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24/05/2017 às 14h06min - Atualizada em 24/05/2017 às 14h06min

Ed Sheeran está em turnê no Brasil

Estreia foi ontem e Curitiba e próximo show é amanhã, no Rio de Janeiro

AGÊNCIA ESTADO | SÃO PAULO
Ed Sheeran volta ao Brasil pela segunda vez e troca casas de shows por arenas / Foto: Divulgação

Numa tarde de fim de outono em Londres, o vendedor de uma loja de discos do Soho, aponta para o single de vinil de capa branca. "Conhece esse garoto aqui? Não é meu estilo de música, mas ele vai longe", disse. A bolacha de sete polegadas tinha a música “The A Team” no lado A, um remix da mesma canção no lado B e havia saído meses antes, em junho de 2011. "Esse disco está saindo bastante", afirmou, após emplacar a venda.

O vendedor de discos provavelmente estava na profissão errada. O sujeito tinha tino para a coisa, deveria largar a loja de discos para ser empresário de músicos ou olheiro de gravadora. O rapaz ruivinho que cantava uma estranha canção, aparentemente doce, mas com versos sobre uma prostituta viciada em crack, era Ed Sheeran, voz do pop capaz de fundir fofura e perversão, baladas de amor e o fundo do poço.

“The A Team” chegou a ser indicada para o Grammy de canção do ano e perdeu para a colaboração entre a banda Fun e Janelle Monáe chamada “We are young”, outra música tocada à exaustão na época. A diferença está no fato de que ninguém mais se lembra do Fun, enquanto Ed Sheeran olha para a concorrência do topo, com aquele sorriso maroto que ele gosta de mostrar nas premiações musicais.

Seis anos se passaram desde aquele primeiro single de Sheeran sair por uma grande gravadora, a Atlantic Records (braço da Warner Music). Pela segunda vez, o músico nascido em Halifax, interior da Inglaterra, vem ao Brasil. Sua turnê, agora, mudou de dimensão. De casa de shows, ele agora se apresenta em arenas. Começou o giro em Curitiba (Pedreira Paulo Leminski, ontem), segue para o Rio (Rio Arena, amanhã, 25), São Paulo (Allianz Parque, domingo, 28) e Belo Horizonte (Esplanada do Mineirão, na outra terça, 30). Há poucos ingressos ainda à venda.

O salto na carreira vem da combinação de um hit absoluto do segundo álbum dele, a música “Thinking out loud”, que sozinha levou dois Grammys para casa, em 2016, com um novo álbum, aguardado com antecipação depois de três anos. A combinação funcionou. As músicas “Shape of you” e “Castle on the hill”, lançadas como singles logo na chegada de 2017, dois meses antes do álbum cheio, “÷” (leia-se “Divide”), em março. Era uma estratégia ousada de ter duas músicas disputando as paradas, uma poderia roubar o protagonismo da outra.

Mas aconteceu o contrário: “Shape of you” ficou em primeiro lugar nos Estados Unidos e no Reino Unido, enquanto “Castle on the Hill” ocupou a segunda posição. Na terra da rainha, pela primeira vez na história um artista emplacou duas músicas novas nas primeiras posições. Nos EUA, também foi o primeiro artista a estrear duas músicas de uma vez no top 10. “Shape of You” chegou ao topo das paradas em outros 30 países.

CARA NORMAL

O segredo do pop de Sheeran está na sua normalidade. À exceção das tatuagens praticamente fechando ambos os braços, o inglês de 25 anos parece o seu vizinho. Garoto ruivo que compõe canções sobre sua vida, seus sentimentos juvenis machucados e excessos. Até “Divide”, sua música não fugia do formato acústico, voz e violão.

Majoritariamente, no novo álbum, Sheeran soa como um jovem normal, cantando erros e acertos. Homenageia a mãe em “Supermarket Flowers” e sabe como falar de amor. Colaborou com artistas mais quentes do pop atual, de Taylor Swift a The Weeknd, de Justin Bieber a One Direction, e foi apadrinhado por Elton John e Pharrell Williams.

No palco, contudo, seu melhor momento é só. É quando cria bases de violão e as coloca em looping, camada por camada, até cantar suas paixões avassaladoras. 


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