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01/10/2017 às 05h20min - Atualizada em 01/10/2017 às 05h20min

Xerifão do UEC confia em conquistas

Zagueiro Mauro Viana foi recontratado nesta semana e fala ao Diário sobre os projetos do Uberlândia

ÉDER SOARES | REPÓRTER
Mauro Viana atuou em 10 dos 11 jogos do Verdão pelo Campeonato Mineiro deste ano / Foto: Éder Soares

 

Ao longo da semana, a diretoria do Uberlândia Esporte Clube divulgou a contratação de vários atletas que fizeram parte do elenco deste ano, que disputou o Campeonato Mineiro, e de algumas novidades, como o atacante Tony e o volante Leandro Santos. Mas, sem dúvidas, o retorno do experiente zagueiro Mauro Viana, de 33 anos, foi um dos fatos que mais agradou aos torcedores.

Viana atuou em dez dos 11 jogos realizados pelo UEC no Mineiro e, mais uma vez, terá como um de seus companheiros de zaga Bruno Costa, que também retorna para o ano que vem.

Alguns dos motivos que fizeram de Mauro Viana um dos destaques com a camisa alviverde neste ano foram a raça em campo, o posicionamento e, principalmente, a liderança dentro do elenco.

Natural de Ivinhema (MS), Viana rodou por vários clubes do futebol brasileiro, mas o grande destaque veio em 2016, quando ajudou a URT de Patos de Minas a conquistar o título do interior do Campeonato Mineiro e, de quebra, foi eleito um dos dois melhores zagueiros daquela competição.

Em uma entrevista exclusiva para o Diário do Comércio, o xerife da zaga alviverde conta um pouco sobre a sua trajetória no futebol brasileiro e as dificuldades encontradas em diversos clubes até chegar, neste ano, ao Uberlândia Esporte.

 

Diário: Em que clube você começou a sua carreira?

Mauro: Eu comecei a jogar futebol nas categorias de base do Operário (MS), com 13 anos de idade. Passei também pelo Comercial (MS) e pelo clube da minha cidade. No começo foi muito difícil, pois, para chegar aos treinos, eu tinha que andar 10 km de bicicleta, tanto na ida, quanto na volta. Não tinha apoio e precisava fazer tudo puramente na força de vontade. No começo era apenas por diversão e eu nunca imaginava que me tornaria jogador de futebol profissional.

 

Mas em termos de clube profissional, qual foi a sua primeira experiência?

Foi na Ferroviária de Araraquara (SP), onde eu me destaquei muito. Em 2006, subi do Juniores para o Profissional, e foi aí que as coisas começaram a andar para mim. Conseguimos o título da Copa Paulista contra o Bragantino. No outro ano, subi da Série A3 para a A2, saí como o melhor zagueiro e fui para o São Caetano (SP), onde fiz um contrato de quatro anos, mas não tive oportunidades e acabei emprestado para vários clubes do interior de São Paulo.

 

Você teve passagens pelo Nordeste?

Fui para o Nordeste, onde joguei no América de Natal (RN), tive um acesso em 2011 e fui campeão potiguar em 2012. Neste mesmo ano, retornei para o futebol paulista, onde tive um acesso com Mogi Mirim para a Série C. Fui para o Remo (PA) e passei por mais clubes do Nordeste, dentre eles o Botafogo (PB), até voltar para São Paulo, para o Oeste (SP). Foi muito difícil, mas consegui vencer e estamos aí até hoje.

 

Por jogar a maior parte da sua carreira em clubes pequenos, você encontrou muitas dificuldades?

Estas dificuldades sempre existiram. Infelizmente, o futebol brasileiro tem muitos clubes que chegam no final do campeonato e não pagam. Tive dificuldades de receber do Paulista de Jundiaí, no São Caetano tive problemas, mas se resolveu. No América (RN), eu tive de ir atrás dos meus direitos. No Oeste vivi isso mais uma vez. Infelizmente, no futebol brasileiro, muitos clubes ainda pecam por isso. Eles não sabem que temos família para cuidar, esposa, filhos, mãe e pai, e muitos deles dependem da gente. É uma dificuldade que a maioria dos jogadores vivem.

 

Diante de todo este contexto de dificuldades que você viveu no futebol, o Uberlândia Esporte se difere muito da outros?

Sem dúvidas. É um clube que eu senti o desejo de jogar e sempre ouvi falar bem. O que pesou no primeiro ano que estive aí, e agora para a minha volta, foi a estrutura e a história do clube. O Uberlândia está no caminho certo. Creio que muitas coisas boas vão acontecer para este clube e torço por isso. Espero jogar e dar o meu melhor pelo clube, pois ele merece estar nas divisões principais do Brasil. Estou voltando e voltando com muita humildade para ajudar o clube nesta caminhada.

 

Como você analisa o ano de 2017 para o Uberlândia Esporte?

Acho que foi um ano muito proveitoso. O primeiro objetivo era a Série D e conseguimos esta vaga, pois o clube não disputava a competição há muitos anos. Não conseguimos a vaga para as semifinais do Mineiro por detalhes, principalmente em virtude do jogo contra a URT, em Patos, onde fizemos um grande jogo, dominamos o adversário, mas não foi o nosso dia e acabamos derrotados.

 

A diretoria irá manter a base da equipe deste ano. Você entende que este é o caminho?

Temos que manter a sequência do trabalho feito neste ano, um trabalho muito sério. Tem de continuar o trabalho do técnico Catanoce, junto com o diretor de futebol Fabrício Tavares. Eu acho que o caminho é este, de dar sequência ao trabalho, manter alguns atletas de 2017, e de ter sabedoria para contratar peças que venham para ajudar e dar o seu melhor pelo clube, honrando esta camisa verde com unhas e dentes.

 

O que você pode dizer sobre as particularidades do Campeonato Mineiro?

Vou disputar o Mineiro pela terceira vez. É um campeonato muito nivelado, no qual são 11 jogos e você precisa entrar 100%.  Ao mesmo tempo que você disputa para entrar nas semifinais, você também pode brigar para não cair, ou seja, o campeonato é tiro curto. Por isso é preciso entrar na competição a mil por hora e não se pode dar mole em momento algum.

 

Para 2018, o grande sonho da torcida é que ocorra o acesso para a Série C do Brasileiro. O que você pensa sobre esta questão?

Eu joguei uma Série D pelo Mogi Mirim em 2012 e conseguimos o acesso lá. É um campeonato muito difícil, no que você tem que dar o máximo, pois todos entram nele para obter o acesso. Caso o clube não consiga subir, pode até ficar sem a vaga para o outro ano. É preciso entrar com um grupo forte e muito entrosado. Esta é uma das receitas para que o Uberlândia consiga este feito. É claro que até chegar lá ainda temos um longo e pesado trabalho pela frente.

 

Qual o recado você manda para o torcedor do Verdão?

Quero aproveitar este momento para mandar um abraço para todos os torcedores. Que possamos entrar com o pé direito, desde o início do Campeonato Mineiro até o fim da Série D e que seja um ano de conquistas. O torcedor pode esperar de mim um jogador com muita raça, dedicação nos treinos e jogos. Peço para que eles sigam acreditando no clube, pois vamos colher muito frutos em 2018. Os torcedores são a alma do clube e o motivo do Verdão existir.

 

FICHA

Mauro Sérgio Martins Viana

Idade: 33

Altura: 1,88 m

Peso: 84 kg

Nascimento: Ivinhena (MS)

Clubes: Uberlândia (MG), ASA (AL), Confiança (SE), Botafogo (PB), Oeste (SP), Remo (PA), Mogi Mirim (SP), América (RN), São Caetano (SP), Monte Azul (SP), Paulista (SP), União São João (SP) e Ferroviária (SP).


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