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10/05/2019 às 15h50min - Atualizada em 10/05/2019 às 15h50min

Boatos sobre vacinação ainda atrapalham campanha em Uberlândia

Cerca de 40% das pessoas do grupo prioritário ainda não se imunizaram

MARIELY DALMÔNICA
Mesmo após ler fake news, aposentado Valci Silva Oliveira não deixou de se vacinar | Foto: Mariely Dalmônica
Por mais que o número de doses aplicadas de vacina tenha aumentado depois do Dia D contra a influenza, 40% das pessoas que fazem parte do grupo prioritário ainda não foram imunizadas em Uberlândia. De acordo com a coordenadora do Programa Municipal de Imunização, Cláubia Oliveira, alguns mitos ainda impedem que parte da população se proteja da doença.

Segundo Oliveira, um dos boatos mais difundidos dão conta de que a vacina não pode ser aplicada em pessoas doentes ou com dengue. A coordenadora afirma, por sua vez, que não existe contraindicação quando se trata da vacina contra a influenza. “Uma questão que está muito em alta é a da dengue. Se eu tiver com febre posso tomar a vacina? O que a gente solicita é que a pessoa adie, porque ela pode confundir, achar que os sintomas da doença são da vacina”, disse a coordenadora.

De acordo com Oliveira, ao contrário da crença popular, a vacina não causa gripe nem resfriado, e seus efeitos negativos, como febre baixa, atingem apenas 1% das pessoas que tomam a dose. “O que pode acontecer [de efeito adverso] é sem gravidade, dor no local [da vacina], vermelhidão, tudo até 72h após a vacinação”, disse.

Como outros vírus de doenças respiratórias, não relacionadas à gripe, também estão circulando, parte da população imunizada pode adoecer e colocar em descrédito a eficácia da vacina. Mas, segundo Oliveira, a dose protege contra os quatro vírus que circulam atualmente.

A vacinação entre as gestantes também pode gerar dúvidas. Grávidas podem receber a dose em qualquer idade gestacional, e além disso, algumas ainda podem se vacinar duas vezes durante os nove meses. “Se ela [a gestante] engravidou em novembro do ano passado e tomou a vacina em 2018, ela deve se vacinar de novo porque a vacina é diferente”, afirmou Oliveira. Mesmo que o vírus não tenha sofrido mutação, a vacina começa a perder o efeito com seis meses.

A atendente de telemarketing, Daiane Ramos, está no oitavo mês de gestão do seu terceiro filho, Heitor, e foi ao postinho receber a dose da vacina contra a influenza logo no início da campanha. “Me vacinei no fim do ano passado quando fui me consultar, no início da gravidez. Como eu já sabia que poderia vacinar de novo enquanto estivesse grávida, voltei neste ano”, afirmou.

VACINAÇÃO
Faltam apenas quatro semanas para o fim da campanha contra a influenza e 63 mil pessoas ainda não se vacinaram, segundo dados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (Sipni), do Departamento de Informática do SUS (Datasus). A expectativa é que a adesão aumente em 10% por semana, de acordo com a coordenadora. “Também sabemos que a última semana é mais intensa. As pessoas veem que está no final e costumam procurar com mais intensidade”, afirmou Oliveira.

Mesmo com as fake news que o aposentado Valci Silva Oliveira encontrou na internet, ele não deixou de se vacinar neste ano. “Disseram que a vacina faz mal, que pode até matar, mas eu tomo todos os anos e nunca nem fiquei doente”, afirmou Oliveira, que não lembra de ter pego nenhum resfriado ao longo de seus 78 anos.

Campanha de vacinação contra a gripe atrai mais idosos em Uberlândia


Desde que completou 60 anos, a aposentada Maria Aparecida Silva comparece ao posto de vacinação durante a campanha. “Falo para todo mundo vir vacinar, minhas irmãs devem vir e meu netinho também veio vacinar”, disse Silva, que nunca teve nenhuma reação após receber a dose. “Às vezes fica dolorido, mas isso é normal”.

Até o momento, nenhum caso de influenza foi confirmado no Município.

LOCAIS DE VACINAÇÃO
- UBSF e UBS (7h30 às 16h30)
- UAIs (8h às 20h), exceto São Jorge e Morumbi

Pessoas acamadas e que se encontram no grupo prioritário devem agendar a visita de um técnico em casa para aplicação da vacina pelo 0800-940-1480.

Quem for receber a dose da vacina contra a gripe deve levar a carteira de vacinação e um documento de identificação. Professores e trabalhadores de saúde devem levar algum documento que comprove o vínculo empregatício. Mulheres puérperas devem levar um documento que prove que ela passou por parto nos últimos 45 dias. Pessoas com alguma comorbidade devem apresentar encaminhamentos médicos.


 

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