Com previsão de término de 24 meses, a volta das obras da unidade aconteceu no dia 17 de julho | Foto: Vinícius Lemos
Reiniciadas há pouco mais de 10 dias, as obras de expansão do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) terão um custo total de R$ 133 milhões, embora hoje a universidade tenha cerca de R$ 22 milhões em caixa. O levantamento do restante dependerá de repasses federais, os quais são negociados em pelo menos duas frentes, com uma emenda de prioridade na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2020 e por meio de emenda de bancada junto ao Congresso em Brasília. A UFU precisa conseguir R$ 25 milhões a cada novo semestre para que a expansão do HC não pare novamente.
As informações foram dadas em uma entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (29). Pela primeira vez desde que houve a paralisação, a obra foi aberta para a imprensa.
Com previsão de término de 24 meses, a volta das obras da unidade aconteceu no dia 17 de julho. Neste primeiro momento é feita a limpeza do canteiro e são refeitas a parte de segurança do térreo e do primeiro piso. Na próxima semana, será finalizada a parte de alvenaria desses locais. A previsão de término de toda a alvenaria do prédio, com cinco pavimentos e cobertura, é para o fim de dezembro, mesmo mês em que termina o prazo que a universidade tem para uso dos R$ 22 milhões, que fazem parte do empenho original para a obra, ainda de 2011.
De acordo com o secretário de Saúde de Uberlândia, Gladstone Rodrigues da Cunha Filho, existe uma negociação com bancadas da Câmara dos Deputados para que sejam destinados recursos para custeio da obra, o que seriam valores mais robustos, diferentemente de emendas individuais de parlamentares. A dificuldade estaria justamente em atender à bancada e aos interesses de cada um dos deputados, por exemplo.
Visita à obra foi realizada durante a manhã desta segunda-feira (29) juntamente à imprensa | Foto: Vinícius Lemos
Outra via para levantar os recursos vem de uma emenda que o deputado Weliton Prado (Pros) apresentou para a LDO 2020 do Governo Federal. O texto pede a priorização da execução do projeto e traz o valor de R$ 25 milhões semestrais necessários. “O mais fácil é garantir dentro do próprio orçamento, sem descartar a emenda de bancada. A emenda individual teria valor pequeno. Trato diretamente com o relator-geral do orçamento, com o relator setorial na área da Saúde e com o presidente da comissão do orçamento. [Pela emenda] É uma rubrica específica para priorizar a obra para o ano que vem”, disse Weliton Prado.
O novo orçamento de mais de R$ 133 milhões foi elaborado em 2018 e se somará aos R$ 40 milhões já gastos entre 2012 e 2013 da execução de 35% projeto original. “A orçamentação deste hospital foi feita na primeira contratação da obra, então, os valores estavam defasados. Havia um perito indicado pelo juiz do caso e foi feito uma estimativa de investimento. A UFU também constituiu equipe para atualizar planilhas e cronograma. Isso foi acordado e os valores foram anexados ao processo”, explicou o reitor da universidade, Valder Steffen Júnior.
Essas atualizações levam em consideração os itens restantes a serem feitos na expansão do HC-UFU. Faltam ser concluídos a parte de alvenaria em todos os pavimentos, cobertura, revestimentos de pisos e paredes, esquadrias, instalações elétricas, gases medicinais e hidrossanitários, sistemas de condicionamento de ar e automação, sistema de segurança contra incêndio e pânico, além do heliporto.
Posteriormente ainda é preciso ser discutido o orçamento anual para custeio da nova estrutura, compra de equipamentos e contratação de pessoal. O número de trabalhadores pode chegar a 2 mil pessoas.
A EXPANSÃO A nova estrutura do Hospital de Clínicas fará parte do Pronto-Socorro (PS) da unidade, com atendimento à traumatologia. O novo prédio terá o espaço de 26.850 m² distribuídos em cinco andares.
No térreo estará o PS, enquanto no primeiro pavimento haverá a estrutura com equipamentos de imagem e diagnóstico. Os segundo e terceiro pavimentos serão reservados para internação, enquanto o quarto andar terá os leitos de Terapia Intensiva e o setor de queimados. O quinto pavimento será de cirurgia e na cobertura haverá espaço de equipamentos e o heliporto na parte superior. Serão 249 leitos, sendo 65 de pronto-socorro, 146 de internação e 38 de UTI.
A construção começou em maio de 2012 e a primeira previsão era concluí-la em 2016. As obras estavam oficialmente paralisadas há quatro anos, mas desde 2013 não havia ampliação da execução.
No dia 17 de junho deste ano, a universidade e a empreiteira responsável pela construção assinaram um termo aditivo ao contrato para retomada dos trabalhos. A medida cumpriu decisão judicial da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, onde o processo entre empresa e UFU tramitava a respeito da paralisação dos trabalhos em Uberlândia.
LINHA DO TEMPO 2010 - Projeto de ampliação do pronto-socorro incluído no Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf).
2012 - Em maio, começa execução do projeto.
2016 - Previsão inicial para conclusão da reforma, porém em outubro houve a paralisação das atividades no local.
As obras então recomeçaram, segundo a instituição, neste dia 17 de julho. Durante visita com a imprensa à obra, representantes da universidade informaram sobre os valores necessários para conseguir finalizar a construção, sem nova paralisação.