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05/12/2018 às 07h05min - Atualizada em 05/12/2018 às 07h05min

Vereadora relata estar sob ameaças de morte

CAROLINA PORTILHO
Vereadora falou durante quase sete minutos na tribuna da Câmara | Foto: Aline Rezende/CMU
A vereadora Pâmela Volp (PP) usou a tribuna da Câmara Municipal, ontem, para dizer que está sendo ameaçada de morte. De acordo com a parlamentar, o autor das ameaças é um homem que teria espancado uma travesti no mês passado. Em seu discurso, a vereadora pediu auxílio das autoridades para resolver a questão, que relata ser grave.

Segundo Pâmela Volp, a história começou na madrugada do dia 25 de novembro, quando ela recebeu uma ligação de um frentista de posto, que pediu ajuda para socorrer uma travesti ferida. Ela foi ao local onde estava a vítima, que logo depois foi socorrida pelos bombeiros até uma unidade de saúde. Na sequência, a travesti fez um Boletim de Ocorrência relatando que foi agredida por um homem que a contratou para um programa sexual. Segundo Pâmela, o agressor é o mesmo homem que a ameaça.

Por quase sete minutos, a vereadora explicou aos vereadores o motivo de, na semana passada, ter acionado a Polícia Militar (PM) para comparecer à Câmara. Pâmela contou que o suspeito de ter agredido a travesti estava na Casa na segunda-feira seguinte após as agressões, no dia 26. Ele estava distribuindo currículos quando foi reconhecido por vários funcionários da Câmara, que assistiram a uma reportagem exibida por uma emissora local sobre as agressões. Diante da informação de que ao agressor estava próximo, Pâmela acionou os militares com o intuído dele ser preso.

Assim que a polícia chegou ao local, o suspeito foi colocado dentro da viatura, mas não foi levado. “Quando saiu do carro, ele começou a me ameaçar na frente dos policiais, dizendo que ia me matar.” A vereadora disse que, desde então, tem recebido ligações de ameaças. Ela também informou que foi seguida ontem por um motoqueiro, tendo, inclusive, que mudar a rota para conseguir chegar em casa. “Eu moro no bairro Umuarama e tive que ir para o Luizote de Freitas para concluir meu trajeto e despistar quem estava me seguindo. Já não bastavam as ligações. Não posso afirmar com certeza o que aconteceu ontem, quem me perseguiu, mas a situação está complicada. Estou me sentindo acuada.”

DOMINGO DE VIOLÊNCIA

No boletim de ocorrência registrado em decorrência das agressões, a vítima relatou que trabalhava no cruzamento da rua Ciganos do Brasil com a avenida Floriano Peixoto, no bairro Brasil, na região central, quando o autor parou de carro e contratou seus serviços. A travesti, então, foi levada para a casa dele, no bairro Esperança. Após relação sexual, no retorno, o homem parou o carro em uma rua e disse que pegaria um galão de gasolina no porta-malas alegando que o combustível não seria suficiente para retornar ao destino. Pouco tempo depois, ele surgiu com uma enxada na mão e iniciou as agressões.

A vítima foi agredida em várias partes do corpo e teve os tendões dos dedos dos pés rompidos. Ela conseguiu fugir no carro do suspeito até o posto no bairro Brasil, onde trabalhava o frentista que ligou para a Pâmela pedindo socorro. Os documentos do agressor estavam no carro e foram usados para fazer o registro do B.O. Segundo a polícia, o homem tem passagem por tráfico ilícito de drogas e lesão corporal.

“A travesti foi espancada e, para mim, isso foi uma tentativa de homicídio, não apenas uma agressão, como foi registrado no boletim de ocorrência da polícia. Existem outros registros de agressões contra esse homem e alguém precisa pará-lo para evitar que novas pessoas sejam vítimas. Quando o reconheceram aqui na Câmara, entregando currículo, chamei a polícia para ele ser preso, mas o registro de violência não foi suficiente para isso. Peço ajuda das autoridades, pois o caso é grave”, disse a vereadora.
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