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11/10/2019 às 14h16min - Atualizada em 11/10/2019 às 16h34min

Adolescente que sofreu traumatismo após briga em escola precisa de ajuda para tratamentos

Família criou vaquinha online em Uberlândia para arrecadar recursos; estudante está tendo crises de convulsão e precisa realizar exames e comprar remédios

BRUNA MERLIN
Objetivo é arrecadar R$ 5 mil para exames e medicamentos | Foto: Reprodução/Vakinha Online
Familiares do adolescente de 17 anos, que ficou gravemente ferido após se envolver em uma briga na Escola Estadual Américo René Gianneti em Uberlândia, pede ajuda da população para arrecadar dinheiro que será destinado a medicamentos e tratamentos do garoto. Ele sofreu um traumatismo craniano encefálico ocasionado por um chute na cabeça durante a discussão com outro estudante da instituição.

O fato ocorreu no dia 18 de setembro e o adolescente foi internado em estado grave no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Ele foi induzido ao coma devido a diversas convulsões e ficou em observação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) durante dez dias. O estudante recebeu alta da unidade de saúde no dia 3 de outubro.

De acordo com os familiares, após a alta médica o adolescente passou a apresentar coágulos devido ao excesso de medicamentos durante a internação. Ele chegou a sentir tremedeiras nos braços, fortes dores de cabeça, outras crises convulsivas e precisou ser internado novamente nesta semana. Para tentar reverter a situação foram prescritos novos medicamentos de controle especial.

“Essa foi a pior crise que ele teve depois do fato. Ele já está em casa, mas pode apresentar uma nova crise a qualquer momento. Nós pedimos uma ressonância no HC-UFU, mas foi negada, então nós estamos correndo atrás para investigar melhor o problema e combatê-lo da forma certa. Não queremos deixar do que jeito que está, pois, isso irá atrapalhar a vida dele”, explicou um dos familiares ao Diário.


A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do HC e questionou sobre o possível pedido de ressonância negado. Por meio de nota, a instituição informou que o paciente não tinha indicação da equipe médica especializada para realizar o exame.


O garoto ainda corre risco de apresentar novas crises convulsivas devido ao trauma sofrido e, por isso, deve seguir com um tratamento a longo prazo. Para isso, a família precisa arrecadar recursos para a realização de exames neurológicos como ressonância e outros, compra de medicamento anticonvulsivos e consultas médicas.

* O objetivo era conseguir R$ 5 mil para um tratamento ao longo de dois anos. Os interessados puderam ajudar com qualquer valor através do site Vakinha Online. A campanha ficaria disponível até o dia 10 de novembro, mas após algumas horas da publicação da reportagem a família conseguiu arrecadar o valor total. Mais de 50 pessoas fizeram doações e um dos doadores anônimos chegou a depositar R$ 1 mil.  

BRIGA
A briga ocorreu no dia 18 de agosto com outro aluno da escola, de 14 anos. Segundo as informações repassadas pelos familiares dos envolvidos, a situação começou na aula de Educação Física durante um jogo de futebol. Em determinado momento da situação, a vítima se desequilibrou e foi atingida pelo agressor com um chute na cabeça.  Vídeos gravados por estudantes e compartilhados em redes sociais mostraram o momento da discussão que foi estendida para o lado de fora da escola, após as aulas. 

Na ocasião, o pai do agressor esclareceu à reportagem a versão do filho e reforçou que estavam prestando apoio e solidariedade à família e à vítima. “Eles estavam jogando futebol quando meu filho foi atingido por um chute pelo adolescente. Em outra partida, por um motivo inconsequente, meu filho revidou a agressão. Depois da aula, eles foram para as salas e meu filho foi ameaçado por outros garotos e informado que o garoto estava esperando do lado de fora da escola. Foi quando a briga começou”, disse. 

Foi registrado boletim de ocorrência do fato pela Polícia Militar (PM) e, em seguida, a Polícia Civil instaurou inquérito. O advogado da vítima esclareceu que a preocupação da família é a recuperação integral do adolescente e, em seguida, apurar as responsabilidades dos envolvidos, mas em especial da instituição de ensino que, segundo eles, teria sido omissa.

A Secretaria de Estado de Educação (SEE) reiterou que a Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Uberlândia, responsável pela coordenação da unidade escolar na região, está acompanhando o caso e que a direção da escola está em permanente contato com as famílias dos alunos envolvidos no fato.

Questionada sobre a ausência de professor na aula de Educação Física e o caso relatado sobre o professor que teria incitado a violência mostrando o vídeo a outros alunos, a Secretaria disse que os órgãos competentes estão investigando o caso e a direção da escola está colaborando com as informações que possam ajudar na apuração e no esclarecimento do ocorrido.



* A matéria foi atualizada às 19h23 desta sexta-feira (11). 





 

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