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05/07/2017 às 05h42min - Atualizada em 05/07/2017 às 05h42min

Uberlândia tem aumento de 17% no consumo de água

Comparação é com o ano de 2015 e representa 4 milhões de litros de água

WALACE TORRES | EDITOR
Em 2015, foram consumidos 19,7 milhões de litros em cinco meses, ante 23,1 milhões este ano / Foto: Marco Crepaldi/Secom/PMU

 

Três anos depois da maior crise hídrica da história de Uberlândia, o consumo de água entre a população voltou a subir de maneira preocupante. De acordo com o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), de janeiro a maio deste ano foram consumidos 23,1 milhões de litros de água, o que representa um aumento de 3,83% na comparação com mesmo período do ano passado, quando o consumo chegou a 22,2 milhões de litros. Mas, é na comparação com o ano de 2015, no pós-crise hídrica, que o aumento fica mais evidente. Naquele ano o consumo nos cinco primeiros meses foi de 19,7 milhões de litros, o que significa uma diferença de 17% a menos que o consumo verificado no mesmo período de 2017.

Segundo a supervisora de educação ambiental do Dmae, Ana Paula Carvalho,  esse aumento no consumo significa que a população voltou aos velhos hábitos, como lavar calçadas, carros e banhos demorados. “Os hábitos de consumo estão voltando ou piorando. Não podemos colocar a culpa em ligações clandestinas ou no aumento da população. A soma de todos os atos de desperdício é que geram esse alto consumo”, diz. No mesmo período, o crescimento da população foi proporcionalmente inferior ao do consumo – segundo o IBGE houve 1,10% de aumento da população de Uberlândia entre os anos de 2015 (662.362 habitantes) e 2016 (669.672). Os dados sobre estimativa da população em 2017 ainda não foram disponibilizados.

A supervisora de educação ambiental lembra que durante a crise hídrica houve muita divulgação na mídia sobre o uso consciente da água e o risco de racionamento, o que fez com que a população em geral fizesse o uso moderado da água. “Por isso, em 2015 houve um consumo menor, pois as pessoas aprenderam a economizar. Em 2016, quando parou de falar em crise hídrica, em racionamento, a população voltou a consumir mais. E em 2017, voltou a gastar ainda mais”, disse.

Ana Paula Carvalho afirma que ainda é cedo para falar em racionamento ou falta de água, mas alerta que nessa época do ano, ao contrário do que muita gente pensa, o consumo tende a aumentar. Ela cita como exemplo a agropecuária, que no período de estiagem consome mais água para irrigar as lavouras. Situação semelhante acontece na cidade, com as praças, jardins e canteiros, que necessitam de água com mais frequência em função da falta de chuvas. O tempo seco e o vento ainda levam mais poeira para os passeios e interior de residências. “Apesar do frio, as pessoas ficam mais tempo no banho por causa da água quente”, cita.

Historicamente, o segundo semestre em Uberlândia tem um consumo de água maior do que nos primeiros seis meses do ano, enquanto que na temporada de chuvas essa relação é inversa. A última precipitação significativa na cidade, por exemplo, foi registrada no dia 20 de maio, quando houve uma chuva de 17 milímetros.

 

CONSCIENTIZAÇÃO

Apesar da estiagem e do aumento no consumo, a produção de água segue sem risco de desabastecimento. No entanto, a supervisora de educação ambiental do Dmae aponta que a situação exige o consumo de forma consciente para evitar possível redução no fornecimento. “Em 2014, conseguimos passar pela crise hídrica sem precisar de racionamento, mas tudo depende muito de como a população irá se comportar até o fim da estiagem”, diz Ana Paula. “O que alertamos sempre é que as pessoas não desperdicem água para que não venha faltar no futuro. Não é porque temos hoje que podemos usar de forma errada”. Ela lembra que o Rio Uberabinha não fornece água apenas para Uberlândia. “O Rio Uberabinha vai até o Uruguai. Portanto, temos que pensar em outros municípios que têm déficit hídrico maior do que o nosso”.


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