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10/08/2019 às 09h20min - Atualizada em 10/08/2019 às 09h20min

Trânsito em cruzamento no bairro Umuarama preocupa e incomoda motoristas

Diário de Uberlândia foi até o trecho na avenida Floriano Peixoto e constatou problemas

GIOVANNA TEDESCHI
Trânsito registrado às 12h, na avenida Floriano Peixoto, na altura do pontilhão | Foto: Giovanna Tedeschi
Luzes vermelhas para todos os lados, seja de faróis ou de semáforos. Buzinas de perto, de longe, altas, baixas, estridentes, graves. Xingamentos, música saindo do rádio. Pessoas nos mais diferentes temperamentos: felizes, cansadas, estressadas, atrasadas. Dá para pensar no trânsito de forma bastante literária, mas isso não quer dizer que o transtorno causado é diminuído de alguma maneira, ainda mais para quem precisa passar por aquilo todos os dias. O congestionamento é, muitas vezes, associado às metrópoles, mas mesmo municípios de porte menor têm problemas. Seja pela quantidade de carros ou pelas vias mal planejadas, o trânsito tem afetado mais locais a cada dia.

Na zona leste de Uberlândia, o trânsito no cruzamento da avenida Floriano Peixoto com a ruas Dr. Luiz Antônio Waack, Tito Teixeira e a avenida Aviação, no bairro Umuarama, incomoda quem trafega por ali. Muitos semáforos e a existência da linha férrea são fatores que atrapalham o deslocamento. Além disso, não há muitas opções para quem quer acessar a área central da cidade saindo dali. A reportagem foi até o local e viu o trânsito pesado, mencionado até pelo motorista de aplicativo que proporcionou o transporte até lá.

Para Wanderson Gonzaga, vendedor que passa de carro pelo local todos os dias, seria necessário abrir outra via de acesso para diminuir o fluxo. “Sempre aqui é acumulado. Um trânsito bem complicado”, diz.

O montador de móveis Cléber Silva também frequenta a via diariamente, mas discorda. Na opinião dele, o problema é muito difícil de ser resolvido. “Uberlândia não está suportando mais o fluxo de veículos. Para melhorar é meio complicado porque aqui não tem tanta saída para construir outras vias”, afirma.

E até quem anda de motocicleta, veículo que possibilita costurar entre os carros e pegar menos congestionamento, tem dificuldade em passar pelo local. “Não faço ideia do que fazer para melhorar. Tem a ferrovia aqui e fica difícil de talvez abrir uma outra via”, diz Fabiano Araújo, analista de negócios que passa diariamente pela Floriano Peixoto.

O taxista Cléber Gonzaga chega a passar de três a quatro vezes por dia embaixo do Pontilhão Arlindo Lemes de Sousa, que fica em cima do cruzamento. Ele menciona a construção de um viaduto na avenida Afonso Pena. “Acredito que é a única saída”.

Rua Dr. Luiz Antônio Waack tem fluxo intenso até durante a noite | Foto: Éder Soares

SOLUÇÕES
Em novembro de 2018, a prefeitura de Uberlândia anunciou um cronograma de execução de obras de mobilidade urbana. O viaduto da avenida Afonso Pena, transposição da linha férrea, era uma das construções previstas para serem iniciadas em fevereiro deste ano. A obra deveria ficar pronta em agosto de 2020.

O Diário de Uberlândia entrou em contato com a prefeitura para mais informações sobre o viaduto. Por meio de nota, a Secretária Municipal de Trânsito e Transportes (Settran) informou que está fazendo um estudo quanto às condições técnicas para a construção da estrutura, mas não respondeu sobre previsão para início ou término das obras. Também não informou por que a construção ainda não foi iniciada, nem se as licitações já foram realizadas

A Settran também disse que em breve iniciará a construção de um novo viaduto na rua Custódio de Brito, no bairro Custódio Pereira. De acordo com a Prefeitura, ele “promoverá maior fluidez no acesso para a região do bairro Alto Umuarama”.
 
EXTENSÃO
A diretoria do Granja Marileusa, iniciativa do Grupo Algar, constrói a extensão da avenida Maria Silva Garcia, também na zona norte, desde julho do ano passado. O objetivo da obra privada é melhorar o fluxo de veículos entre as regiões norte e sul da cidade, atravessando transversalmente três sistemas viários da cidade: BR-365, avenida Rondon Pacheco e o binário avenida Floriano Peixoto e avenida Afonso Pena.

Em entrevista ao Diário em agosto de 2018, o diretor de operações do Granja Marileusa, Flávio Resende, afirmou que o custo da obra seria de R$ 10 milhões. “Será um dos principais eixos de passagem da população dessa região, essas pessoas precisam chegar na região de negócios. No primeiro semestre do próximo ano essa primeira etapa estará pronta, até a faixa de domínio de rodovia”, afirmou.

Conforme a matéria veiculada pelo Diário de Uberlândia, a execução da obra passava por um imbróglio, já que a conexão da avenida com a BR-050, segundo Resende, seria de responsabilidade da Prefeitura e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Os órgãos, por sua vez, negaram a informação e alegaram que a execução da obra estava inteiramente sob encargo da empresa.

Na última semana, um ano após veiculação da matéria, a reportagem entrou em contato com a assessoria do Grupo Algar, que não quis informar a data de conclusão da obra, nem se está ocorrendo uma negociação com a Settran e o Dnit para realizar a ligação do viaduto com a BR-050. "O trecho da obra de prolongamento da avenida Maria Silva Garcia que está sob responsabilidade do Granja Marileusa encontra-se em fase de conclusão", disse em nota.

Também em nota, a Settran adiantou que não deve se envolver com a obra porque a construção é particular. O representante do Dnit informou que a construção do viaduto é responsabilidade da Algar, por ter criado o bairro Granja Marileusa, e não respondeu sobre a ligação com a BR-050.

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