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06/03/2018 às 19h10min - Atualizada em 06/03/2018 às 19h10min

Vereador Silésio Miranda e mais 7 têm R$ 386 mil bloqueados

TJMG diminui valor de quantia retida de grupo ligado a suposto esquema

VINÍCIUS LEMOS | REPÓRTER
Em maio, conduzido coercitivamente para prestar informações ao MPE | Foto: Denilton Guimarães/CMU

A Justiça bloqueou cerca de R$ 386 mil das contas do vereador Silésio Miranda (PT), do antigo superintendente do Instituto de Previdência Municipal (Ipremu) Marcos Botelho e de outras seis pessoas por conta dos levantamentos da Operação É Fria, que investiga um suposto esquema de uso de laranjas em uma empresa que prestava serviços de transporte para o Ipremu.

A decisão é do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e reformou uma liminar anterior, a partir de um recurso do vereador. No texto, de 24 de janeiro de 2018, o relator Adriano de Mesquita Carneiro reviu uma decisão dele mesmo, com data de dezembro de 2017. No fim do ano passado ele havia pedido o afastamento de Miranda e o bloqueio de R$ 849,6 mil dos oito citados pelo Ministério Público Estadual no suposto esquema que envolve a empresa Interlocar Locadora.

Contudo, a partir de um agravo do legislador de Uberlândia, o relator informou que, revendo seu posicionamento, acolheu o pedido e reformou parcialmente a decisão “mantendo apenas a indisponibilidade de bens de todos os requeridos até o valor total do dano apurado de R$ 386.252,49.”

Este bloqueio é rateado entre os citados de acordo com sua contribuição para o prejuízo apontado pela Operação É Fria. A ação foi deflagrada em maio de 2017, quando foi cumprido mandado de busca e apreensão no gabinete de Silésio Miranda, na Câmara Municipal, que também foi conduzido coercitivamente para prestar informações ao MPE.

Segundo as investigações, o vereador e um tio eram os verdadeiros proprietários da empresa Interlocar, contratada pelo Ipremu na gestão passada. Ainda de acordo com a apuração, os proprietários citados tinham como sócios “laranjas” da empresa e outras duas pessoas, sendo uma delas concunhado do então superintendente do Ipremu.

Ainda no mês de novembro, a Justiça em Uberlândia, por meio da 1ª Vara de Fazenda Pública, negou o pedido de afastamento de Miranda. Dessa forma, a promotoria recorreu da decisão e, por isso, o caso foi levado para segunda instância. Além de responder por improbidade administrativa, correm processos criminais por falsidade ideológica e lavagem de dinheiro contra o vereador.

OUTRO LADO

Procurado pela reportagem do Diário de Uberlândia, Silésio Miranda disse que o assunto é antigo e que foi retomado por conta de suas críticas ao Executivo, devido, dentre outras coisas, às denúncias da Operação Poseidon, que apura desvios no Dmae.

“Estão mudando o foco. Querem mobilizar a imprensa e vou continuar meu trabalho. Foi uma vitória [a reforma da decisão], o desembargador decidiu de uma forma e nós mostramos que era diferente do que ele estava vendo. O que a Justiça questionar eu vou responder”, afirmou.
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