Considerada um polo universitário, o Município de Uberlândia, não tem um curso com nota máxima nas áreas de Saúde e Ciências Agrárias, de acordo com avaliação realizada em 2016 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O resultado manteve quadro registrado em 2013. A faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que tem o curso historicamente mais concorrido da instituição, ainda teve queda de 1 ponto na última avaliação e sua nota agora é 3.
A escala de avaliação vai de 1 a 5 e faz parte Conceito Preliminar de Curso (CPC) – indicador de qualidade que avalia os cursos de graduação – e foi divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) no dia 24 de novembro. No caso de Uberlândia, cinco instituições tiveram 28 cursos avaliados e a maior parte, 15 deles, teve nota 3. Por outro lado, 11 cursos tiveram notas 4 e os demais dois ficaram na faixa de 2.
Já em relação ao Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC) – um indicador de qualidade das Instituições de Educação Superior -, apenas as universidades públicas tiveram conceito 4, de acordo com o Inep. A nota foi obtida pela UFU e pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia dos Triângulo Mineiro (IFTM) campus Uberlândia. Unitri, Faculdade Católica de Uberlândia e Unipac foram avaliadas com nota 3. O cálculo é realizado anualmente.
QUEDAS
A última avaliação feita pelo Inep nas mesmas áreas aconteceu em 2013, quando o curso de Biomedicina da UFU teve nota máxima e Medicina se manteve com nota 4. Ambos perderam um ponto no ano passado, da mesma forma que Educação Física, que também figura com 3 no CPC.
A reportagem do Diário do Comércio tentou comentar o assunto com a coordenação da Faculdade de Medicina da UFU, mas foi informada que não havia ninguém na unidade para falar a respeito. De maneira geral, contudo, o pró-reitor de Graduação, Armindo Quillici Neto, afirmou que a universidade não perdeu a sua nota geral, que é a mesma desde 2008, portanto está em situação é satisfatória.
Sobre o curso mais procurado da instituição ter caído para conceito 3, Quillici explicou que houve mudanças internas que podem ter influenciado. “Recentemente o curso de Medicina passou por uma mudança no seu projeto pedagógico, superando a forma tradicional de trabalho pedagógico e propondo o sistema de tutoria e acompanhamento do estudante, o que gerou um processo de adaptação a um novo modelo”, disse.
A Biomedicina também teve queda na Unipac e a avaliação do curso passou de 3 para 2 no CPC. A avaliação foi uma surpresa, de acordo com a diretora acadêmica, Raquel Ribeiro Bouças, que ainda explicou que vai esperar a divulgação de relatórios para que haja uma reunião com a comunidade acadêmica a fim de verificar o que levou à nota mais baixa. “Até a motivação do aluno pode influenciar o resultado. As turmas são boas e construímos uma nova unidade para atender a área da saúde. Passamos por recredenciamento de todos os cursos, com a visita da equipe do Ministério da Educação, e índice avaliação foi 4”, disse.
A Unitri, que teve queda nos cursos de Odontologia e Educação Física, informou que não vai comentar o resultado. Cursos com notas abaixo de 3 podem receber medidas cautelares, como a redução de vagas, mas são avaliados separadamente.
CÁLCULO
Atualmente, além do CPC e do IGC, o Inep calcula dois outros indicadores: Conceito Enade (CE) e Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD). Os resultados do Conceito Enade e do IDD relativos a 2016 já foram divulgados em setembro. Agora, são publicados os resultados do CPC e do IGC, que revelam a qualidade dos cursos e das instituições de ensino superior. Os quatro indicadores de qualidade da educação superior mantêm relação direta com o ciclo avaliativo do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).
O cálculo do CPC tem por base, entre outros critérios, a avaliação de desempenho de estudantes, por meio do Enade; o valor agregado pelo processo formativo a partir do IDD; as características do corpo docente, por meio do censo da educação superior; e as condições oferecidas para o desenvolvimento do processo formativo.
Já o cálculo do IGC considera a média dos dados do CPC do último triênio. Também são consideradas a média dos conceitos de avaliação dos programas de pós-graduação stricto sensu e a distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino, graduação ou pós-graduação stricto sensu.
INVESTIMENTOS
No campus Uberlândia do Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM), o único curso avaliado foi o de Agronomia, que teve melhora no conceito e chegou à faixa 4 do CPC.
Como o campus está instalado em uma fazenda, próximo da rodovia municipal Neuza Rezende, segundo o diretor geral Edinaldo Gonçalves Coutinho, a prática está envolvida no curso quase que o tempo todo. Recentemente quatro novos laboratórios foram entregues, o que ajuda na qualificação do ensino, ao lado do incentivo à participação em editais de pesquisa e extensão e qualificação do corpo docente.
“Cerca de 80% dos professores são doutores. Acredito que tanto os docentes e os alunos abraçam a causa. Professores buscam mais qualificação e os alunos saem mais preparados com tudo isso”, disse Edinaldo Coutinho.
NOTAS DOS CURSOS AVALIADOS
- UFU
Agronomia 4
Biomedicina 4
Educação Física 3
Enfermagem 4
Fisioterapia 4
Med. Veterinária 4
Medicina 3
Nutrição 4
Odontologia 4
Zootecnia 4
- IFTM Campus Uberlândia
Agronomia 4
- Unitri
Med. Veterinária 3
Odontologia 2
Agronomia 3
Farmácia 3
Enfermagem 3
Nutrição 3
Fisioterapia 4
Tec. em Estética 3
Educação Física 3
- Católica
Serviço Social 3
- Unipac
Med. Veterinária 3
Agronomia 3
Farmácia 3
Enfermagem 3
Serviço Social 3
Biomedicina 2
Tec. Agronegócios 4