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02/07/2018 às 12h00min - Atualizada em 02/07/2018 às 12h00min

Bombeiros esperam por alta de incêndio em lotes

PERÍODO DE AGOSTO A SETEMBRO É O MAIS CRÍTICO EM OCORRÊNCIAS URBANAS

MARIELY DALMÔNICA E WALACE TORRES
Setenta e quadro incêndios em lotes vagos foram registrados nos primeiros cinco meses do ano (Walace Torres)
Com a chegada do período de maior estiagem e baixa umidade do ano, o Corpo de Bombeiros de Uberlândia se prepara para o aumento nas ocorrências de incêndios, principalmente em lotes vagos urbanos e em áreas rurais não protegidas. Em 2017, agosto foi o mês com o maior número de incêndios, com 142 ocorrências, seguido de setembro, quando houve 131 registros.

De janeiro a maio deste ano, 104 incêndios foram registrados, sete ocorrências a mais em relação ao mesmo período do ano de 2017. Só no mês passado, os bombeiros atenderam a 46 chamados. Mais da metade aconteceu em lotes vagos em área urbanas, enquanto o restante foi registrado em áreas rurais, áreas de reflorestamento, áreas de órgãos públicos e privados.

“A vegetação de Uberlândia especificamente é o cerrado e estamos iniciando esse período de estiagem, em que a umidade do ar fica bem baixa, então a situação é propícia para acontecer incêndios florestais ou em vegetação. Muitos proprietários não têm o cuidado de manter lotes limpos e algumas pessoas têm o costume de colocar fogo em alguns locais achando que isso faz limpeza, o que, na verdade, gera muito transtorno para a população”, disse a capitã Ana Paula Borges.
 
ÁREA URBANA

 
Em 2018, 74 incêndios em lotes vagos foram registrados nos primeiros cinco meses. No dia 15 deste mês, a reportagem do Diário de Uberlândia flagrou uma queimada em uma grande área entre a rua da Bandeira e a avenida Anselmo Alves dos Santos, no bairro Tibery, na zona leste. O fogo se alastrou rápido no mato seco e, em pouco tempo, a fumaça tomou conta da rua, chegando até as residências próximas.

“Meu irmão tem asma e o quarto dele ficou tomado de fumaça”, disse a dona de casa Isabela Duarte. O irmão dela ainda estava na escola quando o fogo foi contido, mas o cheiro e a fuligem permaneceram por mais um tempo, comprometendo a saúde dele e de outros moradores. Situação que a vizinha Elizabeth Rosa também vivenciou por várias vezes. Ela contou que as queimadas no terreno são constantes. “A gente nunca sabe quem joga fogo aqui”, disse. Segundo ela, a avó, já falecida, tinha que ser retirada de casa durante as queimadas por causa da bronquite.

Enquanto a reportagem estava no local, um terreno próximo, na rua África, também estava em chamas. O morador ao lado admitiu ter ateado fogo no mato e no lixo para matar os escorpiões, que, segundo ele, invadiam a sua casa. “O certo era limpar, mas o terreno não é meu. Você pagaria para limpar o terreno dos outros?”, questionou o morador, saindo em seguida.

Além de estar sujeito a uma multa, a ação do morador acabou gerando outro problema à sua família. A fumaça invadiu a sua residência, onde havia ao menos duas crianças.

Para a Capitã Ana Paula, a população deve seguir as dicas de prevenção em qualquer época do ano. “Pedimos para que não joguem cigarro em vegetações secas. Se forem acender uma fogueira, removam as folhas secas, cerquem de pedras e se certifiquem que o fogo foi extinto. Não devem jogar vidros no chão também, o reflexo do sol pode causar um incêndio. A população deve estar sempre vigilante”, afirmou.
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