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06/12/2017 às 08h04min - Atualizada em 06/12/2017 às 08h04min

Grávida é morta e tem a barriga aberta para retirada de bebê

DA REDAÇÃO
Gabrielle Barcelos costumava compartilhar fotos da gestação na internet / Foto: Reprodução/Facebook

Um casal foi preso, na noite desta terça-feira (5), por suspeita de ter matado uma gestante, de 18 anos, no bairro Monte Hebron, zona oeste de Uberlândia. Segundo informações da Polícia Militar (PM), Gabrielle Barcelos estava no oitavo mês de gestação e teve o bebê retirado da barriga através de um corte enquanto estava dopada.

A mulher, de 38 anos, foi presa no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), após alegar que havia feito um parto em casa. Ainda segundo a PM, o marido da suspeita, de 34 anos, também foi preso por suspeita de participação no crime.

Gabrielle foi atraída até a casa da suspeita com a falsa informação de que receberia doações para o bebê. No local, ela ingeriu suco com tranquilizantes e passou mal. Conforme os militares, na sequência, a mulher enforcou a gestante e, utilizando um estilete, retirou o bebê da barriga da vítima.

De acordo com a polícia, o homem acionou uma ambulância e se encaminhou com o bebê para a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do bairro Planalto, também na zona oeste, alegando que a esposa havia realizado um parto em casa e que a criança não estava bem. A mulher também se dirigiu ao local na sequência. O bebê foi reanimado pela equipe médica e ambos foram encaminhados para o HC-UFU, devido a gravidade do estado de saúde da criança.

Os médicos do HC-UFU suspeitaram do parto e acionaram a Polícia Militar (PM), que deslocou militares até o hospital. Questionada, a mulher acabou confessando o crime e alegou que o marido, que também estava no hospital, auxiliou no crime. Ele foi preso, mas negou participação na morte da gestante.

 

MOTIVAÇÃO

Segundo a Polícia militar (PM), a suspeita alegou que estava grávida de gêmeos, mas sofreu um aborto há alguns meses. O marido teria cogitado terminar o relacionamento e, no intuito de evitar esse término, a mulher inventou que havia feito um novo ultrassom e que teria perdido apenas um bebê.

Com isso, ela passou a acompanhar a movimentação de Gabrielle Barcelos, que morava na vizinhança. Para atrair a garota, a suspeita alegou que queria doar o enxoval feito para a própria gravidez, já que havia sofrido um aborto.

 

CORPO ENCONTRADO

O corpo de Gabrielle Barcelos foi encontrado pelo filho da suspeita. Ele acionou a Polícia Militar (PM), após entrar em casa, perceber a presença de sangue espalhado pelos cômodos e visualizar a garota no quintal. Essas informações foram repassadas para os demais militares e a polícia cruzou informações sobre o corpo encontrado e a alegação da mulher no hospital.

A suspeita alegou que o marido, ao chegar em casa e notar a situação, deslocou o corpo de Gabrielle até o quintal, jogando-o em uma valeta próximo ao muro dos fundos. Após o homem se encaminhar para a UAI do Planalto com o bebê, a mulher ainda teria colocado um colchão, uma bicicleta e um carrinho de bebê velho sobre o corpo, no intuito de dificultar que ele fosse encontrado.

O casal foi direcionado para a Delegacia de Plantão da Polícia Civil. De acordo com informações da polícia, o estado de saúde do bebê é grave.

Para evitar que moradores vizinhos depredassem a residência no bairro Monte Hebron, os militares precisaram permanecer no local após a remoção do corpo, que foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Uberlândia.

 

CASO SEMELHANTE

Em 2015, Greiciara Belo Vieira, de 19 anos, foi morta no nono mês de gravidez em Ituiutaba. Ela morava no bairro Minas Gerais, zona norte de Uberlândia, e foi atraída para a cidade no Pontal do Triângulo com a falsa promessa de que receberia roupas para sua filha.  O corpo foi encontrado em uma represa na zona rural de Ituiutaba, com um grande corte na barriga. Após ser retirada da água, foi constatado que a vítima tinha os pés amarrados por um tecido. O restante do corpo estava enrolado em uma tela de arame. Dentro da região abdominal da vítima, havia uma pedra de aproximadamente 10 kg. 

Na época, seis pessoas foram presas e duas já foram julgadas. Shirley Benfica, apontada como a mandante do crime, e a enfermeira Jacira Santos de Oliveira, que teria realizado o parto clandestino, ainda estão entre as que aguardam julgamento.

A bebê foi encontrada com vida e ficou sob a tutela da avó materna. 


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