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06/02/2018 às 05h50min - Atualizada em 06/02/2018 às 05h50min

Dívidas derrubam taxa de rematrículas nas escolas

Índice médio ficou em 75% ante os 90% registrados em anos anteriores

VINÍCIUS LEMOS | REPÓRTER
 
As rematrículas na rede particular de ensino de Uberlândia ficaram na média de 75% em 2018, número considerado abaixo das melhores taxas de anos anteriores, que chegavam a 90%. Os dados são do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Triângulo Mineiro (Sinep) e contempla as cerca de 190 escolas privadas da cidade, que, em sua maioria, voltaram às aulas ontem.

A justificativa para o resultado, segundo a entidade que representa o setor, foi a do aumento de débitos entre famílias e escolas nos últimos dois anos por conta de crise econômica no País. “Como as escolas não têm obrigação de rematricular alunos inadimplentes, existe uma dificuldade natural para que os débitos sejam quitados e os pais mantenham os filhos estudando”, disse a presidente do Sinep local, Átila Rodrigues.

Ela lembra que, anteriormente, era comum a quitação de poucas mensalidades, e, numa negociação futura, a dívida poderia ser diluída em todo o ano seguinte. Contudo, nos últimos anos as dívidas passaram a crescer.

Mesmo com este cenário, o ano de 2018 é considerado melhor que 2017, mas ainda não cobriu as perdas do último período. Tanto o sindicato quanto escolas consultadas pelo Diário de Uberlândia esperam que após o Carnaval, principalmente entre instituições de ensino infantil, os números melhorem e cheguem a pelo menos 85% de rematrícula média.

Diretora educacional de uma escola no bairro Tibery, na zona leste, Gracielle Naves ainda não fechou o período de matrículas, o que deve melhorar o índice de queda na instituição, que até agora tem 12% menos alunos do que em 2017. Para isto, a instituição está aberta a negociação caso a caso e ainda tem feito uma campanha para conhecimento de atividades e do acompanhamento educacional como diferencial para atrair os estudantes. “A crise é o grande problema, mas com a proximidade entre o início das aulas e o Carnaval muita gente deixa para fechar com a escola depois”, disse a diretora.

A estratégia de uma escola de ensino infantil e fundamental no bairro Santa Mônica, também na zona leste, foi começar as aulas antes das demais, ainda no dia 1º de fevereiro, o que seguiu a abertura de rematrículas mais cedo. “Com isso podemos saber das insatisfações de pais e procuramos mensurá-las e corrigi-las”, disse a diretora Marielly Galli.

O resultado foi um índice de rematrículas de 80%, até o momento. A adoção de um cartão fidelidade também ajudou na manutenção de alunos, de acordo com a direção. Sendo assim, quanto mais tempo na escola, mais o estudante recebe descontos nas mensalidades, o que reduziria o impacto dos reajustes anuais.

NÚMEROS POSITIVOS

Por outro lado, um colégio no bairro Bom Jesus, na região central, contabiliza números positivos. Segundo dados da instituição, o número de matrículas foi 6% maior em 2018 em relação ao ano anterior. “(No comparativo) De março a março a nossa expectativa é chegar a 10% de crescimento. É uma aceleração mantida nos últimos anos, quando crescemos entre 6% e 7% de fevereiro a fevereiro”, afirmou o diretor Jean Silveira.

Segundo ele, a escola oferece diferenciais sem agregar valor à mensalidade. Silveira ainda afirma que a manutenção de qualidade no trabalho é fundamental e é preciso demonstrar isto às famílias.
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