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28/12/2017 às 21h25min - Atualizada em 28/12/2017 às 21h25min

Operação Fênix gera crise entre órgãos

VINÍCIUS ROMARIO | REPÓRTER

Uma crise entre os órgãos de segurança de Minas Gerais surgiu em decorrência da Operação Fênix, deflagrada no dia 19 deste mês pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Entidades ligadas a policiais civis rechaçam a forma com que o Ministério Público e as polícias Militar (PM) e Rodoviária Federal (PRF) conduziram as ações.

Oitenta pessoas foram presas durante a Operação Fênix, dentre elas, 48 policiais civis, sendo nove delegados e 39 investigadores. Eles são suspeitos de envolvimento em cerca de 15 crimes diferentes, como tráfico de drogas, corrupção ativa, passiva e obstrução de justiça.

Ainda no dia da operação, o Sindicato dos Delegados de Polícia de Minas Gerais (Sindepominas) e o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Sindpol-MG) soltaram notas de repúdio à ação. O Conselho Superior da Polícia Civil também questionou os modelos da operação.

Parte do comunicado do Sindepominas dizia “que seriam adotadas todas as medidas judiciais, administrativas e institucionais cabíveis contra o Ministério Público Estadual (MPE)”. Já o Sindpol-MG alegou que a Corregedoria Geral de Polícia deveria ter sido informada sobre a operação antes que ela fosse deflagrada, além de se posicionarem contra a maneira como a PM e a PRF realizaram as prisões.

Desde então, representantes dos órgãos de segurança e do Estado têm se reunido para debater a ação. O último encontro entre as partes aconteceu hoje em Belo Horizonte.

Procurada pelo Diário do Comércio de Uberlândia, a assessoria de imprensa da Polícia Civil disse que o Conselho Superior do órgão irá oficiar as instituições cabíveis para que as apurações das condutas dos policiais civis sejam feitas com rigor, mas defendeu “que a lei seja plenamente respeitada, não ocorrendo abusos ou qualquer tipo de medida que desrespeite o Estado Democrático de Direito e a Constituição Federal”.

Já o MPE, também por nota, afirmou os Promotores de Justiça que participaram dos trabalhos “jamais agiram movidos por qualquer sentimento pessoal, tampouco deixariam de agir por receio de quem quer que sejam os envolvidos, pois atuam em defesa da sociedade. As posições adotadas pelos integrantes do MPE tiveram amplo respaldo do Poder Judiciário, que autorizou as medidas com base na Constituição Federal e legislação ordinária”.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais disse que não irá se pronunciar sobre o caso. Não houve retorno da assessoria de comunicação do comando da Polícia Militar (PM), em Belo Horizonte. 

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