Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
10/11/2017 às 17h28min - Atualizada em 10/11/2017 às 17h28min

Biólogos da UFU descobrem nova espécie de perereca

Animal foi achado no Mato Grosso e nomeado como Pithecopus araguaius

DA REDAÇÃO

Uma nova espécie de perereca do Cerrado foi descoberta por pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O animal, nomeado como Pithecopus araguaius, foi encontrado na cidade de Pontal do Araguaia, no Mato Grosso, à beira do Rio Araguaia. Posteriormente, também foram localizadas espécies na Chapada dos Guimarães e na cidade mato-grossense de Santa Terezinha.

O artigo oficializando a descoberta foi publicado pela revista científica PLOS ONE. Professor lotado na Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (Facip), Ariovaldo Antonio Giaretta lidera o grupo de pesquisa responsável pela identificação da nova espécie. Foi ele o primeiro membro da equipe a ter contato com o animal, numa pesquisa de campo ocorrida em 2010. 

“Naquela ocasião, ao ouvir o canto dos machos no campo, já percebi que era algo inusitado e pensei que poderia ser uma espécie conhecida do Nordeste do Brasil. A Isabelle Aquemi Haga, que foi minha aluna de Ciências Biológicas na Facip até 2013, manifestou interesse no estudo das espécies do grupo e sugeri a ela que avaliasse a identidade desses espécimes mais detalhadamente. A partir de então, ampliamos a equipe e, em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde ela estava cursando mestrado na época, coletamos mais dados em campo no ano de 2014. Fazendo a comparação da morfologia e do canto com os das encontradas no Nordeste, vimos claras diferenças”, revela.

Pesquisadores notaram que a araguaius tem a cabeça e o corpo de tamanho um pouco menor que suas irmãs do gênero Pithecopus e um padrão diferente de manchas no corpo.

Felipe Silva de Andrade foi o outro egresso da turma de Ciências Biológicas diplomada pela Facip incluído no projeto. Ele também foi colega de Isabelle no mestrado em Biologia Animal, cursado na Unicamp até 2015 e no qual ambos receberam a orientação da professora Shirlei Maria Recco Pimentel. “O interessante é que ela também foi minha orientadora na graduação, finalizada em 1990, de forma que são três gerações unidas na elaboração desse trabalho agora divulgado”, ressalta Giaretta.

Além dos quatro pesquisadores já citados, o último membro da equipe responsável pela descoberta da nova espécie de perereca foi o biólogo Daniel Pacheco Bruschi, que cursou seu doutorado na universidade paulista.

 

VALOR CIENTÍFICO

Ainda de acordo com o docente da UFU no Campus Pontal, estudos taxonômicos, como este, conferem oficialidade e formalismo à biodiversidade. “Obviamente, as espécies existem na natureza, porém, somente procedimentos técnicos específicos permitem atribuição de nomes que condicionam a comunidade científica e política a se referir especificamente a elas com precisão e sem ambiguidades”, pontua.

Ele destaca, ainda, que a parceria com a Unicamp durante todo o processo foi fundamental para o êxito dos resultados deste trabalho: “São colegas com vasta experiência nas espécies do grupo de anfíbios que estávamos pesquisando, principalmente o que tange à diferenciação genética. A investigação em conjunto de todos esses aspectos sem dúvida alguma foi decisiva para que confirmássemos as distinções claras entre as espécies e concluíssemos que a essa população não poderia ser atribuído os nomes até então conhecidos”.

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90