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08/03/2018 às 05h02min - Atualizada em 08/03/2018 às 05h02min

Cresce presença feminina entre microempreendedores

Mulheres correspondem a 47% das MEIs em Minas Gerais, segundo o Sebrae

VINÍCIUS LEMOS | REPÓRTER
Técnica em estética Lorena Wenceslau abriu o próprio negócio em outubro | Foto: Divulgação

As mulheres representam 47% dos Microempreendedores Individuais (MEI) em Minas Gerais. Em um universo de mais de 736 mil formalizados via MEI, cerca de 347 mil são mulheres. Se por um lado elas ainda não são maioria no setor, ao contrário do que ocorre na projeção populacional, levantamento do Sebrae Minas feito com base nos dados do Portal do Empreendedor aponta para um rápido crescimento da presença feminina nos pequenos negócios. Em todo país, por exemplo, mais do que dobrou o número de microempreendedoras nos últimos cinco anos.

O número de formalizadas que trabalhavam por conta própria saltou de 1,3 milhão em 2013 para 3 milhões em 2018, um aumento de 124%. Dos 6,389 milhões MEIs brasileiros, 48% eram mulheres. O Rio de Janeiro é o estado em que elas são a maioria (51%). Já em Alagoas e Ceará, as empreendedoras representam a metade dos formalizados.

Embora o estudo não inclua números específicos de Municípios, é fácil encontrar mulheres que viraram microempreendedoras recentemente em Uberlândia. É o caso da técnica em estética e dermopigmentadora Lorena Wenceslau, que, depois de dois anos trabalhando em outros salões, abriu o próprio estúdio em outubro do ano passado e se tornou uma MEI.

Os ganhos, segundo ela, dobraram nesses últimos meses, depois de um investimento de mais de R$ 8 mil. Embora tenha conseguido se tornar empresária, Lorena disse que ainda tem de brigar por respeito pelo simples fato de ser mulher.

“Existe uma dificuldade para tomar frente e ter o respeito por parte de homens que prestam serviço pra mim. Como sou mulher, parece não haver respeito para atenderem um pedido”, disse. Ao mesmo tempo, o marido dela agora é quem tem parceria direta no espaço do estúdio, onde ele usa a estrutura para atendimento de terapias de reiki.

MICRO E PEQUENAS

Já em relação ao mercado de trabalho das Micro e Pequenas Empresas (MPE), segundo levantamento do Sebrae Minas com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), dos mais de 8 milhões de demitidos pelas MPE em 2017, 39,8% eram mulheres. Os setores de serviços e comércio foram responsáveis por mais da metade dos desligamentos das trabalhadoras (2,9 milhões). 

Já em relação às contratações, em 2017 as MPE admitiram 4,3 milhões de mulheres, cerca de 39,3% dos contratados no período. Dessas, aproximadamente 47% tinham o ensino médio completo. 

Em Minas Gerais, as MPE contrataram mais mulheres do que demitiram. Foram 411.626 admissões contra 403.089 desligamentos, o que resultou em um saldo de 8.537 empregos no ano passado. 

A distribuidora de roupas Gracielle Godoy é microempresária há cinco anos e os negócios já ganharam corpo. Ela começou nas vendas, sendo que seu primeiro negócio no ramo foi o comércio de 12 peças. Hoje ela faz parte de uma rede de distribuição que inclui consultoras e lojas.

No entanto, o caso dela não mostra o cenário como um todo. “Noventa por cento de quem compra no ramo são mulheres, mas 90% dos donos das marcas são homens. Somos subestimadas”, afirmou.

Mesmo com o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho das MPE, elas ainda saem em desvantagem na questão salarial. De acordo com dados do Caged, as mulheres contratadas em 2017 ganhavam, em média, R$ 1.281,87, R$ 150,03 a menos que os homens. Já entre as demitidas, que tinham um salário médio de R$ 1.380,73, a diferença salarial chegava a R$ 179,13.
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