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21/10/2018 às 08h00min - Atualizada em 21/10/2018 às 08h00min

Corrida para o governo do estado chega em sua reta final

A uma semana para o segundo turno das eleições, o Diário de Uberlândia publica entrevistas exclusivas com os dois candidato

NÚBIA MOTA
Foto: Divulgação
O empresário araxaense Romeu Zema (Novo) disse ao Diário de Uberlândia que a experiência de 30 anos como gestor na iniciativa privada deverá ser mais fácil do que administrar o Estado, onde não há concorrência e o foco maior é na gestão das despesas, pois a receita é garantida por lei. 

No primeiro turno, para a surpresa do próprio candidato, Zema foi o mais votado no Estado e em Uberlândia, ficando a frente do seu concorrente no segundo turno, Antonio Anastasia. À reportagem, ele falou sobre como pretender reduzir em 80% o número de cargos de confiança, considerados por ele como cabides de emprego, passando de 21 para 9 o número de secretarias, fazendo a fusão, por exemplo, das secretarias de Educação, Cultura e Lazer.  O candidato ainda falou sobre sua decisão de entrar para a política, devido a sua indignação com atual  situação financeira do Estado. 
 
Diário de Uberlândia: Qual sua opinião sobre o funcionamento do SUS e a não adesão de Uberlândia ao Samu? Dentre os poderes que lhe serão atribuídos, caso seja eleito, qual é a melhor maneira de organizar a saúde do Estado? 
 
Romeu Zema: Queremos priorizar o fortalecimento do atendimento regionalizado da saúde, colocando em funcionamento os hospitais regionais e garantindo maior cobertura do Samu. Sabemos do déficit de leitos em Uberlândia. Em Minas, há o mesmo problema. Seriam necessários, no mínimo, mais 4 mil leitos em nível estadual. No entanto, independentemente de haver os leitos, o Samu presta um serviço mais completo na hora em que acontece uma ocorrência com um paciente em estado grave, por exemplo. Isso pode salvar vidas. Os municípios têm autonomia para aderir ao sistema e o Estado entra como um moderador com a regionalização. Uberlândia tem um modelo elogiável de parcerias com entidades, como a Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e outras organizações sociais sem fins lucrativos. Sabemos que nesse momento de grave crise nas contas mineiras e com o atual formato de atendimento na saúde pública, essas parcerias agilizam a aquisição de medicamentos e equipamentos e a contratação de profissionais de saúde.  Nossos adversários mentem quando falam que vou privatizar a saúde, o SUS. Pra começo de conversa, o SUS é federal. O que queremos é ter um sistema de excelência com parcerias para a gestão das unidades de saúde. 
 
O senhor acha que administrar o Estado será como administrar uma empresa?  Como fazer essa fusão de ideias entre a área privada e pública, como por exemplo, fez o João Dória em São Paulo?
 
Na administração privada, você tem que ser eficiente para sobreviver. Na administração pública, você não tem concorrente, você está lá e está pronto. Eu sempre falo que o empresário tem que administrar despesa e receita. Quem é do governo tem que administrar só a despesa porque a receita já está garantida por lei. Então, em meu ponto de vista, administrar um Estado é mais fácil do que administrar a iniciativa privada, nessa parte financeira. Somos do Novo e queremos um governo que jogue no time do cidadão, e não contra ele. Como empresário, tenho 30 anos de experiência como gestor, com formação na área pela Fundação Getúlio Vargas e minha empresa gera emprego e renda para mais de 5 mil pessoas. Então, toda essa minha experiência será colocada a favor do povo mineiro. Quantos empregos com carteira assinada esses velhos políticos já geraram em décadas que estão na vida pública mineira? Só aqueles na máquina pública inchada para nomear amigos e parentes em cargos de indicação política.  

O senhor é um grande empresário de sucesso. Por que decidiu entrar na política? 
 
Por estar indignado como qualquer mineiro deve estar. Estamos em um momento em que parece que o Brasil anseia por grandes mudanças, em um momento também que a grande maioria dos políticos está desgastada, envolvida em escândalos e eles estão totalmente desacreditados. Pelo meu histórico, pagando impostos, consegui fazer muitas coisas, e recebendo impostos, suponho que vou fazer muito mais, como gerar milhares de emprego. Se os velhos políticos não fizeram uma reforma política séria, as urnas fizeram e vão fazer ainda mais. 
 
O senhor disse que, se for eleito, vai cortar secretarias e cargos comissionados em 80%. Como é possível?  Quais as áreas onde podem haver esse corte?

Vou cortar 80% dessas funções de confiança, que, na verdade, são mais cabides de emprego do que qualquer coisa. Queremos fortalecer os servidores concursados, eles, sim, devem ocupar funções de direção, chefia e assessoramento. Os 20% que restarem dos cargos comissionados serão ocupados por pessoas técnicas e capacitadas, sem viés político ou balcão de negócios. Temos absoluta certeza de que a máquina pública está inchada. O corte não afetará nem o servidor efetivo nem o funcionamento da instituição. A proposta é acabar com o apadrinhamento político, que apenas aumenta a folha de pagamento e não contribui em nada para o avanço do Estado. Vamos reduzir de 21 para 9 secretarias, mas isso não quer dizer que haverá setores prejudicados. Vamos fazer fusões. A Secretaria de Sistema Prisional e a de Segurança serão uma só. Educação, Cultura e Lazer serão integradas. Esses são alguns exemplos. O Novo tem um foco prioritário na tríade: educação, saúde e segurança pública. 
 
O seu partido elegeu apenas dois deputados estaduais e oito para a Câmara Federal. Como o senhor vai fazer para conseguir apoio na Assembleia estadual?
 
Nossa gestão será norteada pelo diálogo com todos que querem o melhor para Minas e para o Brasil. Independentemente do partido, acredito que todos os parlamentares que têm por objetivo tirar Minas da situação de calamidade em que se encontra vão nos dar apoio. Nosso programa de governo foi elaborado com muita calma e ouvindo várias pessoas. E, por isso, traz propostas claras e objetivas para resgatar o nosso Estado. Creio que não haverá deputados que vão se opor ao nosso plano de corte de despesas para colocar Minas novamente nos trilhos.  Sobretudo nesse momento em que os servidores estão com os salários sendo pagos de forma parcelada. 
 
O senhor representa o Triângulo Mineiro. Foi o candidato que mais esteve em Uberlândia durante a campanha e teve mais voto na cidade, assim como no Estado. Qual o recado o senhor dá para seus conterrâneos de região?
 
Agradeço a confiança do povo mineiro, especialmente os meus conterrâneos triangulinos pela expressiva votação no 1º turno das eleições. Tenho falado sempre que vou trabalhar para todos os mineiros, para tirar Minas dessa situação grave em que se encontra com o déficit de R$ 11,4 bilhões só de custeio, fora as contas que ficaram dos anos anteriores da gestão atual do PT. Tenho sempre dito que o meu adversário no segundo turno, quando era governador, jogou a gasolina, e veio o Pimentel e acendeu o fósforo. Esse problema crônico de pagamentos é resultado de duas décadas em que a velha política imperou em Minas.  Em contrapartida, vamos incentivar o empreendedorismo, investir em tecnologia e modernização de processos para reduzir a burocracia e, assim, deixar quem quer trabalhar e produzir em paz e em condições de competir no mercado.  

Plano de Governo 

O plano de governo de Romeu Zema (Novo) prevê uma privatização gradativa, como forma de reduzir a corrupção, e determina uma simplificação tributária sem aumento de impostos e o enxugamento da máquina pública em até 80%, por meio da redução de 21 para 9 secretarias. 

O plano completo você lê clicando aqui.
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