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19/04/2019 às 12h00min - Atualizada em 19/04/2019 às 12h00min

Dengue hemorrágica nem sempre tem sangramento

Uberlândia está em terceiro lugar na lista das cidades mineiras com o maior número de casos prováveis da doença

NÚBIA MOTA
Acabar com os focos do mosquito Aedes aegypti é a forma mais eficaz de combater todos os tipos da dengue | Foto: Fiocruz/Divulgação
Os dados ainda são preocupantes. Uberlândia está em terceiro lugar na lista das cidades mineiras com o maior número de casos prováveis de dengue, com 10.879 registros - perdendo apenas para Belo Horizonte, com 15.867 casos, e Betim, com 13.508. Por causa da epidemia da doença no município, é preciso redobrar a atenção, já que a possibilidade de ser infectado até mais de uma vez é grande. Além de eliminar os focos do mosquito, a população precisa identificar os primeiros sintomas e procurar ajuda médica rápido, porque a doença pode se agravar e para um quadro hemorrágico ou, até mesmo, morte.

Diferentemente do que se imagina, não é preciso sangrar para se caracterizar uma dengue hemorrágica. O quadro grave pode ocorrer já na primeira infecção, mas as chances de complicações são ainda maiores para as pessoas que se infectam por mais vezes.

Entre os quatro tipos de vírus da doença, o mais propício de causar infecções, atualmente, é o tipo 2, segundo a infectologista Carolina Tófolis de Castro. “A partir da segunda, terceira vez que se infecta é maior o risco [de quadros graves], porque seu organismo está sensível e já entrou em contato [com o vírus]. Durante a nova infecção, o organismo vai montar uma resposta muito maior e vai inflamar o corpo todo. Não é só a ação direta do vírus, mas também nossa imunidade tentando eliminar esse vírus de onde ele estiver”, explicou a médica.

A especialista conta ainda que a dengue é uma doença potencialmente fatal e as mortes podem ocorrer em qualquer fase da doença, mesmo quando não se tem sangramento externo, ocorrido geralmente pela pele, urina e vômito.

“O que classifica a dengue hemorrágica, além do sangramento, é quando o paciente tem uma inflamação generalizada e o líquido vasa, aumentando o líquido na barriga, no pulmão. Ele perde o líquido de dentro do sangue, o que conseguimos ver pelo exame. O paciente também tem febre, dor abdominal, vômitos, vai ficar lento. Ainda fazemos alguns testes, como o de torniquete. Mesmo que ele não sangre externamente, internamente ele está perdendo líquido e como diminui o conteúdo do sangue, o coração bombeia com uma pressão menor, não distribui para outros órgãos, e a pessoa entra em choque”, disse a médica.

Uma forma de se evitar a dengue hemorrágica, além, é claro, de se eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti, é ficar alerta para as três fases da doença. A primeira é de febre e prostração, com duração de até 7 dias, a segunda é a crítica, quando é preciso ter muita atenção pois, como o próprio nome diz, é quando pode ter uma complicação e chegar a uma dengue grave.

A terceira fase é de recuperação. “No início, se o paciente sentir que está muito lento, com muita mancha no corpo, já é um sinal de alerta. Quanto antes procurar atendimento, menor o potencial de desenvolver as formas graves. Não dá para prevenir a dengue hemorrágica, mas com o alerta precoce, dá para diminuir a chance de óbito”, afirmou a Carolina Tófolis.

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