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05/09/2019 às 14h29min - Atualizada em 05/09/2019 às 18h33min

Nove casos de sarampo são confirmados em Uberlândia

Em todo o estado de Minas Gerais 13 casos já foram confirmados; 138 continuam em investigação

BRUNA MERLIN E CAROLINE ALEIXO
Bebê de nove meses apresentou sintomas da doença na última semana | Foto: Arquivo pessoal
Nove casos de sarampo foram confirmados em Uberlândia nesta quinta-feira (5). Segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), em todo o estado há 13 confirmações, ou seja, Uberlândia concentra a maioria dos diagnósticos da doença. 

Ainda de acordo com o boletim divulgado pelo governo, quem transmitiu a doença aos pacientes de Uberlândia é um trabalhador da cidade de Araras (SP) que realiza a manutenção de equipamentos de laboratório junto a estabelecimentos de saúde do Triângulo Mineiro e Sul de Minas.

"O primeiro caso confirmado agora foi desse paciente que veio prestar serviço a uma instituição privada da cidade e, ao chegar aqui, estava com os sintomas que eram condizentes com o sarampo. Assim que houve a suspeita, imediatamente foi feito o bloqueio para localizar as pessoas que tiveram contato e verificar se estão ou não vacinadas. Dos casos confirmados, muitos tiveram contato direto com ele e nenhum foi letal", disse o assessor técnico da Rede de Urgência e Emergência, Clauber Lourenço, informando, ainda, que desde 2007 não havia casos da doença na cidade. 

Os 
casos foram confirmados pelo critério clínico-epidemiológico, ou seja, os pacientes apresentaram sinais e sintomas característicos da doença e têm histórico de contato direto com o caso de sarampo confirmado. Sobre isso, Clauber esclareceu que o diagnóstico toma como base um teste rápido com resultado positivo para a doença. Contudo, novos exames dos pacientes ainda são analisados para a confirmação definitiva da doença. 

Não foram informados detalhes sobre os demais pacientes como idades e regiões da cidade onde ocorreram os diagnósticos. 

SUSPEITAS
Na última semana, houve
a confirmação do primeiro caso suspeito da doença na cidade. Exames ainda estão sendo realizados para a confirmação da doença no paciente. Na época, a reportagem também recebeu informações de pelo menos outros dois casos suspeitos, sendo de um menino de aproximadamente oito anos, morador do bairro Jardim Canaã, e de uma bebê de nove meses no bairro Osvaldo Rezende.

Mesmo sem o resultado do exame, uma equipe de vigilância epidemiológica foi até a casa da família, na região central, e vacinou todas as pessoas contra a doença.  

“Após dias com febre alta e irritação na garganta, ela começou a tossir e surgiram manchinhas vermelhas pelo seu corpo. Inicialmente, os médicos suspeitaram de dengue, mas depois acreditaram que poderia ser sarampo. Ela ficou com os sintomas por uns sete dias e agora, graças a Deus, está melhor”, relatou a mãe da criança, Angélica de Souza Lima.
Ainda que não haja notificação oficial ao Município sobre todos os nove casos, foi descartado que o bebê esteja entre eles, uma vez que os exames ainda são analisados.

Município reforça trabalhos de prevenção 
O assessor da rede municipal ressaltou que a vacinação obrigatória de notificação, para crianças menores de dois anos, a cobertura vacinal está acima do que é preconizado pelo Ministério de Saúde, de 95%.

Além do bloqueio vacinal sempre que há suspeita da doença, a Prefeitura está reforçando o trabalho preventivo na cidade com campanhas de vacinação no aeroporto, nas escolas, realização do Dia D no último domingo no Parque do Sabiá, onde mais de 1 mil pessoas foram vacinadas, além de disponibilizar a vacina em 74 salas. 

 
“É importante a população saber que essa doença é totalmente prevenível. Nós temos a vacina em mais de 70 pontos e não se justifica ter um surto. Fizemos também um horário extra aos sábados nas UAIs Martins, Pampulha, Tibery e Luizote para o trabalhador ter mais uma opção de se imunizar”, finalizou Clauber.
O horário extra nas quatro unidades de saúde, para imunização, ocorre das 7h às 13h. A rede ainda indica a vacinação para adultos de até 49 anos que têm dúvidas se são vacinados ou não contra a doença para receber uma dose extra da vacina.

SITUAÇÃO EM MG
Desde o início de 2019 foram notificados 310 casos suspeitos de sarampo provenientes de 110 municípios no estado de Minas Gerais. Destes, 159 foram descartados e 138 estão sob investigação, sendo 58 deles em Uberlândia. Treze casos foram confirmados em todo o estado, sendo nove somente em Uberlândia.

Dos casos confirmados, o primeiro ocorreu em Betim. A vítima se trata de uma pessoa do sexo masculino que não teve a idade informada. O segundo caso foi registrado em Contagem. Um jovem de 25 anos começou a apresentar os sintomas da doença no dia 1º de março.

A terceira vítima é uma criança de 1 ano que reside em Belo Horizonte. Ela foi vacinada contra a doença em novembro de 2018 e começou a sentir os sintomas em fevereiro de 2019. O quarto caso também foi registrado em BH. Uma adolescente de 13 anos foi diagnosticada com a doença no dia 6 de março.

Já dos 138 casos ainda em investigação, o governo estadual apontou que há sete que "muito provavelmente serão confirmados". Entre eles está um paciente de Uberlândia cujos exames iniciais apresentaram sintomas compatíveis com a suspeita, além de ter  havido contato com pessoas suspeitas ou residentes do estado de São Paulo. O Estado reforçou, ainda, que em todos esses casos suspeitos houve bloqueio vacinal para interromper a transmissão. 


SARAMPO
O sarampo é uma doença viral infecciosa transmissível que atinge principalmente crianças. A enfermidade começa inicialmente com febre, manchas avermelhadas que se distribuem de forma homogênea pelo corpo e sintomas respiratórios e oculares.

No quadro clínico clássico, as manifestações incluem tosse, coriza, rinite aguda, conjuntivite, fotofobia e manchas de koplik que são pequenos pontos esbranquiçados presentes na mucosa oral. A evolução da doença pode originar complicações infecciosas com amigdalites, otites, sinusites, encefalites e pneumonia, que podem levar à óbito. As complicações frequentemente acometem crianças desnutridas e menores de um ano de idade.

A transmissão ocorre de pessoa a pessoa por meio de secreções presentes na fala, tosse, espirros ou até mesmo respiração. Na presença de pessoas não imunizadas ou que nunca apresentaram sarampo, a doença pode se manter em níveis endêmicos, produzindo epidemias recorrentes.

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