Além da premiação, o título garante melhoria nos valores de mercado do animal e seus descendentes | Foto: Sílvio Azevedo
O sonho de valorizar suas vacas é o que motivou Ebert Rodrigues a viajar 937 quilômetros entre Teófilo Otoni, no norte de Minas Gerais, até Uberlândia para participar do Torneio Leiteiro Camaru, que começou ontem e vai até a próxima quinta-feira (05) no Centro de Exposições do Sindicato Rural de Uberlândia.
“Tínhamos outros planos em mente, mas decidimos vir para cá. O concurso em Uberlândia é um passo para o nacional, além de ser um que todo mundo do meio leiteiro comenta, pelos recordes batidos e o alto nível da competição”.
O gestor da fazenda Córrego do Jacaré trouxe contigo as vacas da raça Gir Leiteira Cembra e Carmela, essa ultima foi a campeã da ExpoAgro, em Governador Valadares, em julho deste ano. Além do prêmio, no valor de R$ 5 mil, o que vale na competição em Uberlândia é valorizar o animal e seus descendentes. Foi assim com a Carmela.
“No mesmo evento nós vendemos quatro embriões por R$ 60 mil e o proprietário da fazenda recusou uma proposta de R$ 120 mil pelo animal”, disse Ebert Rodrigues. A viagem para Uberlândia não foi das mais tranquilas. O gestor conta que tiveram contratempos na estrada, com a quebra do eixo da carreta de transporte que custou quatro horas a mais de viagem.
“Na descida para Belo Horizonte o eixo quebra e os animais ficaram das 22h às 2h trancados enquanto conseguíamos um mecânico que concertasse, mesmo com luzes de celular iluminando. As vacas estavam estressadas por estarem presas e ainda com a fumaça da máquina de solda. Foram 18h de viagens, mas que no fim deu tudo certo e chegamos aqui no domingo”.
O torneio leiteiro deste ano conta com 37 animais das raças Gir Leiteiro e Girolando que deverão ser ordenhados três vezes ao dia, às 6h, 14h e 22h, somando 10 ordenhas. De acordo com o regulamento, pesam-se as 10 quantidades de leite tiradas, exclui-se a de maior quantidade, e fazem a médias das outras nove. Vence quem superar, ou se aproximar, em valor percentual dos recordes da competição (veja abaixo).
Na história da competição já foram batidos dois recordes mundiais e cinco nacionais. Para o técnico de inspeção do concurso, Gustavo Rodrigues, a expectativa é de que esse ano mais marcas sejam superadas. “Todo ano temos quebra de recordes. Ano passado foram dois e esperamos que esse ano sejam mais três”, disse.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato Rural, Thiago Silveira, a competição cria um ambiente praticamente perfeito para que as vacas apresentem o melhor da sua produção. “É um dos principais [torneios] do Brasil, realizado há muitos anos e com produtores de várias partes do país. Por isso ele é representativo. O ambiente tem manejo, cuidados e dieta controlados para que os animais manifestem o seu melhor potencial produtivo. O objetivo é identificar as melhores linhagens e fazer o melhoramento genético do rebanho leiteiro no Brasil”, disse Thiago Silveira.
A final da competição será na quinta-feira, às 14h, com a pesagem da 10ª ordenha. A vaca com melhor resultado proporcional será declarada a campeã geral do Torneio Leiteiro Camaru e o proprietário premiado com R$ 5 mil. Recordes a serem batidos por categoria
Girolando Novilhas - 1/4 - 53,51kg - 3/8 – 53,453 kg - 3/4 - 67,223 kg (de 2018) - 1/2 - 80,19 kg - 5/8 – 73,727 kg
Girolando Vacas - 1/4 - 59,51kg - 3/8 – 64,42 kg - 3/4 - 93,770 kg - 1/2 - 109,123 kg - 5/8 – 91,94 kg (de 2018) Raça Gir Leiteiro - Fêmea Jovem – 55,906 kg - Vaca Jovem – 55,957 kg - Vaca Adulta – 67,730 kg