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27/07/2018 às 13h42min - Atualizada em 29/07/2018 às 08h42min

Tecidos Tita faz 60 anos de olho nos novos tempos

Atacadista chegou a Uberlândia em 1958 e agora atende o varejo e constrói mini shopping com 100 lojas

PUBLIEDITORIAL
Hildebrando Machado, diretor-geral, começou na loja aos 18 anos como uma espécie de faz tudo (Foto: Núbia Mota)
Ano de 1958. Uberlândia tinha cerca de 60 mil habitantes e era limitada pelos córregos Cajubá, onde é a avenida Getúlio Vargas, o São Pedro, sob a avenida Rondon Pacheco e o rio Uberabinha. Depois da estação da Mogiana, onde hoje é o Terminal Central, poucas casas se distribuíam em ruas de terra. E ali, pelos trilhos do trem de ferro, eram despachadas as mercadorias da mais nova atacadista da cidade, a Tecidos Tita. No mesmo local onde é hoje, na esquina entre a avenida Floriano Peixoto e a rua Quintino Bocaiúva, a loja de pouco mais de 300 m² e um depósito em uma rua calçada de paralelepípedos pouco se parece com a nova estrutura de quase um quarteirão, com 10 mil m² e em obras para receber um mini shopping. 

A filial chegou em Uberlândia quatro anos depois de abrir a matriz em Goiânia, graças ao empreendedorismo de um jovem paraibano de 37 anos, nascido em Guarabira, que ficou totalmente cego aos 28, em decorrência de um glaucoma. Manuel da Cunha Rego Madruga (1921-2002) começou com uma pequena loja na avenida Anhanguera, no Centro da capital goiana, onde também permanece até os dias atuais, vendendo exclusivamente tecidos aos comerciantes varejistas. A loja de Uberlândia seguiu a mesma linha de negócio. 

O diretor-geral da Tecidos Tita, Hildebrando Machado, se lembra bem deste início da filial uberlandense, onde ele começou a trabalhar aos 18 anos, em maio de 1966, como uma espécie de faz tudo. Natural de Abadia dos Dourados, ele chegou a vender tecidos em uma lojinha em Monte Carmelo, mas como veio para Uberlândia para estudar, acabou encontrando uma oportunidade na empresa atacadista, de onde nunca mais saiu. “Iniciei no balcão, mas varria a loja, mexia no depósito, carregando e empilhando fardos, embalava mercadorias. Porque eram poucos funcionários. Eu era o 16º contratado”, disse Hildebrando, que hoje encabeça uma equipe de cerca de 150 colaboradores. 

O funcionário mais antigo em atividade conviveu por muitos anos com o fundador do grupo, Manuel Madruga, que morava em Goiânia, principalmente quando começou a trabalhar na área administrativa, em meados de 1978. “Apesar de faltar a visão, ele enxergava muito longe. Dizia que ia para o túmulo como um cego, mas não como um inútil. Ele era muito humano, tinha os funcionários como uma família e até hoje essa é a filosofia da empresa”, disse  Hildebrando. 
Como Manuel Madruga e a esposa Maria Fernandes de Góes Madruga, falecida há 2 anos, não tiveram filhos, com o falecimento do casal, os negócios ficaram sob a administração dos dois sobrinhos, que eles ajudaram a cuidar, Benvenuto Veras Júnior e Teodoro Manoel Fernandes de Castro Lino, residentes em Goiânia. Após a morte do tio, em 2002, os primos, ao lado de dona Maria, seguiram empreendendo e, em 2008, montaram uma nova filial em Cuiabá (MT). 

Hoje, a Tecidos Tita de Uberlândia também atende o varejo, com uma loja criada há 2 anos no mesmo endereço, ganhou o site Tita Store, e está em obras para abrigar um mini shopping,  o Tita Mega Center, com cerca de 100 lojas de 8 a 30 m, que serão locadas, a partir do dia 1º de agosto, para diversos segmentos, passando por alimentação, joias, óculos, calçados, celulares, entre outros produtos. 

Permanência
Empresa abastecia lojas de tecido da cidade e de outros estados

Quando a Tecidos Tita chegou a Uberlândia, em 1958, era a única atacadista da cidade. Depois disso, pelo menos três concorrentes foram criadas, mas foram fechadas ao decorrer dos anos. Assim que chegou, a empresa passou a abastecer as lojas de tecidos da cidade, que antes precisavam fazer negócio longe, em São Paulo, e esperar dias pela mercadoria. Eles abasteciam também o interior de Minas, Goiás e parte de São Paulo. Hoje, a Tecidos Tita têm cadastrados mais de 20 mil clientes distribuídos em todo o Brasil. 

Assim como vários outros comerciantes, o grupo também passou por percalços e por crises econômicas, como a atual, mas se manteve em função de muito trabalho e visão de futuro, segundo o diretor-geral, Hildebrando Machado. Já confiantes em uma alavancada do país para os próximos anos, eles se preparam com a ampliação dos negócios, com foco em e-commerce e no mini shopping. “Quando tudo melhorar, já estamos lá na frente. Se esperar a economia aquecer, demora ainda mais para alcançar o objetivo”, afirmou Hildebrando. 

Funcionários

“Significa uma vida. Me chamam de Hildebrando do Tecidos Tita. Já que não pode ser o Tita do Hidelbrando, já fico satisfeito”, brinca o diretor-geral da loja sexagenária, que criou os dois filhos graças ao trabalho onde ele começou há 52 anos. 

Depois dele, o mais antigo de casa é Orvalino Alexandre da Silva, que no dia 2 de maio comemorou 50 anos na loja. Hoje, como responsável pelo setor de crédito e cobrança, ele já foi balconista, trabalhou no setor de entrada de mercadoria, no caixa e na tesouraria.  “A loja significa muito pra mim, aqui eu constitui minha família, criei meus cinco filhos. Minha paixão é o meu serviço. Meus colegas são minha família”, afirmou.
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