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21/05/2019 às 09h10min - Atualizada em 21/05/2019 às 09h10min

Maioria das escolas segue sem tempo integral em Uberlândia

Vagas serão estabelecidas gradualmente, segundo a Secretaria de Estado de Educação; promotora de Uberlândia fez representação

MARIELY DALMÔNICA
Sindicato informou que a mudança impactou quase 3 mil alunos só em Uberlândia | Foto: Carlos Alberto/Imprensa – MG
No fim do mês passado, o Governo de Minas Gerais anunciou que iria manter 110 mil vagas nas escolas de tempo integral em todo o estado, após o projeto ter sido cancelado no início do ano letivo. Mesmo com a mudança, 26 instituições de Uberlândia contempladas pelo programa ainda continuam sem as aulas extraturno. Apenas o Centro Socioeducativo de Uberlândia (Ceseu) e a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio, ambos atendidos pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP), seguem com as aulas integrais.

Segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute), em Uberlândia, a mudança impactou cerca de 300 professores e quase 3 mil alunos. No município, existiam mais de 100 turmas em período integral com média de 30 alunos por sala. No programa eram ministradas aulas de educação ambiental, cidadania, reforço e esportes. A redação do Diário de Uberlândia entrou em contato com alguns profissionais que perderam o emprego após o cancelamento do ensino em tempo integral, mas nenhum se sentiu à vontade para falar sobre o assunto.

Segundo Guilherme de Faria Graciano, presidente do Sind-Ute na cidade, o retorno do programa deveria acontecer junto com o início de um bimestre letivo, e como o segundo bimestre do ano já se iniciou, é provável que algumas escolas sejam contempladas apenas após o recesso de julho, em agosto. “No ato do último dia 15 levantamos essa bandeira. Temos professores sem trabalho e mães que trabalhavam em tempo comercial e tiveram que deixar o emprego porque não conseguem contratar uma escola ou creche. Isso está contribuindo para o desemprego”, afirmou.

Desde que o ensino integral foi cancelado nas escolas, o sindicato iniciou um abaixo-assinado com adesão de pais, mães, professores e profissionais da educação, com o objetivo de protocolar o documento no Ministério Público. A promotora de Justiça de Defesa da Criança e do Adolescente de Uberlândia Aluisia Beraldo Ribeiro afirmou que encaminhou a representação para a Promotoria da Educação de Belo Horizonte, que também tem outras representações no mesmo sentido.

“Esta medida do governo gerou muita polêmica e o Ministério Público está acompanhando. Apenas a promotoria de Belo Horizonte detém atribuição para atuar na defesa da educação em todo o estado”, disse. Tanto a promotora quanto o sindicato aguardam os encaminhamentos que serão feitos pela promotoria da capital.

ESTADO
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) informou que o programa Educação em Tempo Integral foi retomado em escolas com alunos de menor índice socioeconômico e que as vagas serão restabelecidas gradualmente. “Neste primeiro semestre estão sendo contempladas 500 escolas estaduais e cerca de 30 mil estudantes do ensino fundamental. As aulas do integral começaram no dia 6 de maio, e nesta primeira etapa em Uberlândia a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio ofertará a modalidade”, diz a nota.

De acordo com a secretaria, o critério usado para selecionar as escolas é o Indicador de Nível Socioeconômico das Escolas (Inse) até o Nível III, apontado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a partir da participação dos estudantes na Prova Brasil. Fazem parte do Nível III do Inse os alunos com renda familiar mensal de até 1,5 salário mínimo.

Ainda segundo a SEE, serão criadas 25 mil vagas em agosto deste ano e, em 2020, mais 55 mil, totalizando 110 mil vagas de ensino em tempo integral no ensino fundamental em todo o estado.

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