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31/10/2018 às 08h39min - Atualizada em 31/10/2018 às 08h39min

Bolsonaro confirma criação de Ministério da Economia

Pasta será formada pela junção de Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio Exterior

FOLHAPRESS
"Nós vamos salvar a indústria brasileira apesar dos industriais", disse Guedes | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Após a primeira reunião em que foi tratada a transição de governo, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), decidiu manter o superministério da Economia. A nova pasta será formada pela junção de Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio Exterior e será comandada por Paulo Guedes.

Embora essa estrutura já estivesse no plano de governo apresentado à Justiça Eleitoral, em entrevista recente, Bolsonaro admitiu que poderia manter a pasta de Indústria e Comércio Exterior separada, após sofrer pressão por setores da indústria. A fusão dos ministérios foi confirmada por dois futuros ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Guedes, ao deixarem a reunião.

Eles confirmaram também que Agricultura e Meio Ambiente serão um único ministério. A decisão reflete uma nova mudança de Bolsonaro sobre a estrutura de seu governo. Antes do início da campanha, ele prometeu reduzir de 29 para 15 o número de ministérios. Entre o primeiro e o segundo turno, admitiu que poderia ter uma estrutura maior, ao reconhecer que poderia rever essas duas fusões.

Lorenzoni, que será o coordenador do governo de transição, disse que serão entre 15 e 16 ministérios, mas que ainda há indefinição sobre uma das pastas. Ele não quis detalhar qual e disse que isso deve ser divulgado até o fim da semana.

Inicialmente ele não quis confirmar a manutenção do superministério da Economia. Coube a Guedes confirmar a fusão a jornalistas. O futuro ministro da área econômica mostrou-se irritado ao ser questionado sobre a mudança de planos e sobre a pressão de setores da indústria para que Comércio Exterior fosse uma pasta independente. "Nós vamos salvar a indústria brasileira apesar dos industriais", respondeu Guedes.

Segundo Lorenzoni, Bolsonaro já tem uma lista dos futuros ministros, mas os nomes serão divulgados ao longo do processo de transição. Ele acrescentou que a prioridade é definir a estrutura de ministérios. O encontro ocorreu no Rio de Janeiro e teve a participação também do senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) e dos ex-dirigentes do PSL Gustavo Bebianno e Julian Lemos.

GUEDES
O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a fusão dos ministérios da Fazenda e Indústria tem como objetivo reduzir a carga tributária sincronizada com uma política de abertura comercial.

Segundo Guedes, a abertura deverá ser gradual para não prejudicar a indústria brasileira que, em sua avaliação, está entrincheirada, tentando se proteger da competição externa com a ajuda de incentivos tributários e subsídios. "Quem tem lobby consegue desoneração e quem não tem vai para o Refis [programa de renegociação de dívidas tributárias]", disse.

A redução da carga tributária e a simplificação dos impostos teria como objetivo interromper esse círculo vicioso e permitir o ganho de competitividade por meio da abertura comercial. "Não vamos fazer uma abertura abrupta para prejudicar a indústria brasileira, ao contrário, vamos retomar o seu crescimento com juros baixos, reformas fiscais e desburocratização", afirmou.

"A razão do ministério da indústria e comércio estar próximo da economia é justamente para isso. Não adianta a turma da Receita ir baixando os impostos devagar e a turma da Indústria abrir muito rápido. Isso tudo tem que ser sincronizado, com uma orientação única." Guedes afirmou que ainda não começou a tratar de nomes para chefiar as estatais.

Sobre a subvenção do diesel, o futuro ministro afirmou que uma opção foi elaborada, mas ainda não deu tempo de levá-la ao presidente eleito. Guedes afirmou que ainda não convidou nomes que estão no governo para ficar. Mansuetude Almeida, secretário do Tesouro, e Marcos Mendes, secretário especial da Fazenda, são cotados para ficar.
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