06/09/2019 às 15h02min - Atualizada em 06/09/2019 às 15h02min
Semana tem recorde histórico no consumo de água em Uberlândia
No dia 3 de setembro, média per capita chegou a 266 litros; autarquia pede conscientização em Uberlândia
VINÍCIUS LEMOS
Ponte sobre o rio Uberabinha, principal manancial que abastece o município | Foto: Dmae/Divulgação Na última terça-feira (3), o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) de Uberlândia registrou um recorde histórico no consumo de água, com 266 litros por habitante em um único dia. O fato chamou a atenção da autarquia, que, uma semana antes havia divulgado que o consumo per capita em julho tinha sido o segundo maior de 2019. Como o período de seca ainda pode durar mais de um mês, a autarquia convocou, nesta sexta-feira (6), uma entrevista coletiva para pedir que a população reduza o consumo. Seis assentamentos foram chamados para discutir o uso da água.
Apesar do momento atual ser considerado “grave”, o Dmae descartou a possibilidade de racionamento de água. Puxado pelo alto consumo por pessoa, também no dia 3 houve a maior produção de água registrada pelo Município, com 182,048 m3. Segundo o Dmae, as represas do sistema de abastecimento do Município tiveram redução em sua reservação. Em Sucupira, dos 3 metros informados na última semana a água desceu para 2,80 metros. No Bom Jardim, a tendência também é de queda, para 2,95 metros atualmente.
O recorde de consumo registrado nesta semana estaria ligado a fatores como aumento da população do Município, desperdício, calor costumeiro da época na cidade e o tempo seco, que além de trazer incômodo à saúde, também faz com que se lave mais carros e casas.
Os números do Dmae também apontam que em agosto o consumo médio per capita foi de 240,59 litros por dia, pouco abaixo do resultado de julho, quando a média foi de 245,26 litros por pessoa/dia. Apesar da leve redução, o consumo é considerado alto. “Não se trata de um racionamento, mas vivemos um momento grave. Teremos estiagem até a segunda quinzena de outubro. É preciso economizar água”, afirmou o diretor geral do Dmae, Paulo Sérgio Ferreira.
ASSENTAMENTOS
Líderes das ocupações urbanas Irmã Dulce, Zaire Rezende, Glória, Maná, Fidel Castro e Santa Clara tiveram uma reunião na manhã desta sexta-feira com o Dmae. O objetivo era discutir a utilização da água, hoje feita de maneira clandestina. Segundo a autarquia, além de interferir no abastecimento de bairros adjacentes, essa utilização sem controle faz parte do volume estimado de perda na rede, que chega a 25% no Município.
Entre os pontos em negociação está a instalação de um medidor em cada um desses assentamentos para que seja cobrada a água dos moradores, de maneira comunitária. Cada família pagaria um valor médio extraído do consumo total. Outro pedido foi de reparação de vazamentos, o que pode acontecer com a disponibilização imediata de uma equipe do Dmae. Isso faria com que os prejuízos do Município diminuíssem e bairros próximos, como Santa Mônica, Morumbi, São Jorge e Segismundo Pereira, não fossem mais afetados pela baixa de pressão e o consequente desabastecimento.
“É sinal de que o governo está mudando. Estamos abertos para negociar e todas as famílias, tenho certeza, não se importariam de pagar pela água”, disse o representante da ocupação Irmã Dulce, Erivan Magalhães Moraes. No local, que fica próximo ao bairro Canaã, há 720 famílias, segundo os próprios moradores.
Bairros mais afetados pelo abastecimento:
Alvorada
Chácaras Andorinhas
Jardim Finotti
Morumbi
Parque Novo Mundo
São Jorge
Santa Mônica
Segismundo Pereira
Vida Nova
Vila Marielza
Dicas para reduzir o consumo
- A redução do tempo de banho para cinco minutos, economiza cerca de 90 litros de água
- Reutilizar a água da lavagem de roupas para limpar as calçadas, evitando o uso da água tratada para essa finalidade. A economia desta ação é, em média, de 120 litros
- Consertar vazamentos domésticos. Uma torneira pingando desperdiça cerca de 46 litros de água por dia. No caso de vazamentos maiores, em forma de filete, o desperdício pode chegar a 750 litros por dia.
