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04/09/2019 às 08h10min - Atualizada em 04/09/2019 às 18h48min

Homicídio de empresário no Distrito Industrial teria sido encomendado pela filha da vítima

Mulher de 38 anos foi detida na noite desta terça-feira (3) durante velório do pai; motivação seria briga familiar por questão patrimonial

GIOVANNA TEDESCHI E CAROLINE ALEIXO
Mulher de 38 anos foi detida durante velório do pai no bairro Brasil | Foto: PM/Divulgação

A Polícia Militar (PM) prendeu quatro pessoas e apreendeu um menor na noite desta terça-feira (3) suspeitos de envolvimento com o homicídio do empresário Lourival Camilo de Souza, de 72 anos, que também ocorreu ontem (3) no Distrito Industrial, em Uberlândia. De acordo com informações da PM, a filha da vítima seria a mandante do crime. 

Com os suspeitos foram encontrados uma pistola, o carregador da arma, quatro celulares e cerca de R$ 7,7 mil em dinheiro. Essa quantia seria parte do dinheiro pago pela suspeita para que os autores matassem o empresário.

A maioria dos suspeitos foi detida na região do Distrito Industrial após os policiais identificarem o grupo criminoso. A ação conjunta contou com o apoio de policiais do 32º Batalhão da PM, além do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Os detidos foram levados para a delegacia de plantão da Polícia Civil. Os autos de prisão e apreensão em flagrante foram finalizados no início da noite desta quarta-feira (4) e os suspeitos serão conduzidos ao sistema prisional da cidade. Segundo o delegado Fábio Ruz, durante o depoimento, a mulher disse que não tinha nada a declarar.  

 

PRISÕES
O primeiro suspeito identificado por Elias Paulo Moraes, de 34 anos, foi preso em um motel de Uberlândia após denúncia anônima de que ele seria o responsável por atirar contra a vítima conhecida por “Didi da Transportadora”. Além dele, foi apreendido um adolescente de 17 anos que também teria participado do homicídio.  

 Polícia encontrou parte do dinheiro pago pela execução | Foto: PM/Divulgação

Durante os rastreamentos, foram presos ainda Hanner Machado de Lima, 28 anos, apontado como o intermediador da execução de Lourival. Ele informou aos policiais que o homicídio foi contratado pela filha da vítima, Maiza de Souza.

A mulher de 38 anos foi detida durante o velório do pai, no bairro Brasil. Ela negou o envolvimento nos fatos, porém, de acordo com a PM, os demais suspeitos também apontaram ela como mandante. 

Uma quarta pessoa, identificada como Samuel Matos, foi presa por ter emprestado a arma aos executores. 

Motivação seria briga familiar por questões patrimoniais 
Segundo o coordenador do Gaeco, Daniel Martinez, o pai e os filhos tinham um desentendimento em relação a um imóvel da família. A principal linha de investigação é de que a mulher, inconformada com a situação, entrou em contato com o suspeito Hanner para que matasse o pai. O autor então intermediou a negociação com Elias e o menor infrator.

Além disso, um roubo registrado na empresa de transportes de Lourival, no último dia 25 de agosto, teria sido arquitetado por Hanner a partir de informações repassadas por Maiza. Na ocasião, foram roubados cerca de R$ 30 mil e parte do valor seria destinada como pagamento do homicídio do idoso.

“Ontem chegou a informação de que quem tinha atirado no Didi estava no quarto 47 de um motel, que seria o Elias. O pessoal fez a prisão dele e apreendeu o telefone celular que continha mensagens com o Hanner sobre o roubo cometido na empresa. Ficou claro que quem planejou esse crime anterior foram os dois”, disse o promotor de Justiça.


Denúncia de que a vítima seria assassinada chegou ao Gaeco
Ainda de acordo com o promotor, há cerca de 60 dias um denunciante procurou o Ministério Público Estadual (MPE) dizendo que uma pessoa foi até a empresa dele, em Uberlândia, e informou de que ele e o empresário seriam assassinados.

Contudo, o denunciante não conhecia Lourival e não soube dar mais detalhes sobre a denúncia e nem quem teria feito, o que dificultou as investigações. “Ele só nos disse que um preso que tinha acabado de ser liberado saiu de Araxá e foi até a empresa falando que ele e o Didi da Transportadora seriam mortos. Não havia nada de concreto”, esclareceu Martinez.

O dono da transportadora estava sendo investigado pelo Gaeco pelo crime de receptação, uma vez que teria o costume de comprar peças de caminhões roubados. 
As investigações do homicídio serão conduzidas pelo Gaeco que vai apurar, ainda, o suposto envolvimento do outro filho da vítima nos crimes. Nesta tarde, o homem chegou a ser ouvido como testemunha pela Polícia Civil.
 

ENTENDA O CASO
Na manhã de terça-feira (3), por volta das 7h, um motorista da empresa encontrou o corpo do proprietário da empresa de transportes com três perfurações de bala no tórax e chamou a polícia. O cadáver estava nu em cima de uma cama e todo ensanguentado.

A equipe da perícia técnica da Polícia Civil constatou que o crime ocorreu por volta das 22h de segunda (2) e que as portas da empresa haviam sido arrombadas com chutes. Segundo familiares, a vítima costumava dormir no imóvel.

A perícia técnica da Polícia Civil foi acionada e os profissionais constataram que as portas do imóvel haviam sido arrombadas com chutes.


Corpo foi encontrado em empresa no Distrito Industrial | Foto: Diário de Uberlândia


A filha da vítima chegou a auxiliar nos trabalhos de perícia reconhecendo as roupas que o idoso usava e que estavam dobradas em cima de uma mesa próximo à cabeceira da cama. Ela ainda disse que havia sumido a quantia de R$ 300 da carteira do pai.

Os policiais constataram que em outro cômodo, que também havia sido arrombado, tinham vários objetos de valor como pneus de caminhões que não foram levados. Foi encontrado ainda quatro estojos de munições no local. 


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