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08/10/2018 às 08h38min - Atualizada em 08/10/2018 às 08h38min

Contrariando pesquisas, Dilma (PT) está fora do Senado por MG

Rodrigo Pacheco (DEM) e Jornalista Carlos Viana (PHS) são eleitos por Minas Gerais

ADREANA OLIVEIRA COM FOLHAPRESS
A ex-presidente da república Dilma Rousseff não conseguiu se eleger senadora de Minas Gerais | Foto: Divulgação
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) não conseguiu se eleger senadora de Minas Gerais neste domingo (7), contrariando as pesquisas eleitorais, que a indicavam como líder desde o início da campanha. Ela ficou em 4º lugar, com pouco mais de 2,6 milhões de votos (15,33%), na disputa que elegeu Rodrigo Pacheco (DEM) e Jornalista Carlos Viana (PHS) em primeiro e segundo lugar com 20,49% e 20,23%, respectivamente. O que também chama a atenção nesta disputa é o número de votos brancos e nulos que somam mais de 6 milhões.

A eleição ao Senado representaria uma espécie de compensação e reconhecimento do eleitor de que houve injustiça no impeachment de 2016, segundo petistas e eleitores ouvidos pela reportagem. Mas não foi isso que aconteceu. Ao votar na manhã de domingo, Dilma disse que esta eleição é a mais importante dos últimos anos por ser a "eleição da democracia". "Estamos reafirmando a democracia no Brasil, que foi tão golpeada tanto no processo de impeachment como na sucessão do processo de impeachment, aprovando agendas que não tiveram nenhum voto na eleição de 2014", completou.

Dilma foi vaiada na seção eleitoral, mas também recebeu gritos de apoio e abraços. Ao contrário, durante a campanha foi recebida como estrela em eventos pela militância e encontrou poucos episódios de hostilidade - mesmo viajando em avião comercial.

Sua equipe era reduzida: basicamente quatro seguranças, um fotógrafo e um assessor de imprensa. Os dois últimos também editavam programas de TV. A eleição de Dilma era prioridade para o PT. Com um teto de gastos de R$ 4,2 milhões, a petista havia recebido R$ 4.201.928,82 até sábado (6) - 0,7% veio de financiamento coletivo e o restante é verba do partido. As despesas contratadas somavam R$ 4,17 milhões. Dilma declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 1,94 milhão - em 2014, declarou R$ 1,75 milhão. Dilma viajou para 25 cidades em campanha. Contou com um forte esquema de segurança, até com membros do MST, que a isolava no trajeto do carro até o palco.

PEDIDO DE LULA
Na época do impeachment, o Senado puniu Dilma com a cassação do mandato, mas manteve seu direito de ocupar cargos públicos. Sua elegibilidade foi confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Não estava em seus planos, contudo, voltar às urnas tão cedo. O pedido veio do ex-presidente Lula, pouco tempo antes de ser preso. "Dilminha, vá para Minas", teria dito o líder petista, segundo conta Dilma.

Em abril, no último dia permitido pela lei, ela viajou a Belo Horizonte e transferiu seu título eleitoral, trocando o Rio Grande do Sul, onde viveu boa parte da vida, pelo estado natal, de onde saiu perseguida pela ditadura. O primeiro verso do jingle de Dilma ("não tem homem ruim que derrube essa mulher") dá o tom do seu discurso de campanha: nacionalizado e baseado em denunciar o impeachment como golpe, defender a liberdade de Lula e exaltar o legado petista.
 
QUEM SÃO OS ELEITOS


Rodrigo Pacheco (DEM) | Foto: Divulgação


Rodrigo Otávio Soares Pacheco, 41 anos, é natural de Porto Velho (RO) e deputado federal. Foi eleito em 2014 para seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados e é o atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Foi candidato a prefeito de Belo Horizonte em 2016, mas não se elegeu. É formado em Direito. Presidiu a Comissão de Constituição e Justiça durante o trâmite do impeachment na Câmara. O deputado trocou o MDB pelo DEM neste ano para concorrer ao governo de Minas –em 2016, concorreu à Prefeitura de Belo Horizonte e perdeu. Porém, um dia após a convenção que oficializou seu nome como candidato, Pacheco teve de desistir para concorrer ao Senado na chapa de Anastasia, já que o DEM passara a apoiar o PSDB nacionalmente. Fez muitas críticas à Operação Lava Jato.


O jornalista Carlos Alberto Viana (PHS) | Foto: Divulgação

Carlos Alberto Dias Viana nasceu no dia 22 de março de 1963, na cidade de Braunas (MG). Atua há 23 anos como jornalista em televisão, rádio, jornais e revistas, com passagens pela Rede Minas, Rede Globo Bahia, TV Alterosa e TV Record Minas. É especialista em Estratégia pelo Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais (CEPEAD/UFMG). Jornalista Carlos Viana é professor universitário, lecionou em instituições como a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH) e o Centro Universitário Newton Paiva. Desde 2006, trabalha na Rádio Itatiaia. Viana teve o apoio do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS).
 
FONTE: SENADO NOTÍCIAS
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