A crise econômica, política e social no Brasil parece não ter fim. Segundo levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o índice atual de desemprego, equivalente a 7,6%, é o maior para o mês de janeiro desde 2009. Em dezembro do ano passado, o número chegou a 6,9%.
Segundo Adriana Beringuy, técnica de trabalho e rendimento do IBGE, essa alta no índice já era esperada. "A gente sabe que em dezembro, a cada ano, se costuma registrar a taxa mais baixa do ano, e na virada, essa taxa volta a crescer. Então, é um movimento que a gente também observou no passado, retrasado e ao longo de toda a série histórica”, disse.
No entanto, de acordo com a especialista, neste ano, “as intensidades são bem maiores” e o crescimento da inatividade impediu que a taxa de desemprego fosse ainda mais alta em janeiro. “De fato, se não houvesse pessoas dentro da inatividade, essa taxa poderia ter sido maior. No mês, a gente tem tanto um fenômeno de mercado de trabalho quanto demográfico. Se não tivesse sido absorvido pela inatividade dessa população, essa taxa poderia ter sido maior”.
Quase 2 milhões de pessoas desocupadas
Segundo o IBGE, o índice está 8,4% acima da quantidade de dezembro e 42,7% na comparação com o mesmo mês de 2014. Além disso, o número de pessoas com ocupação também diminuiu para 23 milhões. A queda foi de 1% frente ao último mês do ano passado e 2,7% sobre um ano atrás.
Setores como a educação, saúde administração pública (2,8%) e serviços domésticos (6,4%) tiveram as maiores quedas. Já na comparação anual, houve queda na indústria (8,5%) e nos outros serviços, como alojamento e alimentação, transportes e armazenagem e serviços pessoais (3,4%). Consequentemente, o número de trabalhadores com carteira assinada também caiu, para 11,6 milhões. O rendimento médio de quem está trabalhando também caiu, ficando em R$ 2.242,90.