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11/08/2019 às 08h00min - Atualizada em 11/08/2019 às 08h00min

Técnico é espelho para filhos no voleibol

Henrique, no Minas Tênis, e Júlio, na Academia do Vôlei, seguem os passos do pai e treinador Manoel Honorato

EDER SOARES
Júlio, Manoel e Henrique na Academia do Vôlei em Uberlândia | Foto: Divulgação

No esporte é comum que filhos sigam o caminho dos pais, assim como em outras profissões. Uma dessas situações é a dos jogadores de futebol Alecsando e Richarlyson, que jogaram em grandes clubes brasileiros e até foram, juntos, campeões da Copa Libertadores da América pelo Atlético-MG em 2013. Os dois são filhos do ex-atacante Lela, que vestiu nas décadas de 1980 e 1990 as camisas de times como Fluminense e Coritiba.

Este exemplo serve um pouco para introduzir a história da família paraibana Honorato, que está em Uberlândia há mais de 20 anos. Neste domingo dos pais, o Diário mostra o relacionamento de amor e cumplicidade entre o treinador e coordenador da Academia do Vôlei, Manoel Honorato, e seus dois filhos, Henrique e Júlio, que influenciados pela vida do pai dedicada ao voleibol, estão seguindo os mesmos passos.

Manoel, de 49 anos, veio da Paraíba em meados da década de 1990 e desde então se tornou um dos principais reveladores de talentos do voleibol brasileiro, tendo iniciado o Projeto da Academia do Vôlei em 1996, quando ainda morava em Campina Grande.  De lá para cá, vieram muitos títulos para Uberlândia em competições universitárias, estudantis, regionais, estaduais e nacionais. Mas o que Manoel considera como um dos seus maiores troféus é ver dois dos filhos encaminhados no esporte que faz parte de toda a sua trajetória de vida.

Henrique Honorato, de 22 anos, é ponteiro do Minas Tênis Clube, que disputa a Superliga. Recentemente, o jogador ganhou com a Seleção Brasileira a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. Neste dia dos Pais, ele e Júlio estarão juntinhos do pai. “Meu pai é quem me colocou no mundo do esporte. Desde novinho ele me levava para os jogos e acabei me identificando muito com o vôlei.  Onde estou hoje, eu devo tudo a ele, é claro que tem muitas pessoas envolvidas, mas ele foi o grande responsável”, disse Henrique, que falou também sobre as conversas atuais com o pai, agora não mais como treinador, mas como conselheiro.

“Hoje, como ele não é mais meu treinador, ele me ajuda mais com uma palavra motivacional e sempre está ao meu lado nos momentos mais difíceis. Isso a gente precisa valorizar. Meu pai é uma pessoa única para mim, amo demais ele. E além de tudo isso, ele é um homem de caráter, íntegro, correto, e meu sonho é ser como ele”, conta.

Hoje com 20 anos, Júlio César começou jogar aos 13 anos, mas, do mesmo modo que seu irmão Henrique, o amor pelo vôlei começou bem antes, quando era levado pelo pai para assistir aos jogos da equipe em que Manoel era treinador. Júlio atualmente integra a equipe sub-20 da Academia do Vôlei e a exemplo do irmão mais velho, tem um futuro promissor como atleta.

“Eu via as reuniões que ele fazia com os jogadores e isso era um privilégio muito grande para mim. Eu posso dizer que ter ele, hoje, como pai e treinador, é um privilégio. Digo pelos muitos ensinamentos, bem como os puxões de orelha. Tudo contribuiu e muito para a minha formação como jogador e pessoa. Ele é um grande pai e uma grande pessoa, dono de uma mente brilhante”, disse Júlio, que completou citando um fato em uma competição recente, coisa de pai.

“Estávamos em uma competição e ficamos no mesmo quarto. Ele cobra muito questão de disciplina, e eu deixei minhas roupas jogadas no chão. Ele brigou feio comigo e fez com que eu guardasse as roupas (risos). Mas é assim mesmo, ele é um excelente amigo. Desejo a ele, e a todos os pais, um grande dia!”.
 
PALAVRA DE PAI
 
Pai “coruja”, Manoel Honorato se orgulha de ver os dois filhos no caminho do voleibol. “Eles foram influenciados desde pequenos, quando eu ainda morava na Paraíba e era estagiário da Seleção Brasileira infanto-juvenil. Certa vez, nós levamos a Seleção Brasileira para Campina Grande e o Henrique lá estava em um carrinho de bebê. Já estava naquela seleção grandes nomes do voleibol como André Nascimento, Ezinho. O Henrique ia comigo nos campeonatos e ficava com os jogadores, eles arremessando ele para cima como se fosse uma bola (risos). Então foram influenciados, e era uma alegria muito grande para eles desde pequenos”, disse, Manoel.

“Tenho muito orgulho, é claro. O Henrique fez um ano de engenharia civil e de educação física e precisou parar ambas por causa o vôlei. Já o Júlio está no terceiro período de direito. Acredito e incentivo muito que ele continue estudando. Ensino a eles para que sejam humildes ao extremo, que possam servir as pessoas dentro de quadra e sempre ter uma palavra de amor no coração para falar para os companheiros”, diz Manoel.

No próximo mês, quando começa o Campeonato Mineiro, o coração de Manoel estará ‘dividido’. Pela primeira vez os irmãos Honorato irão se enfrentar como adversários em uma competição adulta. Henrique irá defender o Minas Tênis, enquanto Júlio César segue vestindo a camisa da Academia do Uberlândia/Colégio Gabarito/Start .

“Será um motivo de muito orgulho vê-los se enfrentando em uma competição tão importante. Independentemente de serem, hoje, adversários dentro de quadra, sabemos que o esporte dá caminhos diferentes. Tenho certeza que cada um fará o melhor pela a sua equipe, isso é o mais importante”, disse Manoel Honorato.


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