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12/05/2019 às 09h23min - Atualizada em 12/05/2019 às 09h23min

Falta de sinalização e asfalto ainda é situação frequente em bairros de Uberlândia

Boa parte das ruas visitadas pelo Diário há 9 meses segue sem sinalização e sem pavimentação; problema é o mesmo em outros locais

VINÍCIUS LEMOS
Reportagem visitou diversas vias para averiguar situação nesta semana | Foto: Vinícius Lemos
A situação da sinalização e do asfaltamento de ruas com problemas apontados pelo Diário em Uberlândia mudou pouco desde o segundo semestre de 2018. Na última semana, a reportagem voltou a localidades de onde partiram reclamações e apenas uma delas havia sido solucionada, ainda assim com ressalvas. Outros pontos com problemas semelhantes também foram encontrados, sejam eles próximos ou não dos locais visitados anteriormente. Procurada, a Prefeitura informou que vai incluir as vias citadas em seu cronograma de melhoramento, mesmo que já tenha sido citada na maior parte deles em reportagens anteriores.

Em julho de 2018, o Diário apontou falhas na sinalização em ruas e avenidas dos bairros Marta Helena, Planalto e Jardim Califórnia. Este último bairro também está entre os piores quando se trata da falta de asfalto em Uberlândia, reclamação que ainda inclui Chácaras Tubalina, Lagoinha, Segismundo Pereira, Umuarama e Morada Nova, como exposto em reportagem de janeiro deste ano.
De todos os locais visitados, apenas a situação da rua Pedro Quirino da Silva, no Marta Helena, parece ter sido resolvida. A via passa por recapeamento no trecho até o cruzamento com a avenida Paulo Roberto Cunha Santos.

O detalhe é que há poucas semanas a via tinha sido sinalizada antes da melhoria do asfalto no local, o que vai demandar o poder público refazer o serviço. Questionada a respeito do trabalho duplicado, a Secretaria de Trânsito e Transporte (Settran) não respondeu se isso gerou ou não gasto extra aos cofres públicos. Ao mesmo tempo, a avenida Paulo Roberto Cunha segue com sinalização horizontal com desgaste.

O bairro Marta Helena se destaca na falta de sinalização, principalmente a horizontal em cruzamentos. “Onde não é linha de ônibus falta sinais de 'Pare'”, disse a comerciante Maria de Nazaré Cabral, que mora na vizinhança há mais de 30 anos. Ela tem casa e comércio próximo ao cruzamento da avenida Arnaldo Contursi com a rua Iguaçu. “Há muito tempo que não pinta aqui. Pelo menos tem placas no cruzamento da minha casa, mas há esquinas em que elas foram quebradas e não foram repostas. Tem muito acidente, principalmente na esquina com a rua Acre. Não tem o 'Pare' pintado e o povo passa reto”, disse. A moradora disse também que a situação é preocupante devido ao intenso movimento de caminhões, já que a região tem grande concentração de oficinas especializadas em veículos pesados e está próxima à BR-050.

Já na zona oeste da cidade, no bairro Planalto, o trevo Ivo Alves Pereira continua com a sinalização horizontal apagada, bem como em todo seu entorno, ainda que haja placas no trecho. O local, entretanto, é considerado um dos piores para tráfego em Uberlândia. “Tem essa saída aqui que o 'Pare' no chão está apagado e a gente não sabe se é mão dupla ou não”, disse o motociclista Plínio Silva, ao se referir à rua do Carpinteiro na altura do trevo.
 
Placas foram penduradas pelos moradores no Dom Almir
Em verificação a outras reclamações, a reportagem esteve no bairro Dom Almir, onde encontrou todo o entorno da rua do Hino sem qualquer sinalização horizontal ou mesmo vertical. E quando haviam placas, a exemplo do cruzamento da via com a rua Rui de Castro, elas eram colocadas de maneira improvisada e pelos próprios moradores. O detalhe é que eles instalaram no local sinalização encontrada pelas ruas da cidade e que não estavam sendo usadas. As placas são penduradas em postes de madeira.

“A gente colocou por causa dos acidentes. Juntamos uma turma e colocamos, não fui eu sozinho. Mas colocamos para tentar evitar novos acidentes”, afirmou José Wilson dos Santos, que vive quase de frente a um dos locais sinalizados de forma precária. O mesmo aconteceu no cruzamento das ruas do Hino com a Maria Ribeiro, onde outra placa de parada obrigatória foi instalada por vizinhos.

Ainda de acordo com outras pessoas que trafegam e vivem no bairro, a falta de sinalização não restringe ao entorno da rua do Hino, no Dom Almir. Em verificação, o Diário pôde perceber que em várias ruas do bairro, entre o Prosperidade, o Complexo Integração e a rodovia MGC-452, não há qualquer tipo de sinalização nos cruzamentos.
 

Placa de ‘Pare’ no Dom Almir foi instalada por moradores em poste de madeira | Foto: Vinícius Lemos

Asfalto ainda não chegou a várias ruas no bairro Jardim Califórnia
Em janeiro, O Diário de Uberlândia visitou pelo menos 10 pontos em que faltava pavimentação pelas vias de Uberlândia. Em nenhum deles houve mudanças de lá para cá. Algumas situações voltaram a chamar a atenção, como é o caso da rua Mário Faria, no bairro Jardim Califórnia. Ela segue sem asfalto a partir da avenida dos Ferreiras em direção ao anel viário. No entanto, atualmente o Município executa o recapeamento da parte asfaltada da via. O serviço acontece a partir da rotatória com a rua Mário Rezende do Vale.

No mesmo bairro, outros exemplos de ruas que seguem sem pavimentação são a Maria Ferreira Pinto, Ôla de Oliveira Souza e Eurípedes Agostinho de Souza. Na avenida Orlandina Ondina, também se mantém o problema de apenas metade da via estar pavimentada. Durante grande parte da extensão da avenida os moradores se dividem entre os que têm asfalto na porta de casa e os que têm terra. Enquanto os moradores se viram com a falta de pavimentação, a metade com asfalto é usada em via de mão dupla para veículos. Quem vai sentido aeroporto e deve pegar a condução, no entanto, precisa usar os pontos de ônibus no trecho sem pavimento.

Mesmo problema ocorre na rua Cleone Caio Gomes, no bairro Segismundo Pereira. O trecho entre as avenidas Belarmino Cotta Pacheco e Ubiratan Honório de Castro tem meia via asfaltada. A própria Ubiratan Honório se torna trecho intransitável a partir de determinada altura. Do outro lado da cidade, o Morada Nova segue sem qualquer previsão de ganhar asfalto fora das vias em que o transporte público trafega.

No bairro Umuarama, a curta avenida da Aviação permanece com boa parte sem ser pavimentada, mesmo estando no cronograma de trabalho – o serviço será executado em breve pela Secretaria Municipal de Obras, como informado no começo do ano pela Prefeitura.

Outra promessa era que a pavimentação da rua dos Orixás, no Chácaras Tubalina, fosse executada pela empresa responsável por um dos empreendimentos habitacionais na via, conforme projeto aprovado junto ao Município. Todavia, o morador Ademir Pedroso Gonçalves afirmou que as obras executadas no local são a instalação de manilhas que servirão em grande parte ao condomínio a ser instalado no fim da rua. “As obras já estão quase na avenida Aspirante Mega e aqui ninguém fala nada sobre asfalto”, afirmou.
 
RESPOSTAS
Procurado, o Município de Uberlândia se pronunciou por meio de nota, ainda que o Diário tenha solicitado entrevista. No comunicado, a Secretaria de Trânsito e Transportes (Settran) informou que “o reforço de sinalização é realizado diariamente com base em um cronograma estabelecido a cada semana”, algo que ainda não incluiu a maior parte das vias citadas na reportagem há nove meses. A nota segue dizendo que “o cronograma é elaborado com base nas solicitações da população junto ao Serviço de Informação Municipal (SIM) pelo telefone 3239-2800 ou pelo Fale com o Governo no www.uberlandia.mg.gov.br”.

O texto também traz dados sobre a recomposição de sinalização horizontal na cidade e cita que “o serviço foi intensificado nos últimos meses e percorre todas as regiões do município. Para se ter ideia, ao longo de 2018, foram executados 62.432 m² de pinturas em vias da cidade, além de 1.127 placas instaladas no período. De abril até o início de maio de 2019, vias de 23 bairros receberam reforço de sinalização horizontal e vertical, bem como instalação de redutores de velocidade e novas placas de logradouros”. A Prefeitura aponta mais de 20 bairros onde o trabalho foi executado.

A Settran informou ainda que “os locais citados pela reportagem serão incluídos nos cronogramas para as próximas execuções”.

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