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03/02/2019 às 08h25min - Atualizada em 03/02/2019 às 08h25min

Procura pelo Hospital do Câncer sobe 14%

Mais 4 mil pessoas de Uberlândia e outras 80 cidades da região passaram pela unidade em 2018

MARIELY DALMÔNICA
Diretor do Hospital do Câncer, Eurípes Barra, diz que maior parte dos pacientes atendidos é composta por homens | Foto: Mariely Dalmônica
No ano passado, pelo menos 4 mil pessoas de Uberlândia e de 80 cidades da região receberam um diagnóstico que abala a vida de todos: câncer. Este foi o número de novos pacientes atendidos no Hospital do Câncer local, que registrou aumento de 14% na procura no ano passado, se comparado com 2017.

Como no restante do País, os principais tipos de tumores entre os pacientes continuam sendo de mama e próstata. Depois deles, o câncer no esôfago, no estômago, na cabeça, no pescoço, na traqueia e no pulmão são os mais comuns. “A incidência de câncer aumenta depois dos 40 anos e o homem é maioria, porque são os que mais fumam, mais bebem, menos fazem exames preventivos e se expõe mais ao sol. As crianças [de zero a 18 anos] representam 3% da nossa demanda”, disse Eurípedes Barra, diretor do Hospital do Câncer de Uberlândia.

O hospital, que tem 18 anos de história e é referência no interior do Estado, atende atualmente cerca de 8,5 mil pacientes, a maioria de Uberlândia, Araguari e Ituiutaba. Para conseguir receber todos esses pacientes e familiares, o centro oncológico conta com o apoio do Grupo Luta Pela Vida, ONG responsável pela construção, manutenção e ampliação da instituição de saúde.

“Quando o paciente dá entrada, em 15 dias já inicia o tratamento. A única fila que temos é a fila do bem, para se tornar voluntário. Trabalhamos na humanização do atendimento por meio dos nossos voluntários”, disse a supervisora de marketing do Grupo Luta Pela Vida, Virgínia Silva. Hoje, o hospital conta cerca de 500 voluntários divididos em 27 equipes, como entretenimento, alimentação, bazar, viveiro de plantas e brinquedoteca.

Por meio de doações da comunidade e de empresas, o grupo consegue fazer investimentos para melhorar o atendimento e mesmo com o aumento do número de casos, continua oferecendo um atendimento de qualidade para os pacientes, afirmou Virgínia. “Foi um ano de importantes entregas [2018], e neste ano a gente continua com obras de diferentes frentes de ampliação. As demandas estão aumentando, logo, precisamos ampliar a estrutura.”
2019

No último ano, o centro oncológico concluiu a construção física do Centro Cirúrgico e do Centro de Transplante de Medula Óssea no prédio atual, e também do Centro de Cuidados Paliativos na unidade 2 do Hospital do Câncer.

Segundo Eurípedes Barra, a cirurgia oncológica é uma prioridade, já que ao longo dos anos o hospital passou a focar apenas em emergências. “A gente vê um indivíduo com câncer no intestino esperando três meses por uma a cirurgia. Estamos com um orçamento de 887 mil euros para três salas cirúrgicas, isso vai tornar o hospital mais referência na região. Esperamos evoluir com as cirurgias, com qualidade de ponta”, disse.

De acordo com o diretor, o hospital deve receber um aparelho para fazer radiocirurgia ainda neste ano. “Não existe esse aparelho no SUS [Sistema Único de Saúde] em Minas Gerais, e isso também é um passo muito grande.”

Ao longo do ano, campanhas de arrecadação para mobiliar os centros serão realizadas pelo Grupo Luta Pela Vida. No primeiro semestre de 2019, os recursos arrecadados serão destinados para equipar e mobiliar o Centro Cirúrgico, e dar continuidade nas obras de ampliação dos setores de quimioterapia e radioterapia no prédio atual.

O Centro Cirúrgico ocupará uma área de 2087,42 m², com cinco salas cirúrgicas, sete leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Depois de pronto, a previsão é que sejam feitas cerca de 3 mil cirurgias por ano. O Centro de Transplante de Medula Óssea terá capacidade para fazer 100 transplantes por ano. De acordo com o diretor do hospital, a unidade 2 do hospital, que já conta com a obra finalizada do Centro de Cuidados Paliativos deve começar a funcionar no último trimestre deste ano.

CASOS

Joaquim Marques é paciente do Hospital do Câncer e há sete anos luta contra um câncer na medula óssea. Atualmente, o aposentado está realizando quimioterapia, e no mês que vem vai fazer novos exames para tentar um novo transplante. “Falam que não tem cura, mas vou levando, estou firme. Quando comecei, achava isso aqui [o hospital] uma coisa de primeiro mundo”, disse.

Para Joaquim, o atendimento do hospital, incluindo os voluntários, fazem os dias serem mais positivos. “Às vezes vejo os pacientes sozinhos, sem nenhum familiar acompanhando, e eles [os voluntários] fazem diferença. Eles criaram uma coisa muito boa, dão muita ajuda nesse processo”, afirmou o paciente.

Carmen Oliveira, mora em Tiros e viaja cerca de 600 quilômetros para fazer quimioterapia semanalmente. A paciente teve câncer no intestino e no fígado, e passou por duas cirurgias. Hoje, Carmen luta contra um câncer no pulmão, e disse que o convívio com outros pacientes e voluntários do hospital é fundamental.

“Aqui ninguém quer esconder o que tem. Muitas pessoas não têm condição de sair e passam o dia no hospital, e recebem assistência em tudo. O primeiro dia que eu cheguei, tinha uma senhora tocando violão e o tempo passou rapidinho, nunca me esqueço”, disse Carmen.

COMO AJUDAR

O Grupo Luta Pela Vida conta com várias formas de doação, que podem ser feitas por meio do telefone 0800 34 2062. O doador pode escolher o meio de pagamento, como boleto bancário, débito automático, cartão de crédito e débito em conta. Também é possível fazer a doação online, pelo site do Hospital (www.hospitaldocancer.org.br), ou optar pelo recebimento com mensageiro, que busca a doação no local que o doador deseja. Já as empresas podem ajudar o Hospital do Câncer por meio do Programa Empresa Amiga da Cura, que possui cinco categorias de contribuição com benefícios para a empresa socialmente responsável.
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