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03/08/2018 às 17h46min - Atualizada em 03/08/2018 às 17h46min

Período eleitoral reduz ritmo na Câmara

Reunião de sexta (3) precisou ser suspensa porque não tinha vereadores suficientes no plenário

NÚBIA MOTA | REPÓRTER
Plenário da Câmara ficou vazio na maior parte do tempo durante a terceira reunião de agosto | Foto: Aline Rezende
Às vésperas do período eleitoral e com pelo menos sete de seus integrantes pré-candidatos a deputado, a Câmara Municipal de Uberlândia teve as três primeiras sessões ordinárias do mês com baixo rendimento. Nesta sexta-feira (3), durante a terceira reunião do mês, por alguns minutos, a sessão chegou a ser suspensa por falta de quórum, já que são necessários pelo menos 14 dos 27 vereadores para dar início aos trabalhos.  Dois deles justificaram a ausência e os demais se revezavam entre o gabinete e o plenário, que em grande parte do tempo ficou vazio. Os requerimentos, moções de aplauso e pedidos de informações apresentados na quarta (1º) e quinta-feira (2) foram todos aprovados na sexta, já que nos demais dias não tinham vereadores suficientes na Casa para a votação. 

Desde o início do ano, ficou definido que as duas primeiras sessões de cada mês serão apenas para a entrega de homenagens.
O presidente da Câmara, Alexandre Nogueira (PSD), disse que o clima de eleição e o fato de pelo menos vereadores serem pré-candidatos a deputado estadual e federal não deve alterar o calendário das 10 sessões do mês. 

Na sexta à tarde, o prefeito Odelmo Leão chamou todos os vereadores da base aliada para apresentar os projetos do Executivo que devem começar a ser apreciados na segunda-feira (6), já na quarta sessão do mês. A expectativa é que as propostas ditem o ritmo da Casa no decorrer do mês. “Os vereadores que são candidatos a deputado têm a parte da tarde, e nos outros dias que não têm sessão, pra trabalhar a candidatura. Não vai atrapalhar em nada. Quando não vemos os vereadores na reunião, é porque estão atendendo a população nos gabinetes. É comum ficar assim até chegar os projetos do prefeito, quando damos mais prioridade e agilidade”, disse Alexandre Nogueira.

Thiago Fernandes (PRP) acredita que a demora no envio dos projetos do Executivo deixa uma impressão equivocada sobre a atuação dos parlamentares.  “Eu acho um desrespeito o prefeito ainda não ter mandado os projetos dele. As sessões começaram quarta-feira e ele podia ter mandado antes disso. Mas ele sempre deixa pra mandar depois, para nós vereadores não termos tempo de analisar com calma. É uma prática reincidente. Mas a Casa não precisa dos projetos do prefeito pra existir. É ele quem precisa da Casa. O prefeito não governa sem a Câmara”, disse o vereador. 

De acordo com o líder do Governo, Antônio Carrijo (PSDB), os projetos do Executivo sempre são enviados na primeira sessão ordinária do mês, mas dessa vez não foi possível porque Odelmo Leão viajou na quarta-feira (1º) e os vereadores da base também só puderam se reunir com o prefeito na sexta. A intenção, ainda de acordo com Carrijo, é que as propostas entrem em votação na segunda-feira (6). Sobre as ausências do plenário, ele disse que os colegas geralmente estão nos gabinetes ou em reuniões externas. “Cada um tem que se responsabilizar pelos seus atos. As eleições devem influenciar, mas temos que saber que nossa prioridade é a Câmara”, disse Carrijo. 

Segundo Silésio Miranda (PT), que na quinta-feira (2) justificou a ausência porque estava em Belo Horizonte para a convenção do partido, a demora na votação dos requerimentos não traz nenhum prejuízo ao trabalho da Câmara, e é comum acontecer. Ainda de acordo com o petista, que teve o nome indicado a deputado estadual, as eleições também não devem prejudicar o andamento do Legislativo Municipal. “Algumas pessoas não entendem. Mas acontece que nos chamam fora do plenário e a gente precisa atender. O vereador trabalha em casa. Tem dia que eu viro noite olhando projeto. Já em relação aos projetos do prefeito, eu acho errado ainda não terem chegado. Ele tem mandado muito pouco projeto pra Casa. Ficou dois meses sem mandar nada e quando manda, manda atrasado. Eu não voto. Se for preciso pedir vista, eu vou pedir”, disse Silésio. 

EVENTO
Verba para a OAB deve entrar na pauta


Segundo o presidente da Câmara, Alexandre Nogueira, neste mês deve voltar a ser discutida uma emenda do Executivo que destina R$ 100 mil para a realização do Encontro Regional dos Advogados, realizado pela subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Uberlândia, com a expectativa de reunir cerca de 4 mil pessoas.  Apesar do evento já ter sido patrocinado outras vezes pela prefeitura, os vereadores ainda dividem opinião a respeito da verba destinada.

O próprio presidente da Casa, que faz parte da base do Governo, se diz contra o patrocínio porque será cobrado um ingresso de R$ 200 por advogado, o que geraria um faturamento de quase R$ 800 mil. “Acho que é dinheiro suficiente para a OAB. Se fosse gratuito, eu acho que a Prefeitura tinha que apoiar, porque fomenta, traz recursos, mas sendo pago, não concordo”, disse Alexandre. 

Já Silésio Miranda, apesar de ser oposição ao prefeito, é a favor da destinação dos R$ 100 mil à Ordem, já que a Prefeitura também patrocina outros eventos com cobrança de ingresso, como o Camaru, por exemplo. “O projeto atende a parte jurídica da cidade, gera conhecimento e intercâmbio de informações”, afirmou.
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