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14/09/2018 às 09h19min - Atualizada em 14/09/2018 às 09h19min

Por uma vida mais doce

DENISE AFONSO E ÉRIKA MESQUITA
Vamos falar mesmo é de comida e bebida, nosso assunto favorito, e acredito uma unanimidade entre todos os seres.

Mas, antes de tudo, dedicamos esse domingo às pessoas que conseguem transmitir a doçura. Ser dócil é tarefa cada vez menos recorrente entre as relações, seja ela qual for. Com doçura as pessoas se tornam mais suaves, conseguem dosar melhor suas energias e agir com mais segurança. Enquanto muitos preferem as discussões, o lado amargo e o pessimismo das situações, as pessoas dóceis conseguem tomar melhores decisões e vislumbrar positividade nos resultados.
Deixando o lado cheio de bossa e afetividade da nossa Fatia, vamos a um assunto que muita gente tem dúvidas. Você já prestou atenção que nos esquecemos de pensar no vinho para a sobremesa na maioria das vezes? E isso acontece não só na nossa casa, mas também em restaurantes, eventos e por aí vai. Vejo muitas pessoas que se preocupam com o vinho para as entradas e para o prato principal, mas se esquecem da sobremesa, que para muitos, principalmente as mulheres, é a melhor parte de uma refeição.

Posso garantir a você que quando acertamos nessa harmonização a sobremesa fica muito valorizada, muito mais prazerosa. Mas, se você não tem muita experiência com os vinhos doces, feitos tanto como aperitivos como para harmonizarem com as sobremesas, trago hoje os três tipos mais comuns de vinhos para essa finalidade.



Sem dúvida o vinho mais lembrado aqui no Brasil para acompanhar sobremesas é o Vinho do Porto, que só pode ser elaborado com esse nome no norte de Portugal, na mais antiga delimitação de origem reconhecida no mundo.
Esse é um vinho fortificado, porque é obtido com a adição de aguardente vínica. Basicamente acontece assim: as uvas escolhidas para elaboração do vinho iniciam a fermentação que é interrompida quando é acrescentada a aguardente. O vinho resultante tem grande quantidade de açúcar (natural das uvas) e teor alcoólico que gira em torno dos 19%. Com essas características harmoniza-se bem com sobremesas bem doces, tortas, chocolate, mas pode não cair bem com aquelas que levam frutas tropicais, como manga e abacaxi. E uma coisa que aprendemos com o passar dos vinhos é que o vinho do Porto é o melhor acompanhante para os queijos de mofo azul: gorgonzola, roquefort.

Também estamos percebendo o aumento da oferta de outro vinho para as sobremesas o Colheita Tardia ou “Late Harvest”, um vinho branco obtido com uvas super maduras, que tem alto teor de açúcar e quando vinificadas resultarão em vinhos adocicados, mas com teor alcoólico não muito alto como nos vinhos do Porto. O mais famoso deles é o Sauternes, uma pequena região em Bordeaux, na França, mas infelizmente os melhores vinhos dessa denominação são bem caros e difíceis de encontrar por aqui.

De uma maneira geral esses Colheita Tardia são prazerosos, desde que possuam uma boa acidez, porque senão ficam enjoativos. Uvas de grande qualidade em clima mais frio, por exemplo, dão vinhos muito prazerosos, ideais para vários tipos de sobremesa, até mesmo as que levam frutas com algum tipo de calda ou creme. Não caem bem com chocolate.

Ainda mais fácil de encontrar e ótimo com sobremesa é o Espumante Moscatel, que na Itália é chamado de Asti em razão de uma cidade famosa por esses vinhos. São vinhos adocicados, refrescantes, com muitos aromas florais. Acompanham frutas e sobremesas, principalmente os bolos de frutas.

São feitos com uma única fermentação das uvas em tanques de inox e para nosso orgulho o Brasil tem produzido moscatéis muito bons e premiados internacionalmente. São diferentes dos Asti italianos, que são mais doces e um pouco enjoativos. Praticamente todas as vinícolas brasileiras elaboram um espumante Moscatel, com preços a partir dos R$ 30 e, acredite em mim, muito mais interessantes que os Lambrusco que você encontra nessa mesma faixa de preços. 
Para esse domingo tente investir em palavras e atitudes doces, mandamos a você uma receita perfeita para ajudar nessa doçura, tente harmonizar com um espumante Moscatel, ficará perfeito!
 
Bolo
6 gemas;
400 g de açúcar refinado;
500 g de cenoura ralada;
8 colheres (sopa) de farinha de rosca;
4 colheres (sopa) de vinho branco;
2 colheres (chá) de canela em pó;
2 colheres (chá) de fermento.

Cobertura
1 lata de leite condensado cozido em ponto de corte*.
*Cozinhe o leite condensado em uma panela de pressão por 45 minutos, contados após pegar pressão. Lembre-se de tirar o rótulo e colocar a água a dois dedos acima do nível da lata. Deixe esfriar completamente antes de abrir.

Modo de fazer
1 Forre uma fôrma de 21 cm de diâmetro, com fundo falso, com duas folhas de papel-manteiga. Unte com um pouco de manteiga por cima. Reserve.
2 Numa batedeira, com o batedor raquete, misture as gemas com o açúcar, até que a mistura fique homogênea.
3 Rale a cenoura no ralo fino do ralador e esprema com as mãos para retirar o excesso de líquido. Acrescente à batedeira e bata mais um pouco.
4 Misture a farinha de rosca, o vinho branco e a canela até ficar homogêneo. Caso a mistura fique muito líquida, acrescente algumas colheres de farinha de rosca até ela ficar mais consistente.
5 Por último, acrescente o fermento e misture com uma espátula. Coloque na fôrma e asse em forno preaquecido a 280°C (sim, é bem quente) por aproximadamente 45 minutos ou até que você fure o bolo com um palito e ele saia sequinho.
 
* Essa receita ganhou o campeonato Receitas de Família da revista Casa e Comida.
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