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31/08/2019 às 14h35min - Atualizada em 31/08/2019 às 14h35min

Empresas de Uberlândia investem em ações que reforçam comunidades em que estão inseridas

Conheça algumas iniciativas sociais que fazem a diferença à população da cidade

ADREANA OLIVEIRA

Quando uma empresa escolhe uma cidade há inúmeros fatores que devem ser considerados para o negócio. Quando uma pessoa escolhe uma empresa para trabalhar o mesmo acontece. Nos últimos anos, têm se somado aos fatores geográficos, políticos, logísticos e financeiros outros valores que não são mensurados por números, e sim pelo sentimento de pertencimento à cultura de uma organização.

O Sabin Medicina Diagnóstica chegou a Uberlândia em 2014, após adquirir toda a estrutura do Ipac, ambas empresas familiares. “Conseguimos fechar o negócio pela cultura do Sabin, que também começou do zero em 1984 como um sonho das doutoras Janete Vaz e Sandra Soares Costa, em Brasília. No início, sempre há uma preocupação com um choque de culturas, o que não aconteceu”, explica Washington Esteves, gestor administrativo do Sabin de Uberlândia.

Natural de Morro Agudo (SP), em Uberlândia há mais de 20 anos, Esteves diz que as ações que geram impacto social entre os colaboradores e a comunidade não são aleatórias. Contam com curadoria do Instituto Sabin e estão conectados com a área de atuação do laboratório. A Academia do Parque do Sabiá foi doação do laboratório em 2017 para incentivar a prática de
atividade física. “Nossos funcionários são incentivados à prática de exercícios e passam esse gosto para seus familiares, temos até maratonistas aqui”, conta o gestor.

Na empresa, nada é terceirizado. Os serviços, desde o manobrista aos dos colaboradores do Sabin Prime, voltados para os executivos, são prestados por uberlandenses, ou uberlandinos, que, como ele, escolheram a cidade para viver. “Hoje temos 12 unidades na cidade, são muitos empregos gerados e oportunidades oferecidas em outras unidades de outros estados.”

O Instituto Sabin, em parceria com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), levou aos setores de psicologia do Fórum de Uberlândia, duas ludotecas. “O projeto existe há 11 anos com o objetivo de proporcionar melhoria nos atendimentos voltados a crianças e adolescentes em situação de violência, maus-tratos ou negligência em um ambiente que favorece o diálogo com as crianças. A ideia veio de uma colaboradora nossa que sofreu abuso sexual na infância e se lembra de um ambiente hostil e precário.”

Os funcionários são incentivados a doar sangue e muitos aderiram à causa tornando-se doadores frequentes do Hemocentro de Uberlândia. Em julho deste ano, a campanha reuniu 290 doadores.

Incentivo à leitura e à inclusão


Semente da Vida na Unidade Básica de Saúde do Custódio Pereira | Foto: Divulgação


Há 43 anos, a Uberlândia Refrescos tem gerado memórias afetivas. A repórter recorda-se das visitas à fábrica na infância, em excursão escolar. “O projeto Visita à Fábrica existe até hoje e estendemos para familiares dos colaboradores em outro momento”, explica Wanderléia Silva, gerente de Talentos Humanos da empresa.

O programa Viver Feliz. Com tem quatro projetos: a Geladoteca, que usa refrigeradores fora de funcionamento que seriam descartados como estante para livros; o Antenado, com palestras sobre qualidade de vida para funcionários; Na Medida, em parceria com o Sesi, a Unimed e o curso de Nutrição da Unitri, que leva mais qualidade de vida para funcionários com exames com índices alterados; e o mais recente deles o Boas Mãos.

“Contratamos 14 massoterapeutas com algum tipo de deficiência, a maioria, visual, que trabalham conosco e o serviço não é cobrado dos funcionários”, explica Wanderléia. Na visita da reportagem, as massoterapeutas Sônia Regina Ferreira e Isabel Firmino atendiam no local próximo à Geladoteca. “Gosto de trabalhar aqui e tudo que fazemos é com muito amor”, diz Isabel. A empresa também tem curso de libras gratuito para os funcionários interessados, e duas turmas já foram formadas.

Por meio da Urlação, que surgiu a partir da participação da empresa no Dia V desde 2003, os funcionários são incentivados a, uma vez por ano, fazer algo voltado para a comunidade. Eles também fazem visitas a instituições como, Lar de Idosos. “Não fazemos só uma visita. Sempre voltamos para fortalecer os laços”.

Desde 2007 a empresa também tem foco na saúde feminina com o programa Semente da Vida, voltado para futuras mamães, grávidas ou não, para que estejam preparadas quando a hora chegar. E os homens também têm um programa voltado para eles.
Por meio do Coletivo Jovem, a Uberlândia Refrescos, a cada dois meses, forma uma turma para cursos técnicos. Palestras e ações voltadas para a preservação do meio ambiente e apoio à cultura por meio de incentivos fiscais também estão no escopo.
 
Meio Ambiente e Sustentabilidade em foco


Prevenção de incêndios é uma das ações na Souza Cruz | Foto: Divulgação


O cuidado vai além do próprio quintal e envolve cada vez mais iniciativas sustentáveis. A Souza Cruz, por exemplo, há 41 anos em Uberlândia, investe em ações junto aos funcionários e tem três projetos que causam impacto diretamente nas regiões em que está inserida. A empresa tem um parque ambiental com 40 hectares, considerado um refúgio da fauna e flora do cerrado na área urbana. Para a manutenção do parque, são realizadas medidas preventivas contra incêndio por meio de aceiros e da equipe da Brigada de Emergência.

Para contribuir com a redução da infestação de focos de mosquito da dengue, a unidade Uberlândia possui um comitê formado por equipe multidisciplinar com representantes de cada área, por meio do qual são realizadas ações corretivas e monitoramento frequente. Em parceria com a Prefeitura Municipal, são realizadas campanhas educativas e engajamento dos colaboradores.

Outra parceria é com uma startup da Universidade Federal (UFU) para desenvolvimento de sistema online de monitoramento de consumo energético tornando possível acompanhar e gerar estatísticas de consumo de lenha e resultados de pressão, realização de análise de rede neural, estabelecer center line de controle. Os resultados: aumento da eficiência da caldeira e ganhos com redução no consumo de energia.
 
Proposta do Social Bank é voltada para qualidade de vida


Sede do banco no bairro Lídice, em Uberlândia | Foto: Adreana Oliveira


Há pouco menos de um ano, em outubro de 2018, o Diário foi convidado para a inauguração do Social Bank em Uberlândia, algo almejado pelo CEO do banco digital, Rodrigo Borges, graduado em Administração de Empresas pela UFU. Na época, o investimento de R$ 20 milhões deveria mais que dobrar em um ano, assim como o número de funcionários, que eram 50.

Os objetivos já foram ultrapassados. Os investimentos chegaram a R$ 50 milhões e já são 105 funcionários na sede do bairro Lídice. O espaço, amplo, bonito e convidativo, conta com o Social Café, aberto ao público, e área para eventos de parceiras que vão de um descontraído happy hour a palestras sobre inovação.

O diretor de Propósito e Pessoas, Alonso Neto, explica que a dinâmica do Social Bank difere da dos bancos tradicionais. “Somos uma instituição que não vê o lucro pelo lucro. O usuário é o centro do nosso negócio. Nós somos digitais, mas queremos conhecer quem está do outro lado do smartphone, do outro lado do crachá.”

No Social Bank, os funcionários são valorizados pelo próprio estilo, sem precisar recorrer àquela máscara que muita gente precisa usar das 8h às 18h. “Tudo reverbera no atendimento ao cliente. Está no nosso DNA promover impacto, transformar a realidade do entorno em que estamos e ressignificar valores da sociedade. Não é possível isolar o aspecto financeiro. Está tudo conectado com ações do governo, ONGs, sociedade civil. E estamos nesse ecossistema como atores que assessoram iniciativas e projetos sociais.”

Para Neto, Uberlândia é uma “pequena grande cidade” e, por aqui, se tem, além de um ecossistema forte para os negócios, terapias holísticas, medicina alternativa, iniciativas voltadas para o crescimento pessoal. “Temos potência de conectar todo mundo e conversar nesse ecossistema. Vejo que tem muita gente fazendo muita coisa separado.”

A educação financeira está em um dos slogans do banco: “Consciência promove abundância”. “Em um banco tradicional, quando você abre uma conta, a primeira coisa que lhe oferecem é um cartão de crédito. O mau uso dele gera uma bola de neve que hoje resulta em 62% das famílias brasileiras endividadas. Estamos aqui para tentar mudar isso”, diz Neto.

Para tanto, o Social Bank conta com talentos de diferentes áreas, o fotógrafo Leonardo Santangelo da Cruz, natural de Ribeirão Preto (SP), é coordenador de Comunicação, e a designer Larissa Salustiano é assistente de Relações Institucionais. Para Neto, o que cada um tem a oferecer colabora com o crescimento da marca.

“Aqui temos propósitos que não são somente frases que lemos na parede. O propósito não é o lucro pelo lucro, é conectar as pessoas”, diz Cruz. Para Larissa, o melhor de cada um pode ser descoberto no trabalho. “Tem muita gente abrindo mão do carro e vindo trabalhar de bicicleta, evitamos o uso de descartáveis e isso acontece de forma natural, porque começamos a pensar mais no coletivo.”

Neto comenta sobre o Missão Social Bank, que mapeia iniciativas como o Minas Mulher para conseguir investimentos que chegam do país inteiro. A ONG Estação Vida é uma das beneficiadas pelo Missão. Outro programa é o Social Good Brasil, que, junto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), ajuda refugiados venezuelanos no Brasil. “Fornecemos a ele um cartão do banco, sem custo, e os nossos clientes podem fazer doações via aplicativo.”

Agora, com o projeto Cities, o Social Bank quer chegar a outras 120 cidades levando a proposta de incentivar o co-working, promover encontros e valorizar o atendimento humanizado.


 

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