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21/02/2019 às 07h52min - Atualizada em 21/02/2019 às 07h52min

Flamengo e MP ficam sem acordo por indenizações

PAGAMENTO DE R$ 400 MIL É REJEITADO E CLUBE ABRIRÁ NOVAS NEGOCIAÇÕES

Folhapress
Acordo oferecido pelo Flamengo totalizaria R$ 5,2 milhões em indenizações (TOMAZ SILVA/ABR)
A proposta do Flamengo para as vítimas do incêndio no Ninho do Urubu, rejeitada na terça (19) pelo Ministério Público, previa o pagamento de até R$ 400 mil reais para cada família dos jogadores mortos na tragédia ocorrida no fim do mês passado. As autoridades, em contrapartida, exigiam um pagamento inicial de R$ 2 milhões para costurar um acordo.

Os dados foram revelados ontem, durante uma reunião entre familiares de oito vítimas e Defensoria Pública, que aconteceu no Rio de Janeiro.
Na proposta de indenização rejeitada, o Flamengo oferecera, além dos R$ 400 mil de entrada por vítima, o pagamento de um salário-mínimo por mês durante 10 anos para cada família. A exigência do MP unia os R$ 2 milhões iniciais e R$ 10 mil por mês para até quando cada garoto morto no incêndio completasse 45 anos. O próprio Ministério Público admite, em uma nova negociação, rever o período para 35 anos.

Em valores totais, o pedido do MP dá aproximadamente R$ 56 milhões. Enquanto isso, o do Fla totalizaria R$ 5,2 milhões.
Agora, o clube vai negociar individualmente com as famílias. A defensoria pode continuar a acompanhar e orientar as famílias, mas algumas já têm advogados.
"O ideal é que se busque uma solução rápida e consensual. É melhor que um processo longo na Justiça", disse a defensora pública Pamela Iamego.
O clube planejou entrar rapidamente em acordo com o Ministério Público para iniciar o pagamento às famílias. A falta de acordo faz MP, Ministério Público do Trabalho e Defensoria Pública discutirem na Justiça a reparação os mortos no incêndio no Ninho do Urubu.
Em nota publicada depois de o Flamengo rejeitar a contraproposta feita pelo MP, os organismos públicos disseram que o clube "recusou-se a celebrar um acordo de reparação às vítimas".

"Os valores apresentados pelo clube estão aquém da daquilo que as instituições entendem como minimamente razoável diante da enorme perda das famílias e demais envolvidos", completa a nota. Posteriormente, o Flamengo também emitiu uma nota para dar a sua posição sobre o acordo com as vítimas e reiterou o objetivo de ter uma composição amistosa com as autoridades para chegar a um valor comum de indenização.

"Nesta terça-feira (19), após reunião com autoridades daqueles órgãos, o Flamengo - independentemente de processo judicial - ofereceu, por fim, um valor que está acima dos padrões que são adotados pela Justiça brasileira, como forma de atender com brevidade as famílias de seus jovens atletas", afirmou o Flamengo.
"O Flamengo teve o cuidado de oferecer valores maiores dos que estão sendo estipulados em casos similares, como, por exemplo, o incêndio da boate Kiss, ocorrido em 2013. Até hoje, vale lembrar, famílias não receberam a indenização", concluiu o clube, relembrando da tragédia em uma casa noturna na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Já a procuradora do Trabalho, Danielle Cramer, acredita que o caso é diferente do que aconteceu na boate.

"É um caso bem diferente da boate Kiss. Eles estavam sob responsabilidade do clube" afirmou.

SOBREVIVENTE
O quadro clínico do jogador Jhonata Ventura, único dos três sobreviventes do incêndio que segue internado, apresenta boa evolução e segue estável.
Segundo o boletim médico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro, o atleta respira sem ajuda de aparelhos e faz fisioterapia motora e respiratória. Jhonata recebe antibióticos e a alimentação é por meio de dieta.
Ainda conforme a SMS, pela manhã de ontem, o jogador passou por um novo banho das lesões com troca de curativos, quando a equipe médica constatou boa resposta evolutiva das lesões ao tratamento instituído.
O atleta está sob cuidados do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, zona oeste do Rio. Jhonata teve 30% do corpo queimado na tragédia.
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