Vencedora da edição será escolhida por grupo de 11 jurados | Foto: Gallvão Model/Divulgação
A partir do próximo mês, uma nova Miss Uberlândia Plus Size será coroada na cidade. A quinta edição do concurso acontece no dia 26 de maio, na Casa Garcia. Quem se interessar por assistir o concurso pode adquirir ingressos na agência Gallvão Model, que fica na rua Professor Mario Pôrto, 84, no bairro Lídice ou pelo Instagram da agência. O valor é de R$ 30 para pista e R$ 100 reais para área VIP. Também é preciso levar um litro de leite, que será doado para uma instituição de caridade a ser escolhida pela nova miss.
João Galvão Filho é fundador e organizador do evento e disse que as mulheres que se interessarem em participar do evento ainda podem entrar em contato com a agência para realizar um teste até a próxima semana. Entre os critérios de seleção, estão o manequim acima de 44, residir em Uberlândia, ter boa saúde para participar do concurso e ter mais de 18 anos. De acordo com Galvão, o concurso recebeu cerca de 1000 inscrições e até agora, 18 foram selecionadas para participar. A agência pretende ter 25 participantes no total.
A vencedora da edição deste ano será escolhida por um grupo de 11 jurados, que avaliarão desfiles de traje casual, banho e gala, além das respostas de um conjunto de perguntas feitas pelos avaliadores. A Miss 2019 ganhará R$ 2 mil, um ano de curso de inglês, atendimento em clínica dermatológica por um ano, agenciamento da Galvão Model que inclui ensaios e cursos, a inscrição para o Miss Brasil Plus Size, entre outros prêmios oferecidos pelas empresas que apoiam o evento.
O empresário organizou a primeira edição do Miss Uberlândia Plus Size em 2014 após identificar a demanda por modelos do tipo na cidade. “Eu trabalhava com modelos convencionais apenas e começou a surgir a demanda por modelos plus size por parte dos clientes. Eu contratei algumas modelos e na época decidi fazer o evento com elas”, disse.
Na primeira edição, ele conta que o apoio foi escasso e houve preconceito por parte de clientes que preferiam modelos magras. “Quando eu postava fotos das modelos plus size nas mídias sociais as pessoas me diziam que eu estava passando vergonha, que não tinha porque deixar esse ‘botijão de gás’ no site da agência, esse tipo de termo”, disse. Galvão disse que no caso de muitos clientes, houve um trabalho de convencimento para mostrar que havia uma demanda mercadológica de modelos para campanhas para venda de roupas plus size, por exemplo.
VENCEDORAS Dyanna Neves, a atual Miss Uberlândia Plus Size, venceu a edição de 2018. Foi o primeiro concurso do tipo que participou. “Eu caí meio que de para-quedas. Eu fui, meio que na diversão mesmo e por uma questão de autoestima. E acabei ganhando, não esperava”, relatou. Ela foi estimulada por uma tia a participar do concurso e hoje, após vencer, faz trabalhos como modelo plus size na cidade, além de trabalhar com venda de roupas.
“Eu acho muito importante para desmistificar essa questão de padrão, eu acho que beleza não tem padrão. E também para valorizar a questão do amor próprio, da autoestima da mulher. Levantar a bandeira de que todos nós temos beleza independente de um número.” Neves diz que sempre sofreu preconceito por ser gorda, inclusive dentro da família. De acordo com ela, havia constantes cobranças para que perdesse peso para ser mais bonita. Ela acredita que o padrão imposto pela sociedade tem mudado e é preciso reivindicar a legitimidade de tais mudanças.
Dyanna Neves é a atual miss Plus Size de Uberlândia | Foto: Gallvão Model/Divulgação
A primeira ganhadora do Miss Uberlândia Plus Size foi Marcella Vasconcelos, que participou do evento no ano de 2014. Ela nunca havia participado de concursos e foi uma das últimas a se inscrever. “Inicialmente eu não me aceitava como plus size. Até então para mim os plus size eram pessoas extremamente obesas e como eu nunca tive dificuldades de achar roupas eu não me considerava plus size”, disse. Vasconcelos foi convencida a participar por Galvão, que organizava o evento, e por familiares e amigos.
“Não foi fácil, porque aqui [em Uberlândia] ainda não era reconhecido esse mercado plus size. Não tinha muitas lojas, não tinha parceria, recebi muitos nãos, mas os sims valeram a pena”, disse ela sobre a experiência após vencer o Miss Plus Size. Vasconcelos entende que o concurso possibilitou um crescimento exponencial do mercado plus size em Uberlândia.
De acordo com ela, tornar-se Miss também a ajudou a aceitar seu próprio corpo. “Isso ajuda demais, não só a mim, mas as outras pessoas a olhar e falar ‘nossa, ela é gorda e ganhou um concurso, por que eu não posso ser bonita assim também?’.”