentidão dos projetos ficarem tramitando na Câmara e no Senado, essa situação acabou prejudicando como um todo as empresas, que não ofereceram mais empregos. Isso tudo prejudica e faz com que as pessoas tenham dificuldades para bancar as suas dívidas, porque não tendo aumento de receita ou a receita, continuam devendo. Você entra num círculo vicioso difícil”, diz.

Para Cícero, as medidas que melhorariam o poder econômico do cidadão deverão surtir efeito somente no ano que vem. “Acreditamos que a partir de 2020, com as mudanças que a economia está sofrendo, pode ser que isso resulte no aumento real, não só da renda, mas da condição financeira das pessoas”.

Segundo o economista Rick Humberto Naves Galdino, o principal problema do endividamento do brasileiro é a situação econômica e social que o país passa, principalmente a falta de renda do trabalhador.

“A pessoa precisa de emprego, e as famílias que têm algum indivíduo acometido pelo desemprego, sua renda familiar é reajustada e os compromissos financeiros não são honrados da forma como deveria. Por isso, dá para perceber um aumento de endividamento em períodos assim”.

Mas o que fazer para manter as contas em dia em um momento que o país ainda não se recuperou totalmente da recessão econômica que deixou mais de 13 milhões de desempregados?

O primeiro passo é decidir uma lista de prioridades de compras. É o que indica Rick Humberto. “É importante pois tem gastos inadiáveis como alimentação, energia elétrica, gás. Outros, por exemplo, saúde e educação, são gastos que em um momento de crise a pessoa sabe o que cortar primeiro. Então é bastante sensato que produtos supérfluos são as primeiras coisas cortadas”.

Outra dica dada pelo economista é aproveitar o período para renegociar as dívidas, já que a taxa básica de juros, a Selic, baixou e contratos antigos, como habitacionais e financiamento de veículos, foram fechados com o índice mais alto.

 
“As taxas básicas da economia têm reduzido nos últimos tempos. As taxas de juros bancárias de diversas modalidade de crédito têm reduzido também, não na mesma intensidade da redução da Selic, mas tem reduzido. E muitos contratos foram firmados em 2015 e 2016, com taxas pré-fixadas bastante altas, um reflexo do momento da economia. Como a situação de juros mudou, é importante quem tem créditos contratados procurar as instituições para negociar taxas melhores”, disse Rick Humberto.









 

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