13/04/2019 às 10h20min - Atualizada em 13/04/2019 às 10h20min
Segurança escolar é tema de encontro em Uberlândia
Evento aconteceu na manhã desta sexta-feira (12) no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas
NÚBIA MOTA
Encontro aconteceu no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas | Foto: Prefeitura de Uberlândia/Divulgação Com a intenção de discutir a segurança pública no ambiente escolar, foi realizado, nesta sexta-feira (12), na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), um encontro entre profissionais da educação de instituições de ensino municipais, estaduais e particulares de Uberlândia, com representantes da Polícia Militar, Polícia Civil e Ministério Público Estadual. Em uma manhã cheia de explanação, em um auditório lotado, foram discutidos os mecanismos de conscientização de alunos e pais e as dificuldades enfrentadas no dia a dia pelos educadores.
Abrindo as discussões, o comandante da 9ª Região da Polícia Militar (RPM), coronel Cláudio Vítor Rodrigues, falou sobre os trabalhos da corporação voltados para o ambiente escolar. Entre eles está o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), que só no ano passado deu formação a cerca de 4 mil alunos das escolas públicas, com foco, além da prevenção ao uso de drogas, em temas como violência e o bullying. Segundo ele, as 21 Bases de Segurança Comunitária implantadas desde outubro em bairros periféricos, como Pequis, Canaã e Tubalina, também são uma referência para os professores e diretores pedirem apoio caso precisem de ajuda na escola.
Com as Bases de Segurança, a PM fez ainda setorizações para cada área, com um comandante de pelotão como referência para se comunicar com os gestores de ensino das escolas daquele local. Foram criados também grupos de WhatsApp, além de ter sido adotado um sistema de monitoramento de alarme para controle de acesso nas escolas.
O coronel enfatizou a importância do professor. Falou das dificuldades que todos passam, mas que a PM tem se empenhado para ajudar a criar um ambiente seguro dentro das escolas. “Temos escolas caindo aos pedaços, mas temos que nos dar as mãos, unindo PM, docentes e discentes na prevenção da violência”, disse Cláudio Vítor.
Durante o pronunciamento, a promotora da Vara da Infância e da Juventude, Aluísia Beraldo Ribeiro, falou da importância da comunicação eficaz entre educadores, polícia e promotoria, para que os casos de violência, entre eles de maus-tratos contra crianças e adolescentes, além de evasão escolar e repetência, sejam combatidos, gerando, no caso de omissão, penas aos responsáveis. Ela explicou ainda, entre outras coisas, que no caso de problemas referentes às crianças é preciso acionar o Conselho Tutelar, e no caso de adolescentes, a Polícia Militar.
A promotora ainda fez a diferenciação entre crimes cometidos por adultos, previsto no Código de Processo Penal, e atos infracionais, cometidos por menores, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Os atos infracionais estão acontecendo a cada dia mais, porque a escola não é aberta apenas aos alunos que procedem bem, mas também para aqueles que vêm de uma situação de conflito dentro de casa”, afirmou.
A superintendente regional de Ensino de Uberlândia, Onília Maria de Oliveira, contou da dificuldade enfrentada pelos professores dentro das escolas, porque, segundo ela, os pais têm dado aos professores uma responsabilidade que não lhes cabe, mas sim à família. “Eu tenho recebido direto no meu gabinete, na Superintendência, diretores que dizem que o pai chega na escola, levando o filho pelo braço e fala: ‘toma que eu não dou conta mais’”, afirmou.
Para a secretária municipal de Educação, Tania Toledo, a presença da polícia como educadora dentro e no entorno da escola quebra o paradigma de uma corporação apenas punitiva. “Mostra para escola que é possível também ter a polícia junto e educando. Se seguirmos nessa diretriz, vamos trazer muitos frutos”, afirmou.