A Volkswagen Caminhões e Ônibus, empresa do grupo MAN Latin America, apresentou nesta quarta-feira (11), na Alemanha, o protótipo do e-Delivery, caminhão elétrico que será produzido na fábrica de Resende, no Rio de Janeiro.
O modelo de pequeno porte para entregas urbanas começará a ser testado no Brasil no próximo ano em serviços de distribuição, e a produção em linha de montagem deve começar em 2020.
O e-Delivery é a versão "eco" do Delivery, um VUC (Veículo Urbano de Carga) já fabricado pela MAN. O novo caminhão estará disponível para transportar cargas de até 9 ou 11 toneladas, dependendo da versão.
Para Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America, a novidade vai inserir "definitivamente a engenharia brasileira na rota global de tecnologia."
"O e-Delivery representa um marco na história da Volkswagen Caminhões e Ônibus. Trata-se de uma plataforma totalmente nova, desenvolvida no Brasil, na busca de alternativas de mobilidade nas cidades", afirmou.
A produção integra o plano da divisão de caminhões da Volks no Brasil de investir R$ 1,5 bilhões em produtos e modernização até 2021.
O anúncio do novo modelo ocorre em um momento em que montadoras e governos pelo mundo reúnem esforços para impulsionar a produção de veículos elétricos, não poluentes.
Em setembro, a Daimler entregou seu primeiro caminhão elétrico à United Parcel Service, empresa de logística norte-americana. Neste ano também, a Volvo já anunciou que todos os seus modelos terão motores elétricos a partir de 2019, e o governo do Reino Unido disse que vai proibir as vendas de carros movidos a gasolina e a diesel a partir de 2040.
A participação de caminhões elétricos no mercado de entregas locais deve ultrapassar 5% até 2025, estimou Andreas Renschler, presidente mundial do braço de caminhões da Volkswagen.
Renschler disse, no mesmo evento em que foi apresentado o e-Delivery, que a divisão investirá 1,4 bilhões euros (R$ 5,2 bilhões) em novas tecnologias, incluindo transmissão elétrica, sistemas autônomos e softwares baseados em nuvem.
Ela ressalta que uma melhor tecnologia de bateria será a chave para reduzir os custos de operação e tornar os caminhões elétricos mais atraentes. Além dos preços elevados para os sistemas e os desafios de recarga, os dispositivos de bateria são pesados e roubam espaço, reduzindo a capacidade de carga, disse Renschler.
AUTONOMIA
O motor elétrico WEG AL160 do e-Delivery entregará 80 kW (109 cv) de potência, com torque máximo de 493 Nm (newton-metro). A bateria de íon-lítio terá autonomia de até 200 quilômetros.
Carregar completamente a bateria pode levar três horas. Mas no modo de recargar rápida, será possível assegurar 30% da carga em 15 minutos.
O freio regenerativo atua antes do freio pneumático, para desacelerar o veículo, recuperando até 30% de energia durante a frenagem e utilizando-a para recarregar as baterias.
O sistema Eco-Drive Mode reduz o consumo de baterias dependendo da condição de carga do veículo.