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04/04/2018 às 17h24min - Atualizada em 04/04/2018 às 17h24min

Situação de moradores de rua é debatida em fórum

Objetivo é ajudar na formatação de plano de ações do governo do Estado

VINÍCIUS LEMOS | REPÓRTER
Encontro com representantes de várias entidades ocorreu em sede de sindicato local | Foto: Vinícius Lemos

Com pelo menos 158 novas pessoas morando na rua em Uberlândia no mês de março, a cidade recebeu, nesta semana, o Fórum Técnico sobre a População em Situação de Rua, promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O objetivo foi o de levantar as demandas das pessoas que não têm moradia e as necessidades de políticas públicas para solução do problema.

Nesta quarta, reuniões em um sindicato local fecharam o Fórum e envolveram uma série de grupos, entre os poderes legislativo e executivo locais, além de órgãos de atendimento à população de rua, assistentes sociais e os próprios desabrigados. Na terça (3), houve uma conversa com 15 pessoas em situação de rua na praça Sérgio Pacheco, quando problemas e pospostas foram levantados. Emprego, acolhimento, abuso de autoridade e violência foram os principais pontos discutidos.

Apesar de a representante da secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Habitação não ter concedido entrevista à imprensa, ela apresentou, no encontro, um painel sobre moradores de rua e o atendimento na cidade. Além dos 158 novos casos registrados pelo Município, cerca de 144 pessoas persistiram morando nas ruas da cidade. Ao todo, 266 desabrigados são acompanhados de alguma maneira com atendimentos do Município.

O cenário apresentado mostra que a maior parte dos moradores de rua estão em Uberlândia há menos de 6 meses e que a maioria migrou para o Município vindo de outros Estados do Sudeste do País. Há ainda uma concentração de estrangeiros, sendo que bolivianos e argentinos são as nacionalidades mais numerosas neste caso. Em geral, quem está em situação de rua prefere se estabelecer em pontos da região central de Uberlândia, sendo que esse grupo representa 88% dos moradores de rua com os quais o Município teve contato.

Os números, entretanto, podem ser parciais, segundo a diretora de Defesa e Reparação de Direitos Humanos do Estado, Letícia Palma. Ela explica que não existe um estudo geral a respeito desses números e que há levantamentos pontuais, tanto em Minas Gerais como em todo o País.

DOCUMENTO

Um documento sobre a situação em Uberlândia, contendo possíveis ações de suporte, será elaborado e juntado a outros produzidos pelo Fórum nas demais regiões do Estado. O objetivo é ajudar na formatação do plano estadual de ações para pessoas em situação de rua durante o seminário final sobre o assunto, marcado para os dias 11, 12 e 13 de junho.

“Temos propostas a curto, médio e longo prazo para que projetos de Lei sejam pensados e casados com o planejamento financeiro do Estado. Há ações que nem precisam de financiamento, que se baseiam em uma articulação governamental”, disse Letícia Palma.
 
BUSCA TRABALHO

Sem emprego, pedreiro vive há 4 meses nas ruas

O pedreiro David Clint veio de Goiânia (GO) há 4 meses em busca de emprego em Uberlândia, mas como não conseguiu e não tinha local para morar, foi para as ruas. Primeiramente, ele se instalou no bairro Martins, na região central, mas há pouco tempo mora pelas ruas do bairro Umuarama, na zona leste, onde conseguiu apoio do Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (Caps-Ad).

“Queria tentar novas oportunidades para sair da rua. É humilhante, mandam a gente embora, se não é problema com policial é problema com os próprios moradores de rua. Estou desempregado, trabalho de pedreiro, mas só consegui bicos, nada fixo”, disse.
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