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30/08/2019 às 17h29min - Atualizada em 30/08/2019 às 17h29min

Aumento no consumo de água acende sinal de alerta em Uberlândia

Após segunda maior média, Dmae aponta que redução em agosto tem sido mínima

VINÍCIUS LEMOS
Até o momento, consumo de água neste mês está 0,2% menor do que em julho | Foto: World Bank/Divulgação
Ainda que as reservas estejam sob controle, o Departamento Municipal de Água e Esgoto de Uberlândia (Dmae) está preocupado por ainda estarmos no período de estiagem e os resultados parciais de agosto não apontarem uma redução significativa no consumo. As chuvas, como previsto, devem voltar apenas em meados de outubro.

O
consumo médio de água no mês de julho em Uberlândia foi o segundo maior do ano, com 245,26 litros por dia por habitante. Durante o fechamento do primeiro trimestre, o Município estava na estação chuvosa, por isso o quadro de julho, em período de estiagem, gera alerta.

Ainda segundo medições do Dmae, os primeiros 20 dias de agosto também não apresentaram redução significativa no processo de tratamento e distribuição de água. A queda foi de 0,2%, ou seja, o consumo continua parecido com o que ocorreu em julho.

“A preocupação é recorrente e de todos os serviços de saneamento. É natural baixar vazão entre agosto e outubro, porém somos responsáveis e trazemos o processo controlado nas nossas captações e abastecimento. Hoje, estamos com represas estabilizadas e dentro da normalidade, mas o que buscamos é a prevenção”, disse o diretor técnico do Dmae, Leocádio Alves Pereira.

Ambas as reservações do Município, no Ribeirão Bom Jardim e no Rio Uberabinha/Sucupira, estão com níveis máximos, de três metros.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que uma pessoa utilize cerca de 110 litros de água por dia, sendo que em Uberlândia o consumo diário per capita razoável fica entre 140 e 160 litros. O pedido é que a população economize e reutilize a água, principalmente até outubro.

CHUVAS
De acordo com o Laboratório de Climatologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), neste ano, as chuvas estão dentro da normalidade climática. Se o quadro permanecer, 2019 deve fechar com aproximadamente 1,5 mil mm de precipitação, cenário diferente de anos anteriores, quando as estiagens forçaram o Dmae a criar um plano de contingenciamento de consumo.

“[2019] Não foi um ano fora da normalidade, o volume de água foi interessante e precipitações em maio retardaram o período de estiagem”, disse o professor da UFU Paulo César Mendes, que acredita que outubro chegará com temperaturas mais altas, mas também com chuvas significativas já na segunda quinzena.

A doutora em meteorologia Camila Bertoletti Carpenedo afirmou que, em uma análise desde 2017, nota-se o registro de invernos com déficits de precipitações. Já nos verões, os volumes de chuva se mostram com pequenos excedentes ou déficits. O quadro é considerado positivo por 90% das precipitações locais acontecerem em períodos mais quentes. “Já o outono tem apresentado em torno de 22% e 33% de déficit de chuvas. Na primavera, há excedente”, disse.

Em maio, o volume de chuvas ficou próximo de 50mm. Uberlândia ficou sem chuvas entre os dias 17 de maio até 5 de agosto, quando a estação climatológica da UFU registrou 7 mm de precipitação. Ainda de acordo com Mendes, contudo, os volumes são considerados traços de chuvas, dentro do período de estiagem que dura entre o fim de maio e o fim de setembro.

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