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13/05/2019 às 18h21min - Atualizada em 13/05/2019 às 18h21min

​Polícia Civil prende homem por estuprar enteada durante dois anos em Uberlândia

Após menina engravidar do padrasto, justiça autorizou aborto que foi realizado no último mês; prisão ocorreu em Araguari

DANIEL POMPEU
Delegada Alessandra Rodrigues falou sobre o caso na tarde desta segunda-feira (13) | Foto: Daniel Pompeu
A Polícia Civil prendeu o caseiro Gilberto da Silva Correia, de 26 anos, investigado por abusar sexualmente da enteada de 11 anos em Uberlândia. A prisão ocorreu nesta segunda-feira (13) na cidade de Araguari, onde estava escondido. O primeiro estupro aconteceu quando a menina tinha nove anos e continuou desde então em uma frequência semanal quando o acusado levantava, de madrugada, para trabalhar. Ele não tinha antecedentes criminais e a defesa não foi encontrada para se manifestar sobre o caso. 

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Alessandra Rodrigues da Cunha, as primeiras denúncias, feitas em março, descreviam o abuso partindo de um professor de uma escola municipal de Uberlândia. A delegada acredita que a criança foi induzida por padrasto e mãe a contar a história para encobrir os abusos de Correia. 
As investigações apontaram ainda que a menina acabou engravidando de Correia no final do ano passado. O aborto do feto com 18 semanas de gravidez foi autorizado pela justiça e realizado em abril. 

Depois de receber as denúncias de abuso sexual por parte do professor, a delegada solicitou a presença da criança para prestar depoimento na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Após três horas de depoimento em que a criança insistia que estava sendo estuprada pelo professor, acabou admitindo à delegada que o autor na verdade seria seu padrasto.

“Na delegacia mesmo nós tomamos conhecimento de que o padrasto dela teria tentado suicídio logo depois descobrir que ela estava grávida. Isso também levantou a suspeita da Polícia Civil em relação ao padrasto”, explicou a delegada.

A violência era praticada na época em que o preso trabalhava como vaqueiro no distrito de Martinésia. Cunha conta que quando descobriu que a mãe manteve a convivência do padrasto com a criança, mesmo após saber que a menina estava grávida dele, solicitou que a justiça enviasse a criança à um abrigo do Conselho Tutelar. A justiça também autorizou o aborto, que foi realizado em abril no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU).

“A gravidez já estava bastante avançada e [a menina] estava correndo risco de vida”, disse. Antes do procedimento, para que pudesse acompanhar a filha, a mãe recebeu novamente a tutela da menina, mas teve de assinar um termo garantindo que não se aproximaria mais do acusado.

Após o aborto no último mês, mãe e filha se mudaram para Araguari. Segundo a delegada, Correia também estava morando na cidade e continuou tentando uma aproximação, dizendo querer formar novamente uma família. “Ela [a mãe] falou na delegacia que enquanto ele continuasse solto, não ia desistir de ter contato”, afirmou Cunha. Sousa foi então preso ontem em Araguari, após autorização da justiça para prisão preventiva. 

O inquérito foi concluído sem que fosse preciso ouvir o acusado, devido às provas obtidas pela Polícia Civil, e ele foi indiciado por estupro de vulnerável. 

 
Mãe também pode ser incriminada
Ainda conforme a delegada, a investigação com relação à possível conivência da mãe com os abusos continua. Caso a hipótese se comprove, a mãe também pode responder pelos mesmos crimes de abuso sexual e estupro de menores que o padrasto, de acordo com a Cunha. “Mais uma mãe tentando proteger o marido em detrimento de sua filha. A gente que trabalha nessa área de proteção à criança fica até sem saber o que dizer”, disse.

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