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09/12/2017 às 05h26min - Atualizada em 09/12/2017 às 05h26min

Taty Ferreira lança segundo livro

Criadora do blog e canal 'Acidez Feminina' se aventura em romance de ficção

ADREANA OLIVEIRA | EDITORA
Taty Ferreira lança hoje seu segundo livro, “Doces dias ácidos” / Foto: Divulgação

 

Taty Ferreira começou a produzir conteúdo para a internet há sete anos. Hoje acumula mais de dois milhões de seguidores em suas redes sociais e trata de assuntos do cotidiano feminino e de relacionamentos sem papas na língua. A “Acid Girl”, como era conhecida no início, lança hoje em Uberlândia, na Livraria Saraiva, seu segundo livro, “Doces dias ácidos” (Ed. Outro Planeta, 224 páginas, R$ 34,90), sua primeira ficção.

Quando começou a autora não vislumbrava que produtores de conteúdo para internet teriam o peso na mídia que têm atualmente ou que a forma de se exporem iria mudar a maneira como as pessoas consomem conteúdo, reinventar o mercado publicitário e fazer grandes empresas de mídia repensarem seu modelo de negócio. “Imaginávamos menos ainda que existiriam termos específicos para quem faz esse tipo de trabalho, como influenciador digital. Nem eu, nem PC Siqueira, Kéfera, Cauê Moura, nem Felipe Neto esperávamos fazer disso uma profissão, era um hobby que virou nosso trabalho”, disse ela em entrevista ao jornal Diário do Comércio.

Taty está sempre atenta a tudo que se passa nesse universo feminino nem tão cor-de-rosa e além disso fala de suas experiências pessoais nos posts e vídeos que têm milhões de visualizações. Por isso a preocupação com a exposição da vida pessoal faz parte de seu cotidiano. O “Acidez Feminina” é seu e costuma pensar que o natural é que qualquer pessoa em qualquer trabalho não exponha sua intimidade abertamente para seus colegas. Uma vendedora, por exemplo, não fica falando ou mostrando suas particularidades pessoais para seus clientes. “Sendo assim não vejo porque expor aquilo que considero vida pessoal, mas, ao mesmo tempo, como falo sobre relacionamento e comportamento e meu conteúdo é baseado em opinião pessoal e observações que faço no dia a dia, fica impossível não misturar um pouco as coisas”, disse.

Ela afirma ainda que tenta separar as duas coisas e que até poucos dias ninguém sabia se ela estava namorando, casada ou solteira, e algumas pessoas continuam sem saber. “Fazer essa separação me traz paz de espírito, mas também traz algum prejuízo profissional, já que, se tratando de internet, quanto mais os criadores expõem sua vida pessoal e cotidiana, mais o público cresce e se engaja. É uma questão de princípio que não consigo abrir mão e se agindo dessa maneira ainda acontece de, por exemplo, alguém comentar num vídeo em que falo sobre traição que ‘certeza que fiz aquele vídeo porque acabei de levar um chifre’, imagina só se eu mostrasse mais”, ponderou.

A escritora disse que seu primeiro livro, “Manual da mulher bem resolvida” (Ed. Planeta, 2015, 196 páginas, R$ 34,90) existe por uma insistência da Editora Planeta. Ela havia recebido algumas propostas para lançar livros de outras editoras mas todas eram evasivas, o que a deixava livre para publicar o que quisesse simplesmente por já ter um público formado. “Eu não achava aquilo interessante. Quando a Planeta veio com a ideia do livro o Felipe Brandão, que é meu editor, havia visto meu vídeo que tem o mesmo nome do livro e me convenceu que se fosse melhor trabalhado e elaborado daria um ótimo livro”, recorda.

“Doces dias ácidos” foi uma sugestão de Taty, que queria mostrar que podia criar um romance, escrever uma história que prendesse o leitor e a editora aceitou. “Tanto o primeiro quanto o segundo são duas conquistas esplendidas. Escrever um livro é um desafio. Gera uma insegurança eterna. É diferente de fazer um vídeo. O livro leva tempo para ser escrito, passa por revisões, demora meses para que eu comece a receber os feedbacks de quem leu e sempre penso que as pessoas não vão gostar do resultado tanto quanto eu gostei”, compara.

Ela trabalhou aproximadamente dois anos no livro que conta a história de uma jovem arquiteta constrói projetos e plantas dos sonhos de outras pessoas, enquanto não consegue construir seu próprio caminho. Aos vinte e poucos anos, se vê frustrada, morando numa quitinete, enfrentando dilemas existenciais e sem planos concretos para o futuro. Após um grave acidente encontra forças para traçar novas linhas de sua história. Conflitos internos. A convivência com o luto. O recomeço. A conquista da independência. Tudo passa como um filme em sua cabeça enquanto embarca na viagem que a enviará de volta para sua cidade natal.

Um ano após ter assinado o contrato para entrega do livro, com metade da história escrita, ela resolveu que a mesma deveria se passar toda numa cidade diferente e teve que voltar ao início e trocar todas as descrições características dos lugares. “A liberdade para criar o que quiser é que me deixa mais perdida e insegura, mas no final é sempre legal, os feedbacks que tenho recebido dele são sempre muito generosos, cheios de carinho e pedindo continuação”, disse.

 

COMPORTAMENTO

Ao mesmo tempo em que a internet possibilita a liberdade de se expressar aumenta o número de ofensas principalmente por conta do suposto "anonimato" na rede. Nesse caso, como fazer para manter-se produtiva nesse meio e como não se deixar contaminar ou abater por comentários ou críticas infundadas ou gratuitas?

Felizmente, para Taty Ferreira, considerando público do “Acidez Feminina” o bom senso e a conscientização dos seguidores aumentou nos últimos cinco anos. “No início era comum ver comentários ofensivos e invasivos, atualmente, dificilmente tenho contato com alguém sendo deselegante. Não creio que isso tenha se dado por uma mudança no público ou pela ‘evolução’ dos usuários. Tem mais a ver com o pessoal ter compreendido qual era a minha ideia ao produzir o conteúdo, que é jogar alguns temas na mesa para que possamos parar para pensar e discutir sobre eles” disse ela.

Taty afirma que nunca deleta ou bloqueia os comentários que a desagradam nas redes sociais. “Acredito que a internet tem que ser vista como uma extensão da vida real. Na minha concepção, fazer um post no Facebook é como subir no palco do Teatro Municipal com todos seus amigos e familiares como plateia. É equivocado o pensamento que algumas pessoas têm de que porque está atrás de uma tela há um distanciamento de quem ela é, ou ela pode se mostrar mais intolerante e rígida. Quem age sob esse pensamento está mostrando quem realmente é”, disse.

Natural de Araxá (MG), Taty veio para Uberlândia em 2010 porque a internet começou a dar certo e suas viagens ficaram mais frequentes. Seus vôos partiam daqui. A mudança para a cidade foi uma consequência dessa logística. “Logo que mudei me apaixonei pela cidade e fiz do Santa Mônica meu bairro da vida. É comum eu encontrar o pessoal que acompanha o ‘Acidez Feminina’ pelas ruas e eles me perguntarem o que eu estou fazendo na cidade. Muita gente não sabe que eu moro em Uberlândia há sete anos. Fazer o lançamento do livro aqui como abrir a porta da minha casa para encontrar meus vizinhos. Espero que todo mundo que sempre me cobra um ‘encontrinho’ por aqui apareça lá para me dar o prazer de conhecer o maior número de vizinhos possível”, convida a escritora.

 

SERVIÇO

O QUE: lançamento do livro “Doces dias ácidos – Um romance sobre a vida real”

QUEM: Taty Ferreira

ONDE: Livraria Saraiva – Center Shopping (Av. João Naves de Ávila, 1331 Piso 1, loja 1268)

QUANDO: hoje, às 15h

ENTRADA FRANCA: haverá bate papo, sessão de autógrafo e fotos e o livro será comercializado no dia a um preço especial de R$ 25,90

INFORMAÇÕES: 3015-8920


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