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18/04/2019 às 12h39min - Atualizada em 18/04/2019 às 12h39min

Novo aplicativo promete competitividade a táxis de Uberlândia

Dos taxistas que atuam na cidade, 122 já aderiram à plataforma

DANIEL POMPEU
Avelar da Silva usa o Seg Táxi desde a implantação do app, há dois meses | Foto: Daniel Pompeu
Um novo aplicativo de transporte está atuando em Uberlândia, o Seg Táxi, que promete oferecer aos taxistas uma oportunidade de concorrer com os serviços oferecidos pelos já conhecidos Uber e 99. Os valores cobrados são baseados na legislação municipal que regula a categoria, mas pelo aplicativo o passageiro não paga o retorno do veículo ao seu ponto, o que barateia o preço e torna o táxi competitivo.

De 289 taxistas que atuam na cidade, 122 já aderiram à novidade após cerca de dois meses de funcionamento, de acordo com Christian Souza, empresário e fundador do aplicativo.

A plataforma funciona como os aplicativos de mobilidade mais conhecidos: o usuário se registra e pode solicitar uma corrida inserindo o endereço de partida e destino. Como novidade, o passageiro pode optar por carros com suporte de bicicleta, cadeirinha de bebê, motoristas mulheres - opção disponível para passageiras -, além de carros adaptados para cadeirantes. Também é possível registrar outros usuários, como familiares, e acompanhar o trajeto das viagens em tempo real.

Além de Uberlândia, o Seg Táxi está disponível em Brasília, Barbacena, Juiz de Fora e está iniciando as operações em Uberaba. De acordo com Souza, a plataforma nasceu em Juiz de Fora, cidade que obriga que haja rastreadores em todos os táxis registrados. “Com a Prefeitura exigindo muito dos táxis, eu tive a ideia de criar um aplicativo para ajudar os taxistas”, disse. Souza diz que estuda incorporar à plataforma um serviço de solicitação de guinchos.

O recurso é uma nova tentativapara que taxistas consigam disputar o mercado de transporte com os motoristas de aplicativos. “O táxi está muito abandonado no Brasil. A ideia é fazer com que eles sejam competitivos. Eles trabalharam durante muitos anos de uma forma muito equivocada, desunidos. Não tiveram união necessária para criar uma plataforma própria e concorrer com os aplicativos privados”, disse Souza.

O objetivo, de acordo com ele, é oferecer uma ferramenta para organizar os taxistas e revigorar a profissão, se adaptando a clientes que já se acostumaram às plataformas digitais. Avelar da Silva, 49, é um dos motoristas que começaram a utilizar o Seg Táxi assim que foi disponibilizado em Uberlândia. Taxista há quatro anos, ele explica que já trabalhou com outros aplicativos, mas considera que este é mais seguro e barato.

“O Seg Táxi está cobrando de nós um valor fixo para entrar para o aplicativo. Você vai pagar mensalmente”, disse. Para ele, é mais vantajoso pagar um valor fixo mensal do que arcar com as taxas de aplicativos maiores, que cobram uma porcentagem de cada corrida. No caso da Uber, cerca de 40% do valor pago pelo passageiro vai para a empresa, segundo Silva, que já foi motorista da plataforma.

O motorista ressaltou que o novo modelo também é vantajoso para o passageiro. “A tarifa do táxi é cara porque o cliente paga para ser levado até o destino e [o veículo] voltar vazio para o ponto. Com o aplicativo, eu vou levá-lo, mas chegando lá eu espero debaixo de uma árvore aparecer outra corrida”, disse.

O taxista conta que atualmente tem feito, em média, três corridas pelo aplicativo por dia. Ele atribui o baixo número à fase inicial de implantação da plataforma, que ainda não contou com campanhas publicitárias além da própria divulgação feita pelos taxistas participantes.
 
SINDICATO
A vinda do aplicativo para a cidade foi articulada durante 9 meses pelo Sindicato dos Condutores Autônomos de Veículos Táxis de Uberlândia (Sindcavtu) e por empresários que idealizaram a plataforma. De acordo com Roque de Moraes, presidente do sindicato, a maior preocupação era encontrar uma plataforma que oferecesse maior competitividade à categoria. “Nós não temos outra saída, precisamos acompanhar a tecnologia, não podemos ficar para trás. Os aplicativos caíram nas graças da população e isso é um caminho sem volta”, disse.

De acordo com ele, os taxistas de Uberlândia já utilizavam plataformas digitais para realizar corridas. Moraes, aponta, entretanto, que a mudança necessária é nos preços cobrados. “Essa é a oportunidade de mudar a forma de tarifar o táxi. Essa é uma oportunidade de sermos mais competitivos”, disse.

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