Até o momento, consumo de água neste mês está 0,2% menor do que em julho | Foto: World Bank/Divulgação
Ainda que as reservas estejam sob controle, o Departamento Municipal de Água e Esgoto de Uberlândia (Dmae) está preocupado por ainda estarmos no período de estiagem e os resultados parciais de agosto não apontarem uma redução significativa no consumo. As chuvas, como previsto, devem voltar apenas em meados de outubro.
Ainda segundo medições do Dmae, os primeiros 20 dias de agosto também não apresentaram redução significativa no processo de tratamento e distribuição de água. A queda foi de 0,2%, ou seja, o consumo continua parecido com o que ocorreu em julho.
“A preocupação é recorrente e de todos os serviços de saneamento. É natural baixar vazão entre agosto e outubro, porém somos responsáveis e trazemos o processo controlado nas nossas captações e abastecimento. Hoje, estamos com represas estabilizadas e dentro da normalidade, mas o que buscamos é a prevenção”, disse o diretor técnico do Dmae, Leocádio Alves Pereira.
Ambas as reservações do Município, no Ribeirão Bom Jardim e no Rio Uberabinha/Sucupira, estão com níveis máximos, de três metros.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que uma pessoa utilize cerca de 110 litros de água por dia, sendo que em Uberlândia o consumo diário per capita razoável fica entre 140 e 160 litros. O pedido é que a população economize e reutilize a água, principalmente até outubro.
CHUVAS De acordo com o Laboratório de Climatologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), neste ano, as chuvas estão dentro da normalidade climática. Se o quadro permanecer, 2019 deve fechar com aproximadamente 1,5 mil mm de precipitação, cenário diferente de anos anteriores, quando as estiagens forçaram o Dmae a criar um plano de contingenciamento de consumo.
“[2019] Não foi um ano fora da normalidade, o volume de água foi interessante e precipitações em maio retardaram o período de estiagem”, disse o professor da UFU Paulo César Mendes, que acredita que outubro chegará com temperaturas mais altas, mas também com chuvas significativas já na segunda quinzena.
A doutora em meteorologia Camila Bertoletti Carpenedo afirmou que, em uma análise desde 2017, nota-se o registro de invernos com déficits de precipitações. Já nos verões, os volumes de chuva se mostram com pequenos excedentes ou déficits. O quadro é considerado positivo por 90% das precipitações locais acontecerem em períodos mais quentes. “Já o outono tem apresentado em torno de 22% e 33% de déficit de chuvas. Na primavera, há excedente”, disse.
Em maio, o volume de chuvas ficou próximo de 50mm. Uberlândia ficou sem chuvas entre os dias 17 de maio até 5 de agosto, quando a estação climatológica da UFU registrou 7 mm de precipitação. Ainda de acordo com Mendes, contudo, os volumes são considerados traços de chuvas, dentro do período de estiagem que dura entre o fim de maio e o fim de setembro.