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28/04/2018 às 08h36min - Atualizada em 28/04/2018 às 08h36min

Professores do ensino particular reivindicam maior reajuste salarial

MARIELY DALMÔNICA | REPÓRTER
Mensalidades tiveram aumento entre 4% a 6%, segundo sindicato patronal | Foto: Agência Brasil/Arquivo
 
Professores das escolas particulares de Uberlândia estão reivindicando reajustes salariais e a manutenção de garantias trabalhistas que, segundo eles, estão ameaçadas. A categoria aponta que o aumento proposto pelos estabelecimentos é pequeno, se comparado com o que foi dado às mensalidades. O sindicato patronal, por sua vez, garante que baseia suas propostas no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano passado e na Reforma Trabalhista.

De acordo com o Sindicato dos Professores de Uberlândia (Sinpro), as escolas particulares tiveram um aumento médio de 6% nas mensalidades, mas o salário dos professores ainda não subiu. O Sinpro também reivindica a manutenção da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e o pagamento da porcentagem por trabalhos feitos fora da sala de aula.

“O professor da rede particular ganha 20% de ‘extraclasse’ por trabalhar dentro de casa e o Sinepe [sindicato patronal] está pensando em reduzir essa atividade. Também querem adiantar nossas férias para dia 26 de dezembro [em vez do dia 1º de janeiro]”, disse Cecília Abrahão, presidente do Sinpro. Ainda segundo ela, as negociações começaram em janeiro deste ano e nenhuma decisão foi tomada até o momento. “Realizamos uma assembleia no dia 20 e faremos mais uma nos próximos dias. Afinal, desde 2001 os aumentos foram sempre menores do que as mensalidades”, disse.

Haida Viviane Palhano é professora de uma escola particular no município e acredita que os direitos dos professores estão sendo retirados. “Nós tínhamos todos os direitos garantidos e depois da reforma [trabalhista] veio essas mudanças. Por que a partir deste ano querem fazer de forma diferente?”, disse a professora.

De acordo com Átila Rodrigues, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Triângulo Mineiro (Sinepe-TM), o reajuste no salário dos professores e o aumento na mensalidade das escolas não estão atrelados. “As mensalidades subiram em média de 4% a 6%, levando em conta que as escolas podem ter desconto de até 50%.”

Ainda segundo Átila, o INPC está em 1,81%, aumento que será dado aos funcionários de acordo com a Lei. Ela também enumerou as mudanças que o Sinepe-TM propôs ao Sinpro seguindo a reforma trabalhista. “Queremos alterar os dias de férias para que os professores voltem três dias antes do início das aulas para se planejarem. Propomos também que quem trabalha por quatro horas/dia deixe de fazer o intervalo de 15 minutos, seguindo a lei. E o professor continuará recebendo o adicional ‘extraclasse’ de 20% do salário, o sindicato quer retirar apenas a porcentagem de 1% que subia a cada cinco anos trabalhados”, afirmou.

A presidente do Sinepe-TM ainda ressaltou que as escolas particulares dão duas bolsas de estudos aos professores para cada 100 alunos matriculados ou bolsas de até 50% para professores de outras instituições matricularem os filhos.
 
INADIMPLÊNCIA
 
Segundo Átila, as escolas particulares tiveram inadimplência de 25% nas mensalidades no ano passado, além de desistências. Descontos foram oferecidos em mensalidades para que os alunos continuassem matriculados. A presidente do sindicato disse que os valores das mensalidades também sobem por causa desses fatores.

Lindaura Oliveira é educadora e tem dois filhos. Ela preferiu tirar o mais novo da escola particular e matriculá-lo em uma escola estadual neste ano por causa do aumento da mensalidade. A filha mais velha de Lindaura também saiu da mesma escola em que o irmão estudava. “Ela foi estudar em outra escola particular, mas é porque conseguiu uma bolsa de 75% de desconto neste ano”, afirmou.
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