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17/08/2018 às 19h28min - Atualizada em 17/08/2018 às 19h28min

Você precisa dar uma chance a eles

ADREANA OLIVEIRA | EDITORA
Estrela Leminski e Téo Ruiz são uma grata surpresa na bucólica cena pop nacional | Foto: Rony Hernandez/Divulgação

Ao ouvir falar de um casal que se tornou uma dupla você pensa em canções grudentas, açucaradas, com letras óbvias e rasas. Como é bom ouvir Estrela Leminski e Téo Ruiz em seu “Tudo que não quero falar sobre amor”, um projeto audacioso e maluco, segundo Téo, que Uberlândia terá a chance de conhecer na Noite Literária. Em parceria com o Arte na Praça, a dupla curitibana se apresenta ainda na edição do festival em Ituiutaba, amanhã.

Quem se cansou de frases tipo “te amo demais”, “meu desejo é desejar você”, deve dar uma chance a Estrela e Téo, especialmente às músicas “A vida não é justa”, “Duro ter coração mole” e “Gostável”.

“Tudo que não quero falar sobre amor” traz 12 canções que apesar de independentes fecham uma bela unidade. Cada música ganhou um videoclipe de um diretor diferente, ou dois, porque são 13, e o álbum contou com sete produtores, entre eles Marina Vello, John Ulhôa (Pato Fu) e Pupillo (Nação Zumbi). “Estamos em um mundo imagético. A música vem atrelada a imagens. No nosso disco anterior, ‘São Sons’ (2012), cada música já contava com um miniclipe que projetávamos nos shows, mas não tínhamos nenhum videoclipe ainda. Ficamos meio inquietos com isso”, disse Téo, em entrevista ao Diário de Uberlândia.

A dupla resolveu desconstruir o lançamento e os 12 videoclipes foram lançados no decorrer de 2017. Cada um tem uma identidade interessante por conta das visões diferentes dos diretores que vão da animação ao horror movie. “Foi um processo muito enlouquecedor, mas bacana. No processo todo do disco são mais de 100 pessoas envolvidas. Ficou um álbum muito visual”, disse Téo.

Estrearam o show em novembro, em Curitiba, e contaram com projeções em mapping e banda completa. Porém, o formato do show em Uberlândia será com banda reduzida, que possibilita à dupla circular mais. Além de Estrela e Téo há mais um guitarrista, baterista e baixista. “Ficamos super felizes com o convite para Uberlândia”, disse Téo.

Apesar de serem um casal, Estrela, filha do poeta Paulo Leminski (1944-1989) e Téo são artistas com inquietudes diferentes. “A gente foge das canções românticas dos casais, da música que um fez para o outro. Trabalhamos com temas políticos, existenciais e do cotidiano”, conta Téo.

Eles não têm uma forma específica para compor. Téo conta que por algum tempo Estrela escrevia e ele musicava mais, mas a coisa se inverteu. E também entraram novas parcerias. “Tem músicas que ficam mais de um ano até chegar na versão final. Nos preocupamos não só com o texto mas com a mensagem poética toda da canção. Por isso, no disco contamos a história por trás de cada música no encarte”, disse Téo.

“Nossa proposta é uma provocação estética para chegar ao formato pop no sentido de simplicidade, algo difícil de conseguir. Nos espelhamos em ícones como Arnaldo Antunes que faz letras extremamente simples, mas geniais”, finaliza Téo.

E começaram muito bem.

SERVIÇO

O QUE: Noite Literária

QUEM: Estrela Leminski & Téo Ruiz

QUANDO: hoje, às 21h

ONDE: Vinil Cultura Bar (Av. Segismundo Pereira, 1.121, Santa Mônica)

INGRESSO: R$ 12

INFORMAÇÕES: 3234-6999

OUTRAS ATRAÇÕES: Renata Máximo Trio; Leituras e Performances: Juliana Bom-Tempo, Mariana Anselmo, Sílvia Martins e Tatiana Brissard


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